Minha Casa
Em mim moram lembranças que me trouxeram onde estou.Mora também esperança, combalida esperança, a quem trato como médica a paciente, pois se morre ela, morro eu.
Moram muitos afetos e poucos, mas reais desafetos.Moram amores em mim, de todas as naturezas.
Habitam meu sótão culpas, medos, desilusões e outros sentimentos feios, que me assombram, vez ou outra, atrasando meu caminho.
Ódios, não passam muito tempo aqui, portanto não têm domicílio em mim.
Abri vaga, para a paciência, a determinação, a força de vontade e a organização.
Estou dispensando as mágoas, os rancores e a intolerância.
Sou casa onde há lágrimas e risos, som e silêncio, claro e escuro, afinal para dormir e sonhar não preciso de luz.Paredes e essências de vidas que por mim passaram, deixaram tijolos que edificam meu lar em constante construção.
Evelyne Furtado