PROSA NADA POÉTICA A RECOMPENSA

Dos tempos da escravidão

Uma história eu vou contar

Negro que fugido estava

Perseguido sempre era

E livre não podia ficar

Em qualquer canto da

mata poderia de repente

o capitão do mato encontrar.

Certo grupo de escravos

Da senzala escapou

Denso e cerrado mato

Sem tardança procurou

Um dos pobres coitados

Dos outros se desgarrou

E sendo tanta a fadiga

Ao perseguidor se entregou

Na fazenda ao chegar

Quis o feitor fazer graça

E prometeu que daria

De presente ao fugitivo

Uma garrafa de cachaça

Se no tronco ele aguentasse

Umas trinta chibatadas

Era o chicoteador

Mau em alto patamar

E de olho no presente

O escravo infeliz

Se deixava lacerar

Até que na vigésima nona

chicotada ele desiste e grita:

” Não quero presente nenhum!

Pode parar de bater

A garrafa de cachaça não

me importo de perder”.

Quanta gente tantas vezes

Como o pobre escravo faz

Depois de muito lutar

E tormentas suportar

Desiste do Ideal

somente um pouco

faltando para a

recompensa ganhar.

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 29/08/2013
Reeditado em 31/08/2013
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