Inverossímil
Nos tempos do rei capital
Ouve-se rumores de paz na Terra
Quem diria que a paz se compraria?
E quem veria a gorjeta sobrepujar
O paletó de linho fino?
Soa a pesar o tic-tac na parede.
Vê-se correr como um rio incontrolável
O tempo, que hoje, não vale o agora.
Estejas por fora e verás
O que te há de custar.
No meio dos becos e vielas
Ecoa um grito
Em notas musicadas,
Batidas marcadas
E corpo a balançar.
É um grito de socorro
De quem não tem como gritar.
Às margens do Rio,
Câmeras buscam
A realidade inverossímil.
Fantasiam a verdade
E mascaram as versões.
E João com seu nariz de palhaço
Caminha a lentos passos
Em direção aos vagões,
Da Central.
Afinal, é carnaval:
Não há quem não entre no trilho e siga o curso
Normal