ALMA CIGANA
Minha alma vagueia cigana,
enquanto meus olhos percorrem
a imensidão dos campos.
Procuro uma resposta para os meus anseios.
Alguma coisa que possa por um fim
ao imenso aperto que me sufoca o peito,
aperto que começou com uma simples pontada
e devagar foi se tornando imenso,
penetrando meu ser, percorrendo minhas veias
fazendo com que eu me desligasse desse mundo
de tanto sentir.
Por que olhar os campos me entristesse tanto assim?
Que dor será essa que sinto sempre que venho aqui?
É como se um pedaço de mim aqui estivesse
e o restante de mim ficasse chorando por essa perda.
O que venho buscar?
O que espero encontrar, se nem eu mesma sei
o que é?
Aperto o peito, fecho os olhos
e vou embora sem resposta.
Até o dia em que não conseguir mais ir,
aqui ficando para sempre
abraçada a esse chão tão verdejante
que tanto amei
mas que tristemente tive de me afastar um dia!