EU SOU AQUELA

Eu sou aquela que voa e se esquece do manche em pleno voo.

Testo, também, a minha flutualidade em rios profundos, que suponho navegáveis.

Desta forma, testando e me atirando no vácuo,

busco em mim o que comprove a lenda de Arquimedes em Siracusa e descubro quanto me resta ainda de essência e quanto me foi raptado. Heureca!

Sou fruto da liberdade que me dou e com ela sobrevoo planícies,

vales e rochedos. Sou liberta igual o pássaro, que canta de galho em galho e amiga da borboleta que viaja entre as flores.

Bebo da mais límpida e clara água do rio, a escorregar preguiçosamente, bem na fonte onde ninguém ainda pôs os pés.

Canto como canta o rouxinol, no momento em que quero e a mim dou esse direito.

Assim sou, porque dos anos foi isto que recebi e com eles vou aprendendo, a cada dia, a lição de ser livre com a felicidade, no instante em que me apraz a liberdade.

Perco-me de mim em pleno voo, pois a poesia da vida me conduz.

Porém, sei voltar à plataforma de embarque e pisar no chão, maciamente

e voltar refeita do dia-a-dia, assim como voltam as andorinhas.

Dalva Molina Mansano

01/08/2013

11:12

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TEXTO INSPIRADO NA CONVERSA QUE TIVE COM MINHA CUNHADA, MARIA ELENA, A QUEM O DEDICO POR OCASIÃO DE SEU ANIVERSÁRIO.

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 01/08/2013
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