Meu imortal amor
Canto I – A Saga do amor
o amor navega nas profundezas marítimas das minhas gemas
trafegando acelerado no porto repleto de segredo do coração
candente de afeições fundeia no íntimo da minha apreciada
vendo no espaço da enseada com leme coruscante de amor
eu aprecio a cada nascimento a lua nas encostas do amor
nesse verdor frio em que o sol esvanece há apenas a flor
que eu levo nos horizontes encarnados da minha visão
é a prosperidade que contagia nas peças da minha lua
redonda de amor na celebração augusta de distração
eu vou sempre amar, amando a força que me canta
talvez, o amor seja a perspectiva que vivo neste ar
sem definição, sem explicação, eu vou adorando
se o amor é a memória definida do meu residir
eu farei o castelo mais ornamental em versos
e findo no amor por todas as bandas, é meu
onde a pepita agradável, vem encantar
alegrar o íntimo do mote mais querido
na vanguarda eu quero sempre te amar
no leito do amor. eu serei mais garrido
nem as folhas secas das oliveiras me calham
nem mesmo as ondas agitadas me fazem medo
nem o sol queima o meu rosto unido na sua face
por que o amor tem muitas façanhas com aleluias
refaz a sua imagem no meu coração e me amolece
seduz-me na aspiração de suas asas com jovialidade
será o amor um fantasma que eu nunca vejo por aqui
aparece no caldo dos meus olhos e me faz entusiasmar
não havendo sombra, eu permaneço avaliando a lua nua
a menina dos olhos de prata vestida de noiva na noite fria
uma princesa tão admirável mais que a minha lua prateada.
eu fico louco submergindo a grandeza dessa senhora rainha
mais linda dama em meus versos, que não foi feita para mim
somente Rei Arthur consome as plumas dessa espaçosa paixão
e na totalização que vem nos dias, meses, anos, e séculos sem fim
é uma verdade real subjugada nos confins martelados dos ambíguos
no pilar assentado dos triângulos da neutralidade que anima no ocaso
reproduzem na comunhão de vontades todos os labores para o sonhador
e sendo a diferença mística dos domínios embarcados em cada fisionomia
retratam os períodos ilimitados dos afetos surgidos no latifúndio da alma
sorrateiro entre as nuances galopadas das idolatrias não desenvolvidas
castigando as estremeções vinculadas no apego do fino sentimento
corroendo um pedaço ou parte desta lanterna que não faz aliança
aceita-se que a formosura apenas dar cor no cartucho do amor
alinhando na dinâmica as folhagens forradas de vivacidades
por isso, a labutada se torna um arco de flecha abrandado
certeiro, nas intrínsecas abordadas da legítima sensatez
faz do apreço, o terço com endereço desde o começo
é o amor, moldurando na costura afável dos afetos
açambarcando os rios das artérias rubras do amor
em linhagem imaginária e abstrusa de aragens
no carrossel aberto de mel com bel-prazeres
são aspirações cativas entr’os jardins do céu
corporação indivisível no acalanto é um véu
decompondo o sentimento como um chapéu
não é um troféu, muito menos um escarcéu
porém, lamentável quando o amor é um réu
e tudo se transforma em um mar de fogaréu
se se diminutas as lutas poderá ser um ilhéu
amenizando composição amigável, haverá inteira solidez
porque o amor não trava embustes, nem improvisa guerra
tão-somente edifica com notoriedade a dedicação do belo
com escória excelente de incomensuráveis reciprocidades
assim baila esse nobilíssimo sentimento que é a meiguice
é o amor uma imaculadíssima dinastia
legendada por afeições cotejadas na vida
deliciosa amêndoa no desenho do coração
satisfazendo o espírito com mil amabilidades
locupletando as sensações no conforto da calma
são as alamedas mais doces da mansão do amor
o longo convívio afaga no achego duradouro
permeando a mente no endereço do fulgor
escrevendo as delícias com mais primor
são distingues etéreas da constelação
fluindo na concepção do universo
e no espelho da realidade da vida
o carinho é uma carruagem de sonhos
cingindo a alma na magnitude das confissões
é a vitória tecida nos cortes da vulnerabilidade
tão frágil que se quebra como um cálice
tão leve que penetra sem percepção
na conjunção completa do afeto
o amor não fere e não enxovalha
compartilha a doação sem acreditar
o amor é aquiescência de boa ação
esmagando o egoísmo na prisão da mente
o amor é o dia e a noite em reciprocidades
é a augusta aliança completa e inquebrável
pisoteando orgulho em todas as dimensões
no mais atlântico alicerce feito sem projeto
são ondas espaçosas no baldrame imutável.
conglomeradas afeições não alteram
não modificam não se extinguem
não realizam nenhuma promessa
a calentura é o sorriso na tristeza
superando alegrias e tantas agonias
até mesmo na desfeita de um infeliz adeus
no qual é tão dolorido no acesso do rompimento
e mais dolente quando os brotos notam a separação
na magoada história escrita em letras de lágrimas
deslizando não tranquiliza o sofrimento da alma
é o extremo do amor, onde a onda se quebra
nas intensas profundezas de um oceano
repartindo o coração em mil pedaços
e rompendo o sentido da existência
faz silêncio total das temporadas
o amor é algo especial dentro de si
é a bússola apontada sem destinos
o lenço mais extenso nas decepções
friccionando a tristeza em cada olhar
na vestimenta mais branda dos homens
sem fórmulas, e sem negociações
é um livro aberto e simples de ler
não possui pesagem ou prestação
e muito menos qualquer cobrança
o amor é o pulso e o relógio da vida
marca todos os baques na prudência
é a evolução mais digna dos átomos
e as lembranças ativadas em prótons
fulgurando a alma como um sol ardente
não haverá estrela cadente sem afeição.
No lago de amor há correntezas infindas
Incondicional em todas as margens
O amor é tão paciente sem medição
Não possuindo o baú de medos e receios
No amor não há espaço para o rancor
Interage na influência e destrói a vangloria
Conserta defeitos e desafia a paixão em brasa
É a oferenda mais singela da pessoa
Desnudando a censura sem humilhar
O amor não destroça as imaginações
Aproxima os limites dos bel-prazeres
O amor é a ocasião mais achegada da alma
Conferindo milhares de adjetivos abstrusos
Na união da igualdade sem desamparar
São todos os argumentos iniciais da amizade
É o amor um continente extenso de afetos
Cercado por inúmeros acontecimentos
Se o amor é uma doçura inexplicável
Mais enigmático é julgar suas estirpes
O amor aparece do nada, coisa nenhuma
Avizinhando o querer, mais e mais
Estendendo em uma química espantosa
O amor é o aroma mais cobiça da amizade
Todos apetecem apenas alguns são chegados
O amor é uma galáxia invisível
Constituída dentro do buraco negro
Expelindo na dimensão do ego massa escura
Com campo gravitacional apaixonante
Namorando as delícias dos corpos
E nascendo novas estrelas densas e belas.
O amor é como o sangue que corre
Circulando por todo o orbe corporal
Um líquido invisível e sem tonalidade
Dominante por todas as artérias
É tão influente que é capaz de tudo
Neutraliza o tempo e as horas
É tão bom o amor que nos cega
Abraçando a paz e construindo alegrias
Esse amor verdadeiro é certeiro
É tão inexplicável que nos faz viver
Materializa sonhos e mistérios
É um superpoder com energia
Conectando dois corações amantes
É o amor a dualidade nas aspirações
Um continente de emoções com calma
Na liberdade de todas as águas presas
Impondo salvamento à alma da criatura
E acende o sol em grandes chuvaradas
Entende todas as escritas das estrelas
Desperta com a noite na calma da paz
Nada se apaga ou se abre sem o amor
E cura todas as moléstias com relevo
O amor é a conexão das asas amadas
E seu maior elemento químico é a fé
Que faz ternuras no tempo de choros
O amor não é feliz sozinho no atalho
Não queima e nem arde na desunião
Aclama a prosperidade com saudade
Unindo dois corações sem desiludes
É o amor, a única razão da existência.
