Nada! Nada!
Um papel rasgado,
Uma folha velha no chão,
Uma caneta sem tampa,
Um pensar, uma ilusão.
Tinta sujando a mesa,
O caderno em desalinho,
Um clima de frieza,
Lágrimas caindo aos pouquinho.
Uma taça quebrada,
Uma garrafa de vinho,
Uma mão macia tocando o pescoço,
Logo, logo, fazendo carinho.
Um se enroscar,
Um afago, um beijo,
Um se tocar de corpos,
E muito desejo.
Uma caneta no chão,
Uma folha voando ao vento,
Adeus a ilusão,
Folhas voam ao relento.
A cortina da janela balançando,
O bater da porta aberta,
Papéis da mesa voando,
O gato que dormia desperta.
A lua brilhando no céu,
Se mostrando a todos que é nova,
O casal agora no quarto,
Trocando segredo de alcova.
O vento balançando as árvores,
A coruja quieta olhando,
Um cachorro latindo no mato,
A cigarra aparece cantando.