Se eu disser agora

As onze eu paro, repito para a metade ainda inteira do espelho incansavelmente ás dez e quarenta e sete da noite, mas eu nunca consigo parar, os ponteiros que só aceleram.

Sou tão curiosa, mas me perco em covardia, um medo de tentar ao que não é meu, até que você me liberte.

Pelo escuro do meu quarto só enxergo o espaço vago no lençol aonde tateio procurando sua pele, suas curvas confundidas com os travesseiros vazios,

Do nada me atende, no primeiro toque, o relógio marca o tempo em que foi embora, a vento ainda sopra pela porta aberta;

De olhos fechado eu consigo sentir seus dedos caminhando lentamente sem pudor, desenhando toda parte por onde caminhou, mirou e me acertou em cheio

Eu prefiro as quintas sabe, mas eu gosto ainda mais dos dias em que te tenho por perto,

Os dias em que seus olhos brilham quando tem sol , quanto tenho seu cheiro, e cabelos bagunçados, quando vai me deixando sem graça sem precisar de muito

Mãos curiosas que encontram de tudo

E eu daria uma volta ao mundo pelo seu olhar, por teu toque e o teu ar;

Saber que esta perto faz qualquer outra coisa se tornar pequena

Quando eu volto ao real, quando acordo e já é dia, bem... ainda sinto seu tato em mim, descobrindo as partes que não foram entregues, mas já são suas;

Eu achei que era sonho, mas eu continuo querendo quero seu beijo meio com gosto de álcool e um gosto só seu, eu quero seu abraço, e pode ser as quintas ou às segundas, quero meus braços dando a volta no seu corpo, eu quero sentir a segurança de não estar sozinho;

Me faz tão bem, que o que eu disser tudo agora pode lhe fazer sentir vontade de fugir e sair correndo, mas eu vivo pensando em passar vida inteira ao seu lado, dormir e acordar, ter uma casa com puffs, lareira e frigobar.

Paula Rodrigues (Coka)
Enviado por Paula Rodrigues (Coka) em 13/08/2013
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