Ou um gigantesco planeta ou asteroide
É tão real que apenas podemos sentir
Não podemos apalpar e nem ver, é mágico
É uma maravilha! É uma luz solar
Com força e robusta energia queimante
O amor é o nascer da existência da paz
É o superlativo altivo do coração
É a máquina mais trabalhosa
É tão exímio e magistral que enlouquece
Arde e incinera quando não se der estima
Machuca os pensamentos na traição
Alteia os dias vividos em lembranças
Edifica nova morada onde quer
O amor não pergunta e nem responde
Sobressai completamente mudo e surdo
Regulando a régua no grau em que se ama
Eternizando toda a nossa materialidade
Do passado ao presente e não perece
Eleva-se quando prospera no futuro
Esse sentimento amoroso se perpetua
Gira, gira, gira como uma roda gigante
Na brisa mais cobiçada do ser humano
É o terno mais aguçado dos amantes
Nesta sublime medição enigmática
Não há espada mais garrida que o amor
E nem lança mais cortante que o amor
Indestrutível e sem qualquer indagação
Supera monte, limites e vive sem fronteiras
Equação mais sublime do Deus Supremo
Decompõe a angústia em mil alegrias.
Se existe o nada, o nada é o puro amor
Na larga raiz imaterial do ser humano
Um desejo gratuito, leve, livre e solto
Assim, é a face do venerável amor
Curando com o remédio da consolação
Faz atração entre corpos amados
Purifica os erros e conserta o coração
Ergue, levanta quem se desmorona
É o amor o estandarte latente balançando
Lábaro brioso leal e mui sincero
Único ser que enxuga as lágrimas
Com os dogmas do extenso perdão
Faz a porta a gratidão em mil esperanças
Cobrindo sem custos as fraquezas
Abduzindo as enfermidades do corpo
É o amor, o guerreiro de todos os prélios
Eleito como o maior livro do homem
Com folhas escritas para a eternidade
Nos lenços mais suaves da alma.
O amor é o retrato da mais alta saudade
Que guardamos e ansiamos a sua falta
Entorpecendo a elite do espírito
O amor é a mais soberba face da felicidade
Não lavrando com cuidado se perde
Na inclinação do dia amanhecendo
E, poderá se aperfeiçoar no anoitecer
Justificando o poder e a existência de Deus
No perfumes mais raro – o amor
A seiva do amor é tão reta que não há curvas
Não havendo espaço para uma descida.
ditoso agrado
é ter um bom amor habitando na alma
envolvendo todo o corpo na extração dos carinhos
representando o arrojo mútuo e causando ampla admiração
faz habitação dentro do coração ligando as aquarelas do acalanto
é um dos espetáculos mais belos com cenas e assuntos insonháveis
sucedendo às vezes, sem que percebemos a sua abordada inesperada
batendo o coração acelerado faz a magia sentimental mais acentuada
assim é a energia calorífica dessa emoção comtemplando o coração
adubando as vibrações na unidade sem qualquer lembrete ou nota
um sentimento que ruge, anseia, grita e se esperneia, é meiguice
bulindo incansavelmente dentro do coração sem hora marcada
o amor vem como uma avalanche, invadindo todo o íntimo
irradiando com labaredas e açoitando em bons momentos
tonando-se extraordinária emoção que não se destrói
e quando se extingue, o coração sofre loucamente
entre nuvens esparsas e completamente escuras
sai perambulando no ambiente melancólico
da solidão ardilosa dos espinhos sem rosa
amolando e pisoteando a mente frígida
na dor que abre nos blocos dos olhos
é assim as procelas da infelicidade
aliciando na lareira do calvário
a decepção amolada por dias
não é sensato ter desamor
na via estreita da alma
será sucessivamente
a máxima ferida
no coração
sem amor
O amor é a porta mais aberta do universo
É a nossa via láctea onde Deus é a central
Administrando nossos passos na criação
No mais espaçoso logradouro de luzes
Confraternizando os sentimentos compassivos
Suas expressões não denotam modicidade
Alçando novéis horizontes na época vindoura
Labora premissas em cada coração amado
Preside em lacunas as premonições
Remexendo na restauração da alma
Sem possuir deplorações no espírito
Não existindo palavras para decifrar
E o amor realiza atmosferas longínquas
Inventa o feio na mais bela oferenda
E dar a este sentimento sem esperar volta
Na perfectível concepção dos sentimentos
É o diagrama arquitetônico mais suntuoso
Um grande cruzeiro de ordenações pessoais
Em cada uma das rodas giram transformações
Abundantes em diversas peculiaridades
Que o ser Supremo já criou além do universo
Ditoso é quem possui o passaporte dessa afeição
E a cancela mais alterosa para quem ama
Dando e espalhando dádivas sem nada auferir
Laborando no crescimento das benevolências.
Entusiasmando descobrimentos aos rebentos
Acendendo palcos luminosos em cada jornada
Ainda perfilando o corpo e remata o íntimo
É o amor o nascimento de prosperidades
Na carruagem histórica mais sensível.
Canto II - O Mundo Céltico
o grande mundo céltico
apogeu de toda Europa
constituído num legado
ramificado na incerteza
outrora deixando o mar
desde o segundo milênio
migrou para vários solos
eternizou toda a Irlanda
dominou toda Anatólia
fez da Península Ibérica
a mais ilustre conquista
e do norte de Portugal
lutou ainda por Galiza
alastrando a mãe língua
em tradições e costumes
das amplas tribos bretãs
elevadas nas mitologias
por toda ilha Britânica
Definiram centenas de deuses e noite das trevas
e sobreveio na Irlanda o cristianismo de Cristo
o letrado e bem-aventurado Bispo São Patrício
bateu o ateísmo e fez da Irlanda o cristianismo
e aflorando da Irlanda do Norte até a Narbona
entre cultos e religiões, sobressaía os druídas
grandes rituais e relevantes celebrações
em caldeirões e amplos sacrifícios
nas noites de lua cheia, fervia
militavam seus cultos
e mil bruxarias
os druídas
Nem mesmo as horas apagam as preleções
Nem os minutos precipitam as temporadas
Dos novelos indissolúveis dos painéis
Naufragando nos becos das turbulências
Entre os estampilhados desacelerados
Passam-se as nuvens entre as tempestades
Nas lembranças enraizadas dos temperos
Evocando dunas nas sombras do futuro
São costelas amaciadas dos cumprimentos
Que não se apagam com as ventanias
Nem mesmo com os coices das chuvaradas
Envelhecidas no topo da existência
Denotam a sensatez das palhetas dos ares
Em liturgia dos cânticos assobiados
Sobrevoando os andares das biografias
Bandos isolados em busca de refúgio
Caravanas partindo sem sossego
Autodeterminação nas colinas
Entre rios, montanhas e picos
Definiam as ouvidos de um povo confuso
Às vezes, alinhados na escuridão
Distorcidos das linhagens da prole
Destruindo o âmago das bestialidades
Mutilados em razões egoísticas
Incompreensões acirradas nas visões
Pestes nos invólucros de animais
Ferezas atribuídas sem fatalidade
Viagens ao acaso nas vielas da lua cheia
Assim comiam e viviam os ferozes
Maltratando a própria alma em descanso.
