PERFÍDIA

A perfídia nos separou, e a vaidade me impede de conceder-te perdão, nestes vastos dias em que me arrasto na solidão, me pego tantas vezes pensando em ti... Pensando em nós!
Passam meses e a paixão insiste em sobreviver em meu peito, como chama acesa em meu âmago, que arde a cada lembrança tua. Logo uma tempestade ácida me invade, e choro copiosamente excrusiantes gotas de amargura... Este sentimento pungente e plúmbeo, massacra meu coração que sangra... Sangra e sangra!
Amor e ódio intercalam nesta penosa e indesejável visita, ambos me invadem com tamanha intensidade que levam meu corpo a profunda a profunda fadiga... Sinto a presença quase que palpável de um adoecer.
A afliação me envolve, pois tenho a certeza que hoje mesmo, tentas me esquecer acomodando teu corpo em outras curvas.
Sei que em devaneios buscas meu cheiro e tua fantasia pede minha pele nua para manter a calidez da tua.
Liberta a lembrança de nós dois e sacia a fome do corpo, mas nada supre tua alma vazia e abatida que oprime teu semblante banhado em frieza.
Tentas mascarar a dor de não ter-me ao teu lado e oculta o sofre nos olhos vidrados... Esboça mais um de seus sorrisos forçados, contendo a saudade, sofre calado.
Adormece vazio, abrigando em seus braços aquela que crê em vão na total ruptura de nossos laços.
Christinny Olivier


 
Christinny Olivier
Enviado por Christinny Olivier em 07/08/2013
Reeditado em 12/11/2013
Código do texto: T4424097
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