Paulo de Tarso

O Barco a deriva, açoitado por ondas impetuosas,

E eu sendo levado prisioneiro, por águas perigosas

Outros tantos como eu, imobilizados por algemas

O comandante quis matar-nos, e eu disse não temas

Nenhum dos teus presos se perderá, confia e verás

A tempestade se avolumou, com violência tenaz

O barco não resistindo, desfazia-se e afundava

Foi um salve-se quem puder , cada um por si nadava

Chicoteados pela força do mar, chegamos a Malta

Uma ilha qualquer na escuridão, serviria para o nauta

Que naufragara ainda há pouco, um frio cortante

Era o terror maior que já vivera cada navegante

Fui juntar alguns gravetos para um fogo que aquente

Ao menos os pés e mãos daquela infeliz gente

Então percebi, num relance de dor tão de repente

Em minha mão senti, a dura picada da serpente

Sacudi a bicha no fogo, e um nativo olhando absorto

A todos dizia, escapou do mar e pela cobra será morto

Mas meu Deus, que salvara do naufrágio todos comigo

Outra vez se mostrou um grande e maravilhoso amigo

Ao veneno da serpente sobrevivi, e não me calei

Da salvação que há em Cristo a todos ali falei

Fui livre da fúria do mar, me aterrorizei, não disfarço

E pra quem não me conhece, sou Paulo de Tarso

A Carlos Borges, Inspirado na Bíblia Sagrada e Atos 27 e 28
Enviado por A Carlos Borges em 17/08/2013
Reeditado em 15/07/2019
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