Às vezes, as ondas não voltam mais
Em lençóis de redemoinhos espaçosos
Purgando as correntezas de tantas incertezas
Burilando as demais cortesias sem amparo
Que não se apagam com as piracemas
Nem mesmo com os coices das chuvaradas
Chicoteadas no vacilo das noites inteiras
Borbotam petas entre tantas mentiras
Engodo nutriente dos mais fracos
Entorpecendo milhares de almas
No esgotamento de todas as paixões
Encarnadas no leme das ancestrais naus
Rematando no matiz dos anos, a voz
Artificiosa e lançadas no meu do corpo
São flagelos doentios da ciranda viva
Se o horizonte embarca nas horas
Não resistirá as chamas da estrela, lua
Despida no guardanapo das virgens
Olhai o lenço roto das pedras de marte
Pisando entre as compilações flamejantes
Discernem no abismo negro da existência
Mil insanidades desvairada de tolices
Empurram estouros no cinturão de asteroides
Caindo nos pés de cada viver para ter
Os pulsos enigmáticos da saudade
Espelhada em cada expressão neutra
Escondida nos murais da bulimia
Cavalgando os brutos na ingenuidade
Das manhãs enfeitiçadas pelo brio da lua
Ora abrigados nas florestas dos absurdos.
E se a vida fosse tão doce como o mar
E o mar tão rebelde e travesso como o rio
Os estandartes da existência, sorririam
Em desaforo contumaz de todos os dias
No despreparo miúdo que calham
São emoções em investigação de ódio
Remédio de todas as odiosidades
Embebidas nas taças das perdições
Lições hipnotizadas dos impérios
Relatos que voejam nos céus
É flúmen que invadem as mentes
Tateiam as caras redobradas em vão
Neutralizam as artérias com espada
Construindo o piso frágil das fantasias
Nos pirões esquartejados dos insumos
Das guerras mal travadas, caem vidas
E desses prélios serão as discórdias
Nas aspirações mais avançadas do homem
Poderes entre ações desestabilizadas
Em contornos afluentes de questões
São bocas feridas e hipocondríacas
Lastimando contra o véu sem mel
Lambuzado de infortúnios de desonestos
Piscando na sentinela da lua cheia
Sem trovões não abrolham anseios
Esmerilando o nariz das indagações
Flutuando no olhar maldito e traiçoeiro
Nas coisas de ninguém, sempre tem
Alianças atravessadas nas esquinas
Borbulhando nos tímpanos de outrem.
As minisséries de cada tribo pagãs
Eram atributos lançados ao vento
Dispersados sem entendimento
Frieza puríssima escandalosa
Em sangue-frio de dessabores
Ostentados no ferro mais elevado
Retorcidos por fúria das gemas
Alucinadas nas expedições e conquistas
Braços longos e homens afoitos
Não será um hitita dos flagelos
Agonizando no endeusamento
Abençoando a cabeça do animal
Adorando mil deuses na oração
Eram homens feitos para a guerra
No império de apenas um rei deus vivo
Os homens migravam como formigas
Acedendo caminhos ao novo mundo
Alimentação precária e morosa
Enquanto a caça e o verde existiam
Indo para outros chãos nus e imaculados
Migrações que duraram tantos séculos
Em milhares de convulsões avançadas
Desde o patriarca Noé aos tempos
Assim nasceu a menina Europa
Dos dentes dos primitivos estrangeiros
Fragmentada em diversos grupos
Desorganizados, formavam outras tribos
Separados, atravessavam o solo
Na árdua viagem mais épica do ser vivo
Colônias sem impérios, constituíam a vida.
Rumos diferentes e pátrias novas
Línguas, costumes e tantas crenças
Era o marco ancestral de cada cultura
Semeando novos berços entre o mar
Milênios percorriam a meia lua
Lendas e mistérios cobriam as mentes
Das cavernas aos topos das montanhas
À frente, à defesa da terra e do solo
Espalhados por todos os continentes
Cada homem que nunca se observaram
Levava consigo o brasão da desigualdade
Avançando na colonização europeia
Uma aprendizagem ao próximo futuro
Na vida terrena com pleitos imensos
Apoiando na criação das divindades
O homem domesticando o cavalo
Carroças de duas ou quatro rodas
Domavam as influências entre bandos
Serviam também nas platibandas
Abrindo conhecimentos abstratos
Eram tão insolentes no dia a dia
Com facas e punhais afiados
Com colares imódicos no pescoço
Ouro puro ou prata alardeavam
No piso de gerações crescentes
Lançadas à base guerras e desavenças
Cativo e fugas eram constantes
Chefes aclamados à hierarquia
Vassalos à disposição e a ordem
Em uma classe destinada sem futuro.
Àquele povo dominante da Irlanda
Distribuídos em centenas de pedaços
Não há como negar as estruturas sociais
E seus vastos conhecimentos históricos
Até mesmo Hecateu de Mileto, abismava-se
Nas viagens que percorria naqueles domínios
Foi Hecateu o pai da história grega
Que estudou, observou e dividiu o mundo
Formulando o mapa geográfico
Aquele nobre poeta prosador
Descreveu com classe, e contou a história
Ele era o grande viajante dos mares
Um político que pretendia maior direção
Seria um dos maiores logógrafos
E defensor de Mileto, assim fora esquecido
Era ali na cidade dos filósofos ocidentais
Onde os homens letrados da alta sociedade
Viviam na pequena província grega
A Escola Jônica de Mileto, em Jônia
Banhada com as águas do mar Egeu
Alargando as experiências e práticas
Nos refinados estudos filosóficos
De que a matéria ocupa os espaços
Dentro da consciência e reflexões
A escola difundia em diversidades
Naquele aprendizado do mundo antigo
Solidificando a nobreza de Heródoto
Era ali na costa da Ásia Menor
O centro principal da mercancia
E o leito primordial dos vastos estudos.
No berço da democracia e filosofia
Das medições da ciência e letras
O povo grego sempre se destacou
Arrolou nas letras ao mundo do cosmos
Arvorando experiências nesse legado
Nutrindo no aumento destas biografias
Sobressaindo grandes homens
Aristóteles, Heráclito, Diógenes
Arqueleu, Anaximandro, Anaxágoras
Não olvidando o criador do Partenon
Péricles, o notável de toda Grécia
E se a existência tem mais vida social
Foi Clístenes de Sícion, pai da democracia
Criador das decisões públicas aos gregos
Uma das maiores conquistas daquele povo
E, jamais poderemos deslembrar
Os acervos constituintes da Europa
As aventuradas terras abertas e verdes
Distintas por desuniões adversas
Dos séculos e séculos, habitaram os Celtas
Na expansão da grande região da Irlanda
Frutificando a Europa à Península Ibérica
Entre os Açores à Península da Anatólia
E de todas as incertezas, eram os Celtas
A magia da criação de peças em ferro
Das aquisições do ouro em moedas
Dos braceletes, cordões aos vasos e potes
Homens guerreiros e comerciantes
Das artes, religiões místicas e guerras
Tudo resultante de fusões culturais e etnias.
