Queima-me

Mais um dia, onde a névoa brilha entre os cintilantes momentos de dor.

A neve cai, cobrindo a pouca esperança que me resta.

E o frio, congela o pouco de sobriedade que me faz sorrir.

As lágrimas escondem-se, por cansaço ao se expor.

Sinto-me cheio, o mar estar dentro de mim.

Navegam nas correntes das minhas dores.

Dói!

Preciso desaguar.

Ressoar minha angústia, transformá-la em chamas.

Queimar!

Sentires dentro de mim, sem que possas se afogar.

Abraça-me, a onde quer que estejas, 'deságua-me',

transforma-me em fogo, faça-me queimar!

Chama-me para que em chamas eu possa aliviar

a sombria dor da sua ausência, o simplório vácuo

do meu coração, a sonora nota de um servo

destinado a sofrer de amor.

E a congelar nas derradeiras armadilhas de um mundo cruel,

que queima apenas o que não deve e afoga o que não deveria.

Volte, existe mais que um corpo a queimares;

Existe um amontoado de bons sentimentos retraídos ao

meu vago momento de amar.

Sávio Soares
Enviado por Sávio Soares em 18/08/2013
Reeditado em 15/08/2014
Código do texto: T4440233
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