ROSA AGONIZANTE
Conto um conto em poesia,
que à beira do lago,
pela manhã eu via:
ROSA AGONIZANTE
Era uma rosa, vermelha, no chão,
O caule tenro,
Bem verde e viçoso, até então.
Havia apenas uma pétala fora do lugar,
Que se distanciava em pouco espaço da flor-mãe.
Prenúncio de destruição.
Morte anunciada, pressentimento,
Talvez resquícios de um amor acabado,
De recente rompimento...
Rejeição de um pedido de desculpas
Ou desejo de futuro, presente evitado.
No caminho poeirento,
Apenas um sinal ainda de vida,
Uma rosa agonizante, um tormento
Que não resistiria aos primeiros raios de sol.
Exigindo do caule a seiva necessária, já esmaecida.
Rente às solas dos passantes, privara-se do arrebol.
Perderá, certamente, impotente
O frescor da água, que a acolheria
No vaso da imaginada, quiçá, possível reconciliação.
Nada fiz por ela que jazia,
Fui incapaz de estender-lhe a mão.
Dalva Molina Mansano
09.08.2013
Londrina, PR
16:00