Carnaval

A flora, a fauna e a primavera são testemunhas dessa era, que o que era já não é mais, e o que eu quero mais é o vermelho dos corais na sua roupa, na sua boca, cintilando nos carnavais, como orações e corações

a palpitar, e apitar esse meu peito, que foi eleito para sofrer, para gritar

a ti que aflora, que me adora a essa hora, que me adora, minha flora, que floresce, me engradece, e me esquece como um amor de carnaval, alguém profundo e trivial, de cor vermelha tom carnal, que era, na primavera, daquele inverno, de inferno de carnaval, onde tudo era mais banal, onde te amei e não fiz mal, onde me amou e disse tchau, naquele triste carnaval, em que perdi minh'alma para você, e que fez foi me esquecer, e o que fiz foi me esquecer, de mim, não de ti, nem daquele carnal carnaval.