II - Um amor, mais uma vez em vão tenta traduzir-se
Cá estou eu com apenas uma noite para lhe dizer algo, mas nem que fosse a vida inteira eu conseguiria lhe dizer. quem me dera saber me expressar como os poetas e grandes romancistas. mas quem dera a um deles sentir o que eu sinto, este seria o maior autor da história. não só o maior autor, mas também o maior amante. eu perderia noites, escreveria livros, eu cantaria canções durante toda esta minha vida e nada me deixaria satisfeita... nada chegaria aos pés do que há dentro de mim, e de mim transborda.
ah! deixe que falem, que julguem loucura, insanidade... que os olhares me atravessem, que os lábios pronunciem nossos nomes... pois tudo isso há de vir daqueles que não sentem o mesmo, e então que sejamos censurados, pois fazemos amor no tocar dos nossos lábios, no encontro de nossos olhares e até mesmo no entrelaçar de nossas mãos, porque há sempre de transbordar amor.
Oh meu bem, acredite em mim, o eu te amo que eu conheço vem sempre acompanhado: seja muito, seja mais que o mais, desajeitadamente, exageradamente, infinitamente, seja incondicionalmente, mas que fique claro que esse "mente" tão repetidamente não mente jamais... é apenas insuficiente em lhe mostrar o que se sente e o que me faz.
Ah meu amor, compreenda quem és tu, não quem és neste mundo, mas que és o meu mundo e que em ti agora habito, que só em ti e contigo eu existo. saiba que esta noite ainda pedi ajuda aos anjos, que eles me ensinassem a falar a língua divina, talvez assim se explique um sentimento divino. mas nem a sua linguagem expressa este dentro de mim, este que escorre de mim, este que me olha, e agora me ouve.
Cá estou eu, perto de colocar o ponto para um intervalo neste texto dar, ainda não satisfeita com as palavras, e ainda sem poder o meu amor lhe contar.