Imagens entram pelos olhos, mas mexem com a mente e com o coração!

E lá, sobre o fogão, o café quentinho sempre esperando gente para compartilhar emoção.
Podia ser o vizinho, família, visita ou até mesmo o patrão. O que importava era a conversa, adoçada com o pretinho feito pela mãe com carinho e muita dedicação.
Mãe fazia de manhã, á tarde e, até mesmo, de noitinha, esperando alguém para formar roda e prosear de montão.
Pai chegava de mansinho, chapéu na cabeça e já com cigarro na mão. E, com a desculpa de roubar fogo da lenha, tomava uma, duas xícaras, com muita satisfação.
Para não perder o cheiro que invadia a cozinha, pai puxava o banquinho sentava baixinho, alisava nossas cabeças e nos ensinava a fazer oração.
Que belos momentos estimulados pelo café quentinho, para mim e para meu irmão.
Contar história de assombração, mula-sem-cabeça, corpo-seco, causava medo de tirar o sono. Mas, tomando café, então, mexia muito mais com nossa imaginação.
Que tempo bom!...Café quentinho, lenha no fogão, amizade sincera, alegria, simplicidade e muitas emoções nos momentos que hoje são só recordação!
O tempo já se foi. Mas, no ar o cheiro atraente do café sobre o fogão é muito mais que simplesmente imaginação.
É saudade, é lembrança e divina recordação, de um tempo que não se apaga da mente e, também, de nosso coração.
(JPF:18/8/2013)