"Oficie" na oficina
Arquitetei apenas com a lógica
Pus nos quatro cantos portas e janelas
Salas e dormitórios sem mágica
Toda claridade vinha das arandelas
Faltava o calor do brilho solar
Aquela era a minha construção,
mas não construí meu lugar
O quarto de amar chamava-se salão
Filtros coavam toda a natureza
Só se infiltrava o desejado com certeza
Deixei lá fora um pé carregado de amora
Eu não ouvia dos pássaros a trilha sonora
Fiz um cárcere, cerquei-me de grade
De lá nunca batizei, não fiz compadre
Lá dentro eu me fiz um vulto
Quando para sair eu pedia indulto
Ainda terei,ao lado, o meu recanto
Levantado do chão com tudo que quero
Sem senhas entrarão o riso e o pranto
Meu lar, a oficina não terá tanto esmero