CARTA A NINGUÉM...
Eu apenas quero que saibam:
Tenho a emoção no sangue, e as palavras nos dedos!
Mas, já nem sei para quem e nem porque escrevo.
Há em mim, uma onda compulsiva
de letras perdidas no meu mar de sensações,
lutando por espaços vagos nas palavras abstratas.
Minhas letras,menosprezam o concreto....
Nessa iconografia lingüística,
resenho meu coração
bulha por bulha...
cavidade por cavidade...
E no vão das suas cordoalhas frouxas
Escapo...
e saio correndo
a fugir dele,
porque também não mais obedeço às suas ordens.
Desaprendi a obedecer,
e pareço sabotar a mim mesma.
Sou e não sou.
Quero e não faço.
Penso e repenso.
Existo... mas resisto.
E sei que desisti de mim.
Então, deve ser por isso que escrevo,
para tentar me procurar,
ou vagamente me esboçar
nas entrelinhas de cada verso.
Momentaneamente,
-Nem acredito!-
parece que existo aqui.