POEMA À UMA CORJA
Alda Cabrita, escritora, Lisboa, Portugal.
7 de dezembro de 2011 às 19:30
Obrigado excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada
Por não nos darem explicações
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero
Obrigado pela vossa mediocridade
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar
Obrigado por nos darem em troca quase nada
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade
pelo chocante imerecimento da nossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço
e pelo vosso vergonhoso descaramento
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são
Obrigado por serem como são
Para que não sejamos também assim,
e para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.
Alda Cabrita, escritora, Lisboa, Portugal.
7 de dezembro de 2011 às 19:30
Obrigado excelências.
Obrigado por nos destruírem o sonho e a oportunidade
de vivermos felizes e em paz
Obrigado pelo exemplo que se esforçam em nos dar
de como é possível viver sem vergonha, sem respeito e sem dignidade.
Obrigado por nos roubarem. Por não nos perguntarem nada
Por não nos darem explicações
Obrigado por se orgulharem de nos tirar
as coisas por que lutámos e às quais temos direito
Obrigado por nos tirarem até o sono. E a tranquilidade. E a alegria.
Obrigado pelo cinzentismo, pela depressão, pelo desespero
Obrigado pela vossa mediocridade
E obrigado por aquilo que podem e não querem fazer.
Obrigado por tudo o que não sabem e fingem saber
Obrigado por transformarem o nosso coração numa sala de espera.
Obrigado por fazerem de cada um dos nossos dias
um dia menos interessante que o anterior.
Obrigado por nos exigirem mais do que podemos dar
Obrigado por nos darem em troca quase nada
Obrigado por não disfarçarem a cobiça, a corrupção, a indignidade
pelo chocante imerecimento da nossa comodidade
e da vossa felicidade adquirida a qualquer preço
e pelo vosso vergonhoso descaramento
Obrigado por nos ensinarem tudo o que nunca deveremos querer,
o que nunca deveremos fazer, o que nunca deveremos aceitar.
Obrigado por serem o que são
Obrigado por serem como são
Para que não sejamos também assim,
e para que possamos reconhecer facilmente
quem temos de rejeitar.