Vem
Vem, faz-me esquecer da fria noite lá fora...
Vem, guia-me pelos espaços do teu corpo,
doce, meigo....
Vem, ajuda-me a (re)amar,
A ver felicidade no teu riso,
E sentir a harmonia
No pulsar de teu coração
E na sinceridade de tuas mãos...
Preciso da verdade,
pois a mentira e a falsidade
Fizeram cerco em minhas certezas....
Vem, deixe que eu descanse
De meu dia solitário
No aconchego de teu peito...
Vem, toca-me com teus olhos,
verdejantes portas,
Que me querem enlevar ao infinito.
Vem, já não tenho porque lutar,
A batalha ficou lá fora,
Longe, em dois passados
que preciso esquecer.
Vem, cura-me a alma
de um amor doente, triste
que desabou no vazio.
Vem, cura-me a mente
De agressões perversas
a que meu corpo foi submetido.
Deixe que eu transcenda
No momento único que me aguarda.
Vem, para que possamos,
nesse reencontro
Das perdidas almas errantes,
Voar, sonhar de novo,
Ser feliz porque nos temos.