Ida e Volta
De repente o chão cedeu e uma fenda se abriu
E numa queda livre senti meus pés chegando ao fim
Num impulso para subir senti-me envolvida pela sua voz
Como num abraço quente guiando pelo caminho...
Absorvendo os meus sentimentos e atenção
Fazendo-me flutuar novamente numa alegria fugáz
Todos os sonhos desfeitos pelo seu silêncio
Tomaram cor e forma com um simples olhar...
Voltei do inferno ao céu
Votei a sorrir, desejar, acreditar...
A carência talvez seja a resposta e o motivo
Talvez a esperança e a promessa sejam a razão
Afinal, como separar emoções e sentidos
Como separar o desejo do que vem do coração?
Como negar o que se quer com tanto ardor
Como mascarar com indiferença a esperança
Como esconder o brilho dos olhos com dor
Como esconder a alegria diante de sua presença?
Em uma vida pluralizada
tudo que se tem, se tem pela metade.
A alegria, o amor, a tristeza,
O prazer, a esperança... e até a saudade.