Queima-me
Mais um dia, onde a névoa brilha entre os cintilantes momentos de dor.
A neve cai, cobrindo a pouca esperança que me resta.
E o frio, congela o pouco de sobriedade que me faz sorrir.
As lágrimas escondem-se, por cansaço ao se expor.
Sinto-me cheio, o mar estar dentro de mim.
Navegam nas correntes das minhas dores.
Dói!
Preciso desaguar.
Ressoar minha angústia, transformá-la em chamas.
Queimar!
Sentires dentro de mim, sem que possas se afogar.
Abraça-me, a onde quer que estejas, 'deságua-me',
transforma-me em fogo, faça-me queimar!
Chama-me para que em chamas eu possa aliviar
a sombria dor da sua ausência, o simplório vácuo
do meu coração, a sonora nota de um servo
destinado a sofrer de amor.
E a congelar nas derradeiras armadilhas de um mundo cruel,
que queima apenas o que não deve e afoga o que não deveria.
Volte, existe mais que um corpo a queimares;
Existe um amontoado de bons sentimentos retraídos ao
meu vago momento de amar.