Inspirado em "Depois, bem depois, saltei!"
de: Arana do cerrado
Lavando pedras
Nesse lavar de pedras aos prantos, à beira de rios que não mais existem. Nesse caminhar trôpego e ofegante, colhendo estrelas que perderam o brilho. Nesse caminhar entre curvas de linho e linhas retas, nesse saltar onde o abismo é mais profundo que o propósito, onde a dor não acalmaria a alma para voar juntos, onde o tear, tece tecidos lilases. Entre sons de violoncelos em sinfonia, regida por ondas na beira do cais, a Poesia vai passeando descalça com flor no cabelo, de mãos dadas com o inusitado, acolhida em meus braços órfãos. O órgão que respira letras, não é o mesmo som que sai pela garganta. A Poesia vem por caminho torto ou reto, e desconhecemos onde mora. Talvez no centro do Universo da vida-Terra. Talvez o reverso do reverso. Talvez o avesso. Não tem pousada certa muito menos horário de chegada. Amante fielmente incorreta. Sempre fico assim encorpado, feito pássaro estufando o peito ou Sabiá cantando, conquistando a cópula com a fêmea, quando te leio.
Tony Bahi@.