Cada novo dia carrega um pouco de morte em suas horas

Foi uma noite difícil como há muito não vivia.

Acostumada com suas incertezas,

apesar de teimar em não desejá-las em minha vida,

soou surreal, até para mim, decidir abandoná-las.

Não tê-lo entre as mãos foi sempre uma de minhas maiores certezas,

mas só de imaginar não tê-lo de forma alguma no dia seguinte

fez meu coração bater fraco e o sangue esquecer o caminho.

As lágrimas retidas na retina repleta de ti

teimando em comprimir o peito e impedir a respiração.

Fiquei aqui estática tentando acreditar em mim

e não transformar essa em mais uma promessa de canto de gaveta.

Desatravessá-lo de minhas pálpebras para finalmente dormir

foi a busca vã na noite longa, escura e fria,

mas prevejo uma busca que há se perder nos dias...

nas idas sem vi(n)da do coração descompassado!