Canto III - O Anjo Gabriel
é
o esquadrão
de forças eternas
são os anjos dos céus
império dominador
paz e a ordem
Deus divino Deus
na criação do mundo os anjos louvaram com alvoroços
enormes louvores lavrados nos confins de todas as criações divinas
apenas os anjos de Deus serão os mais fiéis lutadores da armada celestial
abrindo caminho aos homens no extenso acostamento ao nosso ser Supremo
não há outro no orbe mais abissal que a hierarquia angelical em advocacia
sua influência encanta todos os seres humanos de todos os andamentos
fora apenas um grandioso anjo que fizera a anunciação de Jesus C
à Santíssima Virgem Maria, prevenindo o seu nascimento
o anjo esteve presente com Jesus Cristo no deserto
contemporâneo na agonia em Getsêmani
no julgamento e todo o sofrimento
na paixão de Jesus na Cruz
na grande ascensão
na vila Betânia
das oliveiras
assim, os anjos são luzes espirituais
os mensageiros do nosso Senhor Supremo Deus
em qualidades dominantes e fiéis, cumprem ordens de Deus
aproximando todos os seres humanos na vinculação ao Supremo
uma armada de anjos é o reino do Nosso Senhor Deus, o Onipotente
dando virtudes, principados, conhecimentos, são os gênios da humanidade
contribuindo e sagrando ao homem os princípios reveladores da união
com luzes e poderes, os anjos em arcadas convivem com os homens
alinhando as veredas na cabal intersecção espiritual e físico
é o anjo o ser angelical entregue por Deus ao ser humano
anjo
Eu sou mesmo o anjo Gabriel
O mensageiro do nosso Criador
E minha primeira conversa está escrita
Em uma grande Pedra da Revelação
Conferi aos homens da terra as Boas Novas
Os sonhos como fidedigna mensagem
Eu sou o governador de todo o Éden
E diretor dos anjos e demais querubins
A minha pele é completamente diáfana
Nutrido de energia pura em gravitação
Com campo e núcleo interminável
Eu sou o domínio da matéria e consciência
Eu sou o anjo das grandes revoluções
Eleito o melhor arqueiro do reino
Com as folhagens da graça divina
Eu tenho os sete selos do apocalipse
O mais justo caminho ao Altíssimo
A imortalidade vive dentro do meu eu
Apenas, eu não possuo livre arbítrio
Eu cumpro apenas ordens do Altíssimo
Na evolução de trazer o homem aos céus
Projetando-os nos atos e aconselhamentos
Levando a taça de todas as misericórdias
Por isso, eu sou o Príncipe do Senhor Deus
E estarei sempre presente nos andamentos
Evitando que o ser humano se extinga
Nas amplas embaralhadas das vontades
Eu sou o anjo do espírito da verdade
E fui o enviado à Jerusalém
Depois, ao vilarejo da Galileia.
Constituindo o anjo da encarnação divina
O portador das inspirações de Deus
E Levando as forças benéficas a todos
E minhas provas estão presentes no dia a dia
Quando os sinos dobrarem nas abadias
Nos refrãos entoando o Angelus
É a redenção santificada e jubilosa
Perpetuando o infinito amor e louvor
No advento da vida do cordeiro de Deus
O Ângelus é a esperança que chega
Alicerçando o mar nas expectativas
Da passagem mais próspera à vida
Eu estarei sempre presente na sua vida
Entre as badaladas de cada sino
Suave, maravilhoso nas meditações
Alcançando as graças com vossa Mãe
No toque mágico das Ave-Marias
É a intima ligação mais puríssima
O mais belo e único gênero musical
A comtemplar a mais harmoniosa obra
Do Criador do universo e do homem
No sopro divino do Altíssimo Alado
Aprimora o grito da libertação humana
Nas súplicas em cada tribulação
Adequando as trajetórias para alma
E louvando o espírito na renovação
No toque da mão de Deus ao homem.
Sublimando os céus e a terra
Aderindo o tríplice da pureza
Em gradual ânimo incompreensível
Na energia do poder do Ser Supremo
Eleva-se no horizonte dos espíritos
Perante o altar revestido de ouro
Com brilhos na árvore universal
Ali está o defensor arcanjo Gabriel
Pronto, com um turíbulo de áureo
Floresce no cheiro divino dos afetos
Em toda a hierarquia celestial do paraíso
Evoca júbilos com respingos na alma
Bendizendo ação de graças e consagração
São fluidez e calma das amabilidades
Visualizam o conteúdo da arte cristã
Doando um pouco da minha luz ao homem
Acatando ordens do anjo tutor e guardião
O homem não viverá sozinho na terra
Terá a proteção do corpo e espírito
Na celebração grandiosa das almas
Exorando nas inúmeras precisões
A alma do homem não padecerá
Sem os rogos do seu coração
Com todas as petições, estas serão ouvidas
Na tempestividade do bom espírito
Empilhando também as luzes das virtudes
E salvaguardando dos hostis e perigos
Da iminente bestialidade exasperada
Do odioso e cheio de ferocidade
O exército divino fará demanda.
Com a grande ventania no túnel das oliveiras
Ali, descia o extraordinário em forma de arcanjo
Batendo as asas adornadas de cor branca
Os cabelos acoitavam no matiz de ouro
Era tão cambiante o fulgor imponente
Que luzia à cabeça um círculo prateado
Com rebarbas nas laterais de ouro puro
Suavemente articulando naquela parada
Expelindo no luxuoso florete sobrenatural
Lá, naquela adjacência, via-se um anjo
Ali, sobrenadava a candidez do arcanjo
E próximo ao inaugural de eventos
Suas pupilas surpreendentes na visão
Abriam-se em ato resplandecente
Outrora, pacificando a ventania
No controle daquele abissal episódio
As pupilas mágicas caminhavam
Em direções adversas de conteúdo
Capturando as nuance das horas
Com sobrancelhas graúdas e inteiradas
Sobressaindo nos admiráveis olhos
Cílios alongados no tom dos cabelos
Perfazendo um fino e soberbo
Com o nariz curto tipo asiático
Na beleza dos lábios finos e harmônicos
Um pouco comprido na exterioridade
Banhados na simplicidade imponente
Era constante naquela degradação
Às vezes, variante em cada posição
Sintonizava mais e mais cativantes.
Ele derramava no recinto um cheiro
Exalando por todo o túnel das oliveiras
Uma fragrância magnífica e divinal
Extraindo de suas mãos uma energia
Com exemplificação de uma luz etérea
Em plena forma de corrente elétrica
Com os belos olhos fixos no corvo
Ele admirava e sorria demasiado
Com as piruetas da ave em desesperança
Notava-se uma sensação misteriosa
Um ambiente insípido e cauteloso
Algo estranho de causar tanto medo
E indescritível de se descrever
Em real relance tão uniforme
Sem compreensão da mente humana
Faiscando as chamas adequadas de amor
A sua fisionomia era macia e tão puríssima
Sublimando com lucidezes azuis nas aselhas
Límpidas e bem guiadas na corporação
Era o majestoso anjo do senhor Deus
Sentado sobre a pedra, calmamente
Ele analisa o perfil do ambiente turvo
Com os olhos esmeraldinos, nota a era
No cântico do corvo rasgando o tempo
Apressava-se a ave na resolução
Mergulhando de bico em acrobacias
Contemplando a estação do momento
Ali, percorria uma brisa fria e mansa
Recompondo o panorama hostil
Entre as folhas verdes das oliveiras.
Vestindo um lustre branco na grandeza
Era um fanal em fortaleza angelical
Sentando numa grande pedra lisa
De coloração marrom violeta
Traduzindo as mensagens do castelo de Deus
Era o guardião da humanidade em plenitude
O ser especial com inteira perfeição
O defensor e guerreiro do Castelo Celestial
Na proteção e amparo da raça humana
Aquela majestosa criatura divina
Com a face límpida de alegrias e benevolências
Sentado no galho da oliveira, nada dizia
Apenas cumpria a missão celestial
Observando com placidez o exterior
Ele notava o silêncio cair naquela tarde
Se a contemplação faz enlace na alma
A nobreza e todas as benfeitorias são aulas
Governantes no tríduo da época vindoura
Aufere a sapiência como um diamante
É o anjo o senhor dos temporais
Mensageiro e salvador por aclamação
Indicador da mais alta Corte Celestial
É tão uniforme nas decisões garridas
E o seu manto branco é cristalino
Na mais extenuante criatura de Deus
No propósito de acudir quem o chama
De uma beleza incomensurável às gemas
Não há como se embaraçar com a divindade
Na completa espiritualidade e benignidade
É o anjo um fantástico, divina onipotência.
