Os Quereres
Os quereres são de quem os tem não de quem os recebe. O querer que se dá é o que se tem. O que se recebe não se tem, pertence a quem o dá. Entre a dádiva e o recebimento há um espaço onde os eventos não são controlados, é isto que gera a incerteza que alimenta as paixões. Os apaixonados estão sempre aquecidos pela espera, pela esperança, pela dúvida, pelo sonho do apego, do afeto que sempre se renova, porque estes elementos aleatórios, e independentes de si, põem mobilidade aos relacionamentos. A paixão também se alimenta do reflexo narcísico, transferência e identidade. Assim nos encontramos no outro e o vestimos com uma capa invisível (o 'bzetzung' freudiano). Esta química é o fundamento do querer, que é fantasia que nos faz acreditar no que não assegura crédito, no que nada promete. Assim sonhamos e nos movemos em direção ao objeto do nosso amor, a nossa cena poética, na qual inserimos o outro e o vemos na super energia da paixão. A paixão humana é o motor da história, dos grandes feitos ( bons e maus). Toda esta fantasia motora tem em sua base o desejo, é a pulsão instintual mais primitiva. Por isso é preciso se conhecer, para saber, e cuidar do objeto do desejo. Este cuidado situa a paixão num nível saudável, no espaço intervalar que nos permite viver afastados de circuitos neuróticos, que eventualmente são inevitáveis, para todos os seres humanos. Assim 'de médico e de louco todos nós temos um pouco'.
Ibernise
Os quereres são de quem os tem não de quem os recebe. O querer que se dá é o que se tem. O que se recebe não se tem, pertence a quem o dá. Entre a dádiva e o recebimento há um espaço onde os eventos não são controlados, é isto que gera a incerteza que alimenta as paixões. Os apaixonados estão sempre aquecidos pela espera, pela esperança, pela dúvida, pelo sonho do apego, do afeto que sempre se renova, porque estes elementos aleatórios, e independentes de si, põem mobilidade aos relacionamentos. A paixão também se alimenta do reflexo narcísico, transferência e identidade. Assim nos encontramos no outro e o vestimos com uma capa invisível (o 'bzetzung' freudiano). Esta química é o fundamento do querer, que é fantasia que nos faz acreditar no que não assegura crédito, no que nada promete. Assim sonhamos e nos movemos em direção ao objeto do nosso amor, a nossa cena poética, na qual inserimos o outro e o vemos na super energia da paixão. A paixão humana é o motor da história, dos grandes feitos ( bons e maus). Toda esta fantasia motora tem em sua base o desejo, é a pulsão instintual mais primitiva. Por isso é preciso se conhecer, para saber, e cuidar do objeto do desejo. Este cuidado situa a paixão num nível saudável, no espaço intervalar que nos permite viver afastados de circuitos neuróticos, que eventualmente são inevitáveis, para todos os seres humanos. Assim 'de médico e de louco todos nós temos um pouco'.
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