COMO O VENTO

No seu canto enquanto dorme

Tudo está a sossegar

Mas quando resolve acordar

nada fica sem mover

e em jardins e pomares

perfumes vai estender.

Os arvoredos balançam

ao seu simples despertar

e os pássaros buliçosos

começam logo a cantar

depressa saem voando

em busca dos frutos

que o sol e o tempo

tornaram doces e maduros.

Em forma de brisa

o vento chega e à rosa sussurra:

" De ti levarei o aroma mas

um dia eu volto cá , já que

agora não me podes acompanhar."

Outras tantas (rosas)

o esperam, não as pode

desprezar

Sou livre por natureza

carregando o que eu vejo

Folhas secas e aromas

vou levando com destreza

Até da musa que canta, a voz

eu vou arrastando

Para em murmúrios suaves

quem sabe ir alguém alentando.

.

Tal qual o vento que passa e

brando ou forte vem por fim

Sussurrando ou gritando, tu

também fazes assim

Vais passando com promessas

Sem destino correndo o mundo

Acabas esquecendo tudo o que

ficou para trás

E continuas fazendo sempre

só aquilo que te apraz.

Mas uma coisa daqui te digo

Não te fies tanto assim em

teus poderes de seduzir

Pois outro vento poderá vir e

deste jardim nunca mais sair.

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 03/09/2013
Reeditado em 04/09/2013
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