Esse ente da grandiosidade celestial
Sabiamente querido pelos que tem adoração
É infinitamente mais alto que o homem
Condescendente aos princípios enigmáticos de Deus
Píncaro das elevações beneméritas do universo
Príncipe da mais imbatível cátedra soberana
Detentor de infinitésimas comunicações
Com bandeira harmoniosa da tranquilidade
Não, não, ele não vacila quando é procurado
Satisfaz os seres humanos com lealdade
Contenta os mais frágeis das tribulações
Resguarda no travesseiro os liames com o Criador
Acondicionando a conexão infalível
Ajudando a cada passo nessa construção
Entre o Altíssimo e o pequeno homem
Plantando as sementes da concórdia
Na fonte de todos os conhecimentos
Aproximando o homem para o bem
Saciando na pureza a salvação
Dirigindo nas estradas de pedras
Sem qualquer brasão ou armas
Com depósito bento nas mãos sagradas
Exibindo a sagrada Sabedoria Divina
Era ele o passageiro da nave universal
Viajante das galáxias inacabáveis
Do tesouro mais belo da criação divina
Ele assistia o abissal cântico do corvo
E, voando, voando em largas acrobacias
Descendo em pinotes e saltos assustadores
Do vendaval que abordava no túnel das oliveiras.
Sem sombras de quaisquer dúvidas
É o anjo Gabriel, o mais belo
O arcanjo que senta à esquerda de Deus
Plantando bênçãos no coração dos homens
Aliviando as dores das labutas
Protegendo em todos os sentidos
O grande mensageiro e guardião de Deus
O Arqueiro e maior justiceiro nos céus
Nas batalhas contra o extenso mal
É o anjo Gabriel o emissário de Deus
Foi ele que anunciou o filho de Deus
Não olvidando que foi o arcanjo Gabriel
O anjo que ficou frente a frente com Daniel
E conversou com o profeta Zacarias
Assim, eis o mistério de toda a grande fé.
Canto IV
o belo vestido real abalizava a ocasião
flexível e tão leve e profusos adornos
todo em seda pura na coloração branca
e colar no pescoço com joias preciosas
fulgurava no corpo em distinta demasia
modelando a silhueta da bela rainha
entre cores cruas e tão raras na era
demarcavam o princípio da beleza
tons puxado em realce mais ativo
por baixo a camisa de linho leve
abonando o colorido da túnica
encarnada com duas pérolas
e cinto com broche d’ouro
no arremate da cintura
embelezava a rainha na decoração
e nas abas bordadas com fiapos de ouro
e com variadas pedras preciosas no arremate
tão maleável que ostentava um admirável luxo
baixando no vestido uma forma triangular aos pés
e assim, era a vestidura da grande rainha da Espanha
a mais esplêndida mulher que os tempos não deletaram
bonita com face angelical e pequeníssimos lábios doces
alinhavam toda essa silhueta nas asas da magistralidade
cabelos na gradação d’ouro embriagados na tinta do sol
revelando riqueza, saber e força na equação da vivência
no arranjo da beleza extraordinária e da província Ibérica
um vestido sob encomenda e tão custoso vindo do Alto Egito
das melhores terras de juncos e abençoadas por Deus de Abraão
e das tradições que o universo uniu e desuniu os povos em guerras
não findando as esperanças, e as buscas do comércio na idade média.
Não houvera quadras
Nem tão pouco enquadras
Que afugentasse nesse sulco
Ou desafiando suma evidência
Abrilhantada na centralização
Quiçá! Harmônica desse ciclo
Conflagrando nas imaginações remotas
E atrelando as reflexões no convés da ocasião
Aludindo no paradoxo das assombrações
Neutralizando o cabeçalho do crepúsculo
O firmamento acende-se neste panorama
Síncope entre as nuvens esparsas e escuras
Arejado entre a lua e lindas estrelas
Peregrinando no espaço intergaláctico
Será a gradação da evolução dos tempos
No limiar das elementares premissas
É a rainha a beleza em uma grande linha
Formosa e luminosa quão o perfume da rosa
Elucidava em suas cores o lindo vestido
Na perfeição dos contos, mitos e lendas
Eram reflexões da passagem da moda
Em percepção da cultura e fertilidade
Traduzia no aporte fotográfico dos olhos
Padrão elementar que corria nas estações
Dos hábitos e costumes vivenciais da realeza
Transformados em atitudes e conhecimentos
Com suas cambiantes aprofundadas
De cunho ambiental e polivalente
Impressionava a diagonal do vestido
Nas preliminares de uma linda rainha.
Fino trato e com admiração perceptível
Mulher jovem, madura e experiente
Entendedora dos mitos e segredos
Elencada em brios e adornos sofisticados
Doçura nos lábios rosados e aprontados
Uma menina-mulher outrora donzela
Realçando atrações nas virtudes
Entrelaçando a robustez facial bela
Dotada de consciência exemplar
Transmitindo raios de felicidades
Meiga, inteligente e bastante dócil
Era incansável defensora dos jutos
Apaixonante pelos verdores das estações
Simpática deusa mulher nos florais do amor
Usando um look da mais alta costura.
A candidez se alastrada em seu corpo
Exprimindo conceituada instrução
Faz de uma mulher-menina a nobreza
Com inacabável fragrância feminina
No mais amistoso símbolo inquestionável
Sutileza em cada olhar modesto da noite
Desprendia carinhoso o paladar meigo
Face mais romântica entre uma pétala
Cheirosa é bela rainha da Espanha
Menina moça com aroma de perfume
Com festejo penitencial de todos os dias
Seu corpo exprime a mais rara flor
Sincera no auriverde das manhãs
Valorando as trilhas da bondade
Na coragem exposta de realizar a vida.
A bela rainha traz um manto sagrado
Suas volições demudam a realidade
Suas palavras dançam com o sol
Refletem até mesmo na escuridão
Faz da noite negra o brilho da lua
Voando os pensamentos nas brisas
Adorna o trajeto com feixes de prata
Enobrece o coração dos frágeis
Suas mãos cozem o grande amor
Abençoando e indultando as invenções
Moça bela no quarteto das flores
Simpatia respingando nas pétalas
O seu cerne é maior que o mundo
No assobio dos pássaros voando
Deusa da Espanha completamente linda.
Amante da música clássica e poesia
Devota de Santíssima Virgem Maria
Benfeitora dos filhos paupérrimos
A mãe dos meninos órfãos e sofridos
Ela é uma matriarca em culminância
Seus olhos produzem riqueza em fartura
Acolhe os súditos com medida na corte
Enxuga as lágrimas dos infortúnios
Traz na visão os braços abertos
Vive de gratidão por ser uma bela
E possuir a máxima gratidão
Adorada por todos os vassalos do reino
A Princesa da Espanha era uma deusa
Magníloqua e amante da cultura
Com delirante riso, não existia tristeza.
