SOU O QUE SOU
Aprendi a amar, sem medidas,
um ser que me toca bem fundo o coração...
que me enternece,
me acaricia,
me entende,
me perdoa.
Me explica a grandeza do fermento,
e o poder do grão de mostarda!
Um ser que me infunde confiança absoluta,
ao fitar-me, sem desviar o olhar,
todas as manhãs, diante do espelho...
olhando minha cara “amassada” pelo sono!
Faz muito tempo que descobri que amar esse ser
me direciona ao amor ao outro,
como conseqüência do sentimento que se expande e multiplica
sem conhecer limites ou direções!
No inicio pensei estar louca...
hoje sei que SOU LOUCA!
Alguém é capaz de amar o que não conhece?
Só os loucos... pois nada é desconhecido para eles!
A Alma Imortal não se esconde apenas na corola das flores perfumadas
ela habita, também, a concha sob a lama... o carvão vulcânico...
as asas da borboleta sob a aparência da lagarta...
o olhar sem luz do cego que reconhece
entre todos os sons os passos do amigo...
entre todos os cheiros o perfume daquele que lhe é caro!
A Alma Imortal habita o peito ferido e repugnante do leproso...
o cérebro enevoado do alcoólatra!
A garganta silenciosa do canceroso cuja enfermidade roubou-lhe a voz!
O corpo vilipendiado da meretriz
que se vende para prover aqueles de quem é guardiã...
o coração do assassino que por um momento, infeliz,
esqueceu que somos carne da mesma carne...
irmãos... filhos da mesma fonte...
A Imortalidade é intrínseca à Alma
por quanto não sendo física é incorruptível.
Sua beleza é eterna... imorredoura...
Alegre, simples e TOTAL!
Qualquer tentativa de classificá-la soa oca, no mínimo, incompleta!
A Luz, a Força, a Sabedoria e a Plenitude da Alma Imortal
permeia TUDO pelo vasto Universo...
Único/Diverso...
Verso e Reverso...
TU E EU/NÓS...
Unos e Múltiplos.
As vezes me perguntam como posso dizer bem de alguém
que me fere. Reconhecer seu lado bom, como posso?
Respondo (quase sempre só olho e me calo):
____ Essa(e) é uma parte de mim que ainda não me conhece...
ou talvez haja me esquecido!
Sou paciente, persistente e a conquistarei.
Sem ela(ele) não sou completa.
É como se alguém me houvesse esquartejado,
separando meus pedaços espalhando-os mundo afora.
Assim como Set fez com Osíris!
Se reconheço o valor luminoso de outrem
isso não quer dizer que desconheço minhas próprias trevas.
Mas, elas, as minhas trevas,
são minha chance de aprendizado, não de danação!
Eis que anulando uma das faces da moeda,
automaticamente lhe destruo o valor!
Que a LUZ nos acompanhe. AMÉM!