UM TOSTÃO DE PROSA E VERSO
Há tempos atrás, para ser mais exato uns seis anos, trabalhou em minha casa uma jovem "funcionária doméstica", que chamarei aqui de Paula.
Essa moça, casada com o pedreiro Cláudio, que com sua equipe trabalhou para mim, na construção de um sobrado nos fundos, por mais de um ano. Então era interessante. Ela almoçava em casa juntamente com seu marido, sentados os dois na varanda onde existe uma grande mesa.
Ela é evangélica pentecostal, ele apenas leva a Paula até a igreja e volta para sua casa e ao término do culto ele vai buscá-la.
Tão amigos são, ambos, de minha família, que quando nasceu o meu netinho Pedro, agora já com dez anos, ela serviu de babá para ele. Tivemos que "emprestar" a Paula para a minha filha Déborah tal a confiança que todos nós depositamos nela, e ainda, ela sendo estéril, imagine-se a alegria da Paula em cuidar de um bebê.
O casal enfim. Eles são como se fala: "De dentro de casa". Nós nem com esforço conseguimos ver Paula e Cláudio como pessoas estranhas. São como parentes nossos.
Pois bem, essa introdução foi apenas para apresentar Paula e o Claudio.
Certo dia em conversa sobre passagens bíblicas, eu citei que em minhas orações, costumo pedir: "Pai, que Vossos Anjos acampem em derredor de nós e de nossos parentes e amigos, nos protegendo...etc.
Ela fez uma expressão de espanto e disse: "Misericórdia, "seu" Mauro, não fale isso..."ao derredor", isso é referente a satanás, que a Bíblia fala, que o malígno "urra como um leão ao nosso derredor". Deus disse "ao redor". O Cláudio que estava assentando o piso de um corredor que liga minha cozinha à varanda, falou: "O que o "seu" Mauro falou de errado Paula? É exatamente isso! As palavras são sinônimas. Lá em casa vou pegar o dicionário e mostrar para você como o "seu" Mauro está certo! É isso que dá você não sair da barra das calças do tal pastor, que sabe menos que o "seu" Mauro e eu! (Foi o Claudio que disse isso para sua mulher, a Paula, não eu.) Não disse mais nada. Mas para não ficar tudo muito no ar e um clima chato, eu disse o seguinte:
- UM TEXTO FORA DE CONTEXTO SE TORNA PRETEXTO PARA UMA DOUTRINA DE HOMENS.
E foi só o que dissemos aquele dia. No dia seguinte ela trouxe um bolo de fubá para nosso café da tarde falando que "o Claudio mostrou para ela que ambas as palavras sugnificam a mesma coisa". É isso! Questão de doutrina e dogmas que as pessoas entendem mal e ao pé da letra a Bíblia, e de resto qualquer literatura, sem raciocinar, e tomam como palavra final o que lhes são ditados, como disse: um trecho, sem ver o contexto.
AGORA O VERSO:
Nas minhas viagens para Minas Gerais e Rio Grande do Sul, meus Estados prediletos, onde me sinto em casa, tenho muita empatia com o povo desses dois nossos rincões. Em Minas por ter morado em Poços de Caldas e quase morando nos hotéis do Circuito das Águas, onde faço "sede" em Lambari. Quanto ao Rio Grande do Sul, me afundo nas menores cidades, para falar com os gaúchos, visitar os CTGs e tomar um chimarão e ter o prazer de ouvir o sotaque, que era de meu pai, visto meus bisavós, terem vindo dos Açores e se fixado em Pelotas e Bagé.
Então me identifico, faço parte das paisagens, sejam os campos e montanhas de Minas sejam os pampas, as canhadas e querências donde vejo... IMAGENS FELIZES:
Andorinhas planando sobre os telhados,
Roupas acenando nos varais.
Folhas secas virando pipas,
Chuva jogando gude nos quintais.
Há tempos atrás, para ser mais exato uns seis anos, trabalhou em minha casa uma jovem "funcionária doméstica", que chamarei aqui de Paula.
Essa moça, casada com o pedreiro Cláudio, que com sua equipe trabalhou para mim, na construção de um sobrado nos fundos, por mais de um ano. Então era interessante. Ela almoçava em casa juntamente com seu marido, sentados os dois na varanda onde existe uma grande mesa.
Ela é evangélica pentecostal, ele apenas leva a Paula até a igreja e volta para sua casa e ao término do culto ele vai buscá-la.
Tão amigos são, ambos, de minha família, que quando nasceu o meu netinho Pedro, agora já com dez anos, ela serviu de babá para ele. Tivemos que "emprestar" a Paula para a minha filha Déborah tal a confiança que todos nós depositamos nela, e ainda, ela sendo estéril, imagine-se a alegria da Paula em cuidar de um bebê.
O casal enfim. Eles são como se fala: "De dentro de casa". Nós nem com esforço conseguimos ver Paula e Cláudio como pessoas estranhas. São como parentes nossos.
Pois bem, essa introdução foi apenas para apresentar Paula e o Claudio.
Certo dia em conversa sobre passagens bíblicas, eu citei que em minhas orações, costumo pedir: "Pai, que Vossos Anjos acampem em derredor de nós e de nossos parentes e amigos, nos protegendo...etc.
Ela fez uma expressão de espanto e disse: "Misericórdia, "seu" Mauro, não fale isso..."ao derredor", isso é referente a satanás, que a Bíblia fala, que o malígno "urra como um leão ao nosso derredor". Deus disse "ao redor". O Cláudio que estava assentando o piso de um corredor que liga minha cozinha à varanda, falou: "O que o "seu" Mauro falou de errado Paula? É exatamente isso! As palavras são sinônimas. Lá em casa vou pegar o dicionário e mostrar para você como o "seu" Mauro está certo! É isso que dá você não sair da barra das calças do tal pastor, que sabe menos que o "seu" Mauro e eu! (Foi o Claudio que disse isso para sua mulher, a Paula, não eu.) Não disse mais nada. Mas para não ficar tudo muito no ar e um clima chato, eu disse o seguinte:
- UM TEXTO FORA DE CONTEXTO SE TORNA PRETEXTO PARA UMA DOUTRINA DE HOMENS.
E foi só o que dissemos aquele dia. No dia seguinte ela trouxe um bolo de fubá para nosso café da tarde falando que "o Claudio mostrou para ela que ambas as palavras sugnificam a mesma coisa". É isso! Questão de doutrina e dogmas que as pessoas entendem mal e ao pé da letra a Bíblia, e de resto qualquer literatura, sem raciocinar, e tomam como palavra final o que lhes são ditados, como disse: um trecho, sem ver o contexto.
AGORA O VERSO:
Nas minhas viagens para Minas Gerais e Rio Grande do Sul, meus Estados prediletos, onde me sinto em casa, tenho muita empatia com o povo desses dois nossos rincões. Em Minas por ter morado em Poços de Caldas e quase morando nos hotéis do Circuito das Águas, onde faço "sede" em Lambari. Quanto ao Rio Grande do Sul, me afundo nas menores cidades, para falar com os gaúchos, visitar os CTGs e tomar um chimarão e ter o prazer de ouvir o sotaque, que era de meu pai, visto meus bisavós, terem vindo dos Açores e se fixado em Pelotas e Bagé.
Então me identifico, faço parte das paisagens, sejam os campos e montanhas de Minas sejam os pampas, as canhadas e querências donde vejo... IMAGENS FELIZES:
Andorinhas planando sobre os telhados,
Roupas acenando nos varais.
Folhas secas virando pipas,
Chuva jogando gude nos quintais.