ESCREVENTE DA PRÓPRIA VIDA
E ela subiu a montanha
Como quem revê o tempo...
Depois de longa jornada,
Caminhando em tarde fria...
Chegou ao pico,
Revendo a própria trilha...
Ao mirar-se bem lá longe,
Encontra a ilusão,
Num tempo de fantasias...
E quando então se aproxima,
Retoma a infância em suas mãos...
Manipula poucos brinquedos,
Reinventa as brincadeiras,
E depois que acordada,
Dar-se conta que era tudo ilusão...
E ela assim se ajeita,
Naquele alto da montanha
As voltas com a imensidão...
Um olhar, mais alem,
Vê a juventude brincando com a esperança
De um dia ser gente grande
Desbravando os continentes,
E depois volta pra casa,
Como se nunca estivesse ausente...
Porem naquele mesmo horizonte,
Volta a se perde no tempo...
Ao contemplar a distancia,
Olhando-se um tanto mais próxima
Depara-se com a própria vida
Diante de si,
Bem perto,
Agora á sua frente...
Corteja cada segundo,
Como se nunca houvesse pecado,
E assim anoitece sem saber
Se é noite,
Ou se é dia...
E em questão de segundos,
Cria asas e sai voando,
Planando por tantas historias
Que compuseram a sua vida...
E do alto daquele topo...
Contemplando a sua existência...
Ela vê tanta gente,
Escalando aquela montanha...
E ao enxergar-se no pico
Mira-se,
Escrevente da própria vida.