Não Se Iluda com o Azul do Céu!
 
Diante desse céu,
            Que nos cobre e tolera,
            Tão paciente, célere e inerte,
            Dobramos nossas vidas
            Indo do nascimento à morte.
            Pode-se, para essa abóbada eterna,
            Que não se mexe,
            Gritar, bradar e orar.
            Continuará lá,
            Em seu mudo azul,
            Apenas transformando-se
            Diante da ilusão da passagem de nuvens
            Em um infinito rol de matizes.
            Não se iluda diante dessas mudanças,
            São apenas trocas de roupa,
            Que nunca poderão desfazê-lo de sua mais
            Profunda cor.
            Que também é uma ilusão,
            Assim como o são praticamente todas
            As coisas em que acreditamos.
            Não se iluda com a cor do céu,
            Não se iluda com os conceitos dos homens,
            Com suas opiniões sobre a vida,
            Mergulhe no mais profundo e
            Faça a viagem que compensa:
            Aquela que se faz não para fora,
            Mas para dentro,
            Naquele incrível oceano que se chama alma!