Entre carne e espírito
Carne e espírito
São entes subservientes
Entre si
Impossível discernir
Do qual emana
A emoção que se sente
Quando se ama
Ou quando o ódio consome.
Donde vem
O desejo de entrega àquele beijo?
Seria da língua tenra e quente
Que a outra bolina?
Seria do cheiro do cio
Que o corpo alicia?
Seria da pegada firme e forte
Que deixa o pegado sem norte?
A sanha do amasso
A ânsia pelo aprisionamento
Nos braços...
Não é coisa só de carne.
É mais; é combate
Entre pele e alma
Entre a matéria e o etéreo
Entre o tangível e o insólito
É o encontro entre o que toco
E o que não vejo, ignoro.
Em meio à carne e ao espírito
Amo.