DESDENHO
Adentro-me no mundo,
Estranho!
Identifico-me com tua vaidade...
Olho em torno de teus pertences,
Como se fosse minha a tua identidade...
Olho e não os tenho,
Apenas o desejo me pertence...
Ë como se o que vem do outro,
Abastecesse-me,
O que dele desdenho...
Se não fosse a admiração,
Velada em forma de inveja
Diria com mais clareza,
O quanto de ti me espelho...
Seria tudo bem mais simples
Se, não fosse esse sentimento
Que disfarçado de ciúmes,
Tudo de ti cobiço...
Então não me culpes,
Estranho!
Por admirar-te tanto...
Melhor seria se o orgulho
Permitisse-me,
Elogiar-te por teus encantos.