Se a rainha é tão esplêndida como um anjo
Segredos são guardados em cada gema
Tão profundos que não se pode enxergar
A luminosidade derramada por amabilidades
No odor de uma majestosa dama perfumada
Faz de uma mulher o arco-íris de amor
Se não houvesse cor, a vida não seria vida
O sorriso amargo seria apenas dor
Ida partida sem entretom do universo
Por isso, Deus inventou a mulher
Uma deusa de chaves com atração
Abençoada ser que sublima a era
Nas perfeições interiores dos seios
Contorno sagrado de eleição matriarcal
É a mulher rainha de toda a grande Espanha
Na fleuma que apresentava a bela mulher
A majestosa rainha da Espanha Real
Adormecendo no jardim florido, bem acolá
Na estação da primeira primavera do ano
A formosura dos olhos na penumbra
Pele macia com pestanas alongadas
Dulcificadas no perfume da alma
Abrandando os brotos na silhueta
Contorcia as pernas no assento
Notando algures a arte da era
Sonhando nas imagens e lembranças
Ouvindo as lições vivenciadas
Eram nuances reproduzidas
Das atrações infligidas dos laços
Perpetradas no coração amado.
Com a cabeça apoiada na mão direita
O espectro percorria loucamente
A única avenida do túnel do amor
Enflorada de ramos, rosas e arbustos
A rainha desabava no sono e placidez no jardim
E a brisa arrastava o perfume das flores
No passeio contínuo dos aromas
Ali, sentada no pequeno banco de madeira nobre
Ela hospedava as chamas ardentes do preclaro amor
Embebido na visão tolerante de esperar o cupido
Ambicionando nas promessas ditas de Vossa Majestade
Três dias e três noites de lua turva, a tristeza abalava
Realocando por fáceis instantes, o preço de uma alegria
Postulada apenas no olhar conduzido de esperas
Legítimas aquisições que a meditação apenas concebia.
As inspirações das rosas luxuosas, ali, adormeciam
Encharcadas de um sofrimento inusitado
Suas corolas se retorciam no receptáculo floral
Inclinando as pétalas entristecidas ao chão
Executando a vida em profunda sonolência
E, sem demora, o ruído das folhas secas
Distinguiam o passo calmo e alongado
Nas circunstâncias melancólicas do ser
Era um andamento simétrico e medido
O pé direito, leve, pisava em diagonal
Tocando as folhas secas no túnel
Com ordinário passo curto, lançava a perna esquerda
Tocando nas folhas atrás da pegada dianteira
Marcando uma progressão arrasada
E empobrecidas pelo cântico do corvo.
Era o cavalo branco do Rei Arthur
Invadindo naquela hora o túnel das oliveiras
No deslocamento suave, aéreo e natural
Podia se ver os olhos avermelhados
Lacrimando e caindo sob as ventas alargadas
Ele gingava naquele andadura negro
Contornava a cabeça e inclinava ao chão
Com os cabelos extensos e caídos nas costas
Já não havia mais arreios no animal
E a cela trazia no lombo o Rei Arthur
Com a manta completamente ensanguentada
Na lateral se avistava a excêntrica espada
E o cavalo entrava no túnel das oliveiras
Com as boleteiras na coloração azul
Marchando com calma, e recheado de agonias.
Bem ali, o cavalo atravancava o ritmo
Inerte, observava o curso da ventania
Não se ouvia mais as quatro patas
Naquele compasso nítido e frio
Pisando sobre as folhas secas
Ali permaneceu insensível à quadra
Com uma forte rajava de vento que assoprou
Apenas naquele recinto assombroso
As folhas das árvores balançavam loucamente
Retorcendo seus caules ora agonizantes
Em delicados perfis insinuativos à queda
Com vento assobiando acelerado
Cuspindo gotas grossas das nuvens
Um raio de tonalidade azul amestista
Rasgou o céu naquela atmosfera
O anômalo ferro cravado no tronco da árvore
Lançava línguas desmesuradas de fogo
Ora conjecturando no azul púrpuro
Entre centelhas enormes e divinas
No contato mágico do universo
Suavizando o dedo iluminado de Deus
Brilhava, reluzia em perfeita sincronia
Como se fosse um coração humano
No lado mais material das coisas
A luz não cessava, o fulgor era irradiante
No túnel mesclado das oliveiras
Subiam naquele denso grau elevado
Em partículas minúsculas e milagrosas
Florescendo a condução entre os presentes
Nada entendiam o Poder Celestial.
Naquele local se erguia a dinastia divinal
Alargando a plataforma da autêntica dinastia
Do extenso reino coberto das razões infinitas
Entre latitudes intermináveis das vias celestiais
Assim, purificava em graus desconhecidos
Lavando as meditações dos seres humanos
Travando a atração de uma vida em sossego
Advindo de cinco alongados invernais
Ali, permanecia a espada no tronco da oliveira
Quieta, soltando faíscas por todos os lados
Relampejos compridos e azuis
Outrora em forma de labaredas de fogo
Coruscando raios da verdade e esperança
Sinalizando a riqueza em valores
Atravancada no meio do caule da árvore.
A truculência do raio era tão colossal
Golpeando fortemente a espada na cela
Lançando-a ao tronco grosso de oliveira
Enquanto a ave se embriagava em cabriolas
Dando voltas no contorno da árvore
E voejando na direção do cavalo branco
O pássaro arremessou em sinuadas curvas
Elevando-se verticalmente ao fundo céu
Mergulhando ligeiro como um corisco
Embrenhou-se no túnel das oliveiras
Onde o admirável animal relinchava por várias vezes
Açoitando com a pata direita ferozmente o chão
Ergueu as duas patas dianteiras
Empinando a cabeça e sacudindo os cabelos
Partindo ao meio as duas barrigueiras.
Assim, muito eufórico, o cavalo rinchou
Penetrando entre as árvores
E rebaixando o lombo ao solo
O cavalo branco se ajoelhou ao lado
Da lateral escura da grama seca
Situada na curva do túnel das oliveiras
Embebido de sangue em seu lombo
A pelagem do animal era conspurcada
Soltando rapidamente os arreios
Ali caiu levemente o corpo do Rei Arthur
Com o dorso virado à esquerda do ferimento
E a cabeça encurvada sobre uma pedra
Acolá, o cavalo botou o moço na própria montaria
Afastando-se velozmente e relinchando
Ele soltou um guincho e depois grunhir agudo.
Com a cabeça sobre a pedra
O Rei Artur não respirava mais
Não havia mais compasso no coração
E a sua vida não respondia na estação
Em descompasso que fugia ao relento
Apenas o raio cósmico da espada
Ali, sinalizava luzes em pisca-pisca
O corvo percorria em piruetas
Observando o corpo do Rei Artur
Voando rasante pela cabeça do mancebo
O seu cântico transmitia noticias
Com loucas acrobacias, ele não se cansava
Refazendo fantásticos voos em círculos
Difundindo-se a canção mais lúgubre
Naquele espaço do túnel das oliveiras.
