(RE)PENSANDO
E foi naquela manhã de chuva,
de pingos e respingos em minha janela aberta
que me recordei de nossos momentos...
Ousados, amados, apaixonados!
Um colibri cantava no galho da ameixeira,
chamando por sua amada.
O beija-flor (presente todos os dias)
voejava de flor em flor no jardim molhado.
E a vida passava diante de meus olhos...
Não pude segurar o tempo
mas posso abreviar as dores,
matar as lembranças,
chorar menos pelo leite derramado.
Enxugar as lágrimas é fácil...
Difícil é arrancar a ferida do coração
que já foi dilacerado, massacrado,
ferido em suas finas membranas
e atirado ao exílio da paixão.
Como fugir desse fosso profundo
De um passado imundo
Que não me deixa sorrir?
Não sei onde você se esconde...
Eu... Estou morrendo aqui!