Longe de tudo, cediço,
habito a solidão que escolhi.
Não tenho lida com a existência,
não só a minha, mas por inércia,
todas que não vivi.
Projetos me enfadam,
não sinto atração por nada,

eis o que cobiço...

Em instantes,
desentranho-me da realidade.
Expurgando de forma helicoidal
o tabaco que fumo.
Ascende em espiral,
adentrando à atmosfera que durmo.

Andorinhas migram pelo céu
sempre nas mesmas estradas.
Desconheço tal lógica.
Como qualquer ser humano, 
caminho em direção ao fim.
Essa é a verdade, por ora...
Enquanto os ponteiros disparam,
não movo, nem um segundo,
da zero hora.

                 

  (P/ o amigo José Carlos Pereira Júnior.
   Em 19.08.13)