A pele branda confessada na agonia, o amor não nascia
Diante da localização do assento e a trilha de enfloras
Não sublimava a fadiga do entardecer atrasado
Por trás das cortinas finas de cristais da vida
As luxuosas gemas cansadas jubilavam a vivacidade opaca
Da esplêndida mulher de todo o reino hispânico céltico
Cristalizando algumas galáxias na matéria escura
Atolada de incertezas nas mãos atenuas sem segredos
Era embargada no silêncio manifesto que cruzava
No cântico do pássaro assinalado com toda presteza
Deslindava os laços em torno das razões preliminares
Exacerbando o tempero na busca imediatas locuções
Açoitando o tempo-espaço naquela temporada
Marcavam a letra musical das tristezas acirradas
Desembarcadas nos desgostos ora aparentes.
a busca incansável nas meditações acirradas
não alivia as inúmeras ansiedades dos afetos
em planejamento com sensações emocionais
pede. transfigurando andamentos inexoráveis
na inteira constituição dos painéis do cérebro
construindo uma fase eleita da melhor forma
arrumando o cenário com o desejo
alternativa definida com resultado
aplicando detalhes para cada cena
o tempo não trás essas esperanças
a rainha adormecia no banco do jardim
à espera pelo Rei Arthur, era intolerável
as três luas não, não retornam na pressa
tão prolixo quão a rua iluminada do céu
nascendo o desgosto, na aspiração ao léu
O tempo marchava para frente
Abrindo e atrelando novas dimensões
Nos paradigmas referenciais da criação
Inexplicável voltar o andamento
Pertinente da bruta ilusão ótica dos eventos
Sumário com todo o espaço do tempo
Criam variantes no estado a quo
Na grandeza física e matemática
Na crescente evolução de paradigmas
O dia é o perfil do tempo no orbe
Envolvido e conexo com a vida
É a proporção expressa e espacial geométrica
Onde tudo gira, gira e gira no abstrato
Proporcionando a explosão das matérias
Onde o tempo faz simetria de eventos.
Naquela última hora do venerando tempo não distinto
A balada do pássaro de plumagem negra retorcia as marés
Agitava as flores, mergulhava em voos pela cabeça da rainha
E no vale de flores adiante, o corvo flutuava insolente
Arrancava com o bico dezenas de flores perfumadas,
Lançando-as sobre o corpo da linda mulher
A rainha entorpecida não investigava as peripécias
Insatisfeito, foi o miúdo mergulhar no grande Rio Douro
No incomodo das sucessões dos períodos afogados
Permeando o ladrilho das expectativas
Afora, o vento suave descia na cabeceira
Nos cenários atingidos pela canção
Agilizava batendo asas sombrias
Na captura de alguns alimentos
Ali, ele imergia com rapidez e dote.
Regressando o corvo pelo túnel das rosas
Molhado, sacudiu-se sobre a mulher que sonhava
Serenamente, esboçando novas dimensões
Naquele cruzeiro adornado de pétalas
Lançadas sob a cabeça e aleitadas no chão
Manifesto aplausível de apontamentos
Alentados pela nobreza de saciáveis gestos
A gralha inquieta abria mais cânticos
Com voos exímios e com acrobacias
Sem sucessos, o pássaro regurgitou no vestido branco
Obtendo resultados negativos e frustrados no labor
Partiu o corvo pela lateral do imenso jardim
Cantando e revoando por detrás do castelo
O cântico estrepitoso se espalhava.
Mergulhando no ar e produzindo piruetas
Era uma assombração negra rasgando céu
Como um relâmpago cortando noites pretas
Voejando célere e batendo as asas
Tão macias como uma folha seca que cai
Nervoso o pássaro, arranja a perfeição no ar
Proclama com inteligência as agonias
Um grande mestre nos voos é o corvo
Conhecedor profundo e ilusionista
Noé conhecia a gratidão e astúcia do corvo
Após as tempestades do Dilúvio
O bondoso Noé abriu a janela da arca
E exorou ao corvo que voasse em terra firme
Trazendo provas do fim dos aguaceiros
Razões para a continuidade da experiência.
Notório como a beira do céu e a terra
Há crendices, lendas e demais histórias
Mitologias nas cercanias do corvo
Com acepções das mais distintas eleitas
O grego tinha o corvo de aselhas brancas
E, certo dia Apolo confiou uma missão
E o corvo acolheu o encargo de proteger
Por todos os ambientes a amante de Apolo
Exato dia, havendo uma chuva torrencial
A ave afastou-se em disparada pela Ilha de Delos
Voando com voos impressionantes
Em todas as plantações de trigo
No desígnio de observar a devastação
Enfurecida pela chuvarada demente
Todos os cereais banidos pelas correntezas.
A ave abriu asas, e percorreu toda a Ilha
Apreensiva com a destruição do cultivo,
A mulher, amorosa de Apolo
Abusando da ausência do corvo, o seu protetor
Caiu em perdição aos sabores do deleite
Traindo o Deus do Sol em demasia
Agonizando no leito a cobiça do prazer
Apolo surpreende a perfídia da amada
Ela, com vergonha tenta cobrir o corpo
Colocando as mãos na assombrosa nudez
O Deus Apolo com desgosto e rancor
Amaldiçoa por todos os milênios o casal
Ao ver o corvo, Apolo aponta o arco de prata
Zeus intervém, livrando da morte o corvo
Irado, Apolo altera a pluma para a cor negra da ave.
Ali, estava o apoucado menino Lozo
Filho legítimo de um vassalo da casa real
Orientando-se na canção da gralha
O súdito seguiu o voo agonizante da ave
E no bosque de curvas, entrelinhas
Avistou bem acolá, o cauto garoto
O pássaro agonizando em ágeis revoos
Cantava estriduloso e batendo asas
Mergulhando em voos rasantes
Na tardança que ia consumindo
Entre o anel amarelo da criação
Por trás das desmedidas oliveiras
Com desígnios de apresentar o panorama
Acumulado na iminência das horas
Tão atribuladas que o pássaro se comovia.
Distante, e campeando debilitado no ângulo da arte
Batia insistente o pássaro nas janelas dos minutos
Despontando a única esfera da probabilidade
Ao ingresso entre o vão do túnel das oliveiras
Fantasiando o obstáculo inusitado da visão
Na plumagem escura de suas asas
Convidando o acanhado garoto
Para adentrar na mensagem à frente
Astúcia enfileirada dos ditames
Tornava-se a ocasião emplacada
Traçada no calendário das primaveras
Não representava nenhum presságio
Destemido e afiliado no reconhecimento
Pintava o espaço em tons furtivos
Colorindo o tempo com avisos disertos.
Cismou o miúdo, percorrendo o túnel avivado de árvores
Apreensivo com as gemas grandes no rosto
Afastando as folhas verdes acinzentadas das oliveiras
Outrora as secas levadas pela atmosfera
Turvas e aparentes na silhueta
E transportando a cantiga conexa da ave
Exibida no ar em cambalhotas conspícuas
Medição larga e aclarada dos termos
Era um mensageiro de Deus vivo
Senhor dos Exércitos e Sabedoria
Analisando o corvo em trajetória acertada
No fiel cumprimento das mensagens
Olhava anjo celestial da armada
Sentado no galho da oliveira
Aguardando as derradeiras encenações.
O nino notou o fulgor azul deslumbrante
Da grande espada cravada no caule da árvore
Entre mil feixes de luzes azuis
Abrilhantava o ambiente bendito
No sol reluzido pela ave encantada
Transferindo a criatividade e saber
Na propulsão dos remendos da cura
Seguia à frente com rasos voos arguciosos
Sublinhando a magia arrepiante das horas
A ave comboiava em desespero alucinante
Sem descanso, ela cantava, cantava
Subindo e descendo em reviravoltas
Planando com alvoroço o excêntrico
Alicerçadas em prontas pontuações
Disseminadas por todas as lendas que detêm.
O corvo, ainda revoando e cantando
Despontou ao menino a suntuosa espada
Com os feixes de luzes do encanto
Refletia as tonalidades na escuridão
Sapateando mil impulsos coloridos
Era a atração viva no túnel das oliveiras
Com a espada cravada no caule da madeira
Ali não havia nenhuma margarida-rasteira
Unicamente uma pequena fumaceira
Esvaindo ao longo do túnel, altaneira
Era uma mancha em poeira vermelha
Diluindo as vísceras daquele monteiro
Certeiro na cruzada das horas abatidas
Com geleiras sobre os arbustos na soleira
O desgaste passava na maré derradeira.
Bem ali, distante do lume da espada
Deitado nas folhas secas de oliveira
Entre algumas flores murchas
As gemas cerradas, partiam na sombra
O sangue não oscilava mais nas veias
A face pálida com o corpo frio
Imóvel, ele não lagrimava mais
Indo embora as chances de uma nova vida
Jazendo na poça de sangue o do Rei Artuh
Com a barba longa e viril retorcida
Tornava os fios maleáveis e intocáveis
Desfigurando o bigode extenso
Entre os lábios carnudos e ressecados
Com a testa retangular com duas entradas
Mantinham as sobrancelhas espessas.
e
a face
formosa
chamejava
na pele tenra
tão bela e linda
assim, era a musa
imaginando sentada
e com cordiais cabelos
caídos, e sobre os ombros
ela ambicionava a dedicação
que um certeiro dia, acautelou
manifestar a compaixão mais bela
ajuizada entre um homem de guerra
galopando em seu bom cavalo branco
ele é o afável e brando cavaleiro celta
o dominador culminante do combate
espelho generoso da Grã-Bretanha
e com armaduras e uma espada
ordenava a paz para os gentis
abrigando os desgraçados
desposados dos terrenos
era um anjo benfeitor
bom amor da bela
senhor do fortim
na pele tenra
chamejava
formosa
a face
e
O garoto exclamou, e pronunciou:
- Salve-me, meu Deus! É a espada do Rei Arthur!
Ó quão é grande o meu Deus! Rei da sabedoria dos céus
Louvado seja Deus, pai eterno de Vossa Majestade
Inacreditável! Eu não posso crer no que eu vejo
Concludente, o menino rendeu graças ao corvo
A luz etérea luzindo, era na cor azul-cobalto na penumbra
Lozo arregalou os olhos com espanto
Ó meu Deus! Um anjo sentado na pedra
Onde está o Rei Arthur e o cavalo branco?
Virando as pupilas com rapidez
Nada apareceu ao prestígio da hora
Ouvindo o corvo cantar insistente
E realizando acrobacias inigualáveis
Lozo seguiu pela lateral do túnel a ave.
Prostrado ao solo avermelhado
A capa e a armadura o protegia
Das impurezas da terra nua
E o menino assustou-se, espalhando
Na voz afinada em bom tom
Ajoelhou-se tocando no corpo inerte
Não obtendo reação imediata, exclamou
Meu Deus! É o Rei Arthur
Abordando o corpo, implorou
Rei Arthur! Acorde! Acorde! Rei Arthur!
Sou eu Rei Arthur, o menino Lozo
Desperte Ó Rei Arthur, por favor!
A rainha espera por Vossa Majestade
Acorde agora, depressa, por favor!
Não durma mais, por favor!
Com pressa, Lozo abriu o caminho de volta
Avizinhando-se do castelo real, notou a rainha no jardim
Com as gemas cerradas, e a mão no queixo
Ali, adormecia a mais preciosa rosa da Espanha
E o garoto Lozo, em um só ato, gritou:
-Vossa Majestade! Soberana de toda a Espanha, acorde!
-Ele chegou com o cântico do corvo e a luz infinita!
-Eu vi a força crística na espada de Vossa Majestade Real!
Insinuando com perseverança, soluça Lozo:
-Acorde minha Majestade, por favor!
Prontamente, os brotos azuis assobiaram na combinação
Ventanias cortando as montanhas no ápice
Desceu em prontidão avassaladora
Uma brisa asseou os longos cabelos amarelos da noite
Era a gênese celestial compartilhada das eras
Espelhada, alada, desarmada, enfeitada e doce
No destempero múltiplo e inconciliável da mente
Assim, ela indagou com intensa surpresa:
- Lozo, o que me dizes não vem à realidade. Será um sonho?
É inteiramente improcedente as tuas locuções
-Eu não tenho como validar as suas palavras
Saiba que há momentos conflitantes
E as crianças imaginam situações adversas.
Apreensivo, insistiu o garoto, alertando:
Por favor! Acorde minha Rainha
O dia está encerrando com a luz
Por trás das montanhas entristecidas
Por misericórdia! Acorde minha Rainha
Acredite nas minhas singelas palavras
É tudo de mim com pura fidelidade
Eu vi o cavalo branco do Rei Arthur
Com o lombo todo ensanguentado
Eu vi Vossa majestade! E falo a verdade
- Vossa Majestade! Ele chegou! Ele está aqui!
Eu vi o seu gládio luzir no túnel das oliveiras
Eu juro que vi minha rainha da Espanha
É apenas a minha visão verdadeira
É tudo o que eu posso afirmar.
Ainda com sono, despertou a rainha, e disse:
- Não tereis insônia no reino com vozes do além, meu Lozo
Os teus predicados se soma a uma ampla miragem
O meu amado Rei Arthur, ainda não abocou em Salamanca
Tão pouco não beijou as margens frias do Turiá
Muito menos Valência ouviu as pisadas do cavalo
E nestes três dias, a espada cruzará o reino de Valência
A certeza pisoteia os nossos corações, inquietantes
Arquiteta dimensões infundadas no além
Às vezes, arde nas visões com duplicidade de ideias
Insurge folheando o mel das abelhas
Doce, doce como fel na escuridão da incerteza
Maltrata a língua sem atestar a posição do ar
Ensurdece os tímpanos com mil farofas
E deixa a mentira corta todos os caminhos.
A rainha falando com o menino, articulou:
Lozo, a vida é um quadro de muitas lições
A cada dia o sol brilha dessemelhante
Acorda enfurecido com os braços entre as nuvens
Tomba e rui nas esquinas verticais do céu
Assombrando outros e incluindo motivações
Nem todos os sonhos são oportunidades
Nem todas as oportunidades tem a verdade
Raiada no sino que debruça no crepúsculo
Cospe a lua enamorando a estrela guia
Imagina, sonha e faz divisões particulares
Com a nudez que relampeja nas noites
Tão frias e molhadas de sofrimento
É solidão vasculhando o íntimo
Obtendo centenas de sonhos e fadários.
Verás a carruagem de fogo com cinco mil armeiros
Ele leva a estrela guia de ouro nos caudais nobres
Não virá hoje. Nem com a lua dobrada no dorso do cavalo branco.
Eu verei o meu sublimado do coração e raízes azuis
Apenas no sexto sol da meia noite de todo o prazer
Descansando no meu leito, a exaustão peitoral das batalhas
Abrindo novos horizontes para uma armada.
Ainda preocupado, Lozo apresentou razões lógicas
Ao embate de conveniências, dizendo:
- Se Vossa Majestade escoltasse a agonia do corvo
Não duvidaria das orações de um miúdo plebeu
Que apenas serve com gratidão ao vosso reinado
Confiando na pobreza e préstimos da minha casta
Rogo à Vossa Majestade que o corvo me mostrou
A essência da luz infinita da grande espada
Venha comigo Vossa Majestade! Eu vos peço!
Eu imploro com a boa verdade de um menino
Ele chegou! Eu vi a luz divina azul na espada
O azul cintilando nos meus olhos. Venha Majestade!
Aceitando o convite de Lozo, ela afirmou:
- Hoje, eu sonhei com um corvo ferido na asa direita
O corvo insistiu em me pedi socorro com o seu canto.
O garoto, notando o vestido da rainha, indagou:
- Vossa Majestade! Não vês que o vestido branco está maculado?
Ela abaixou rapidamente a cabeça, e exclamou:
- O meu vestido está marcado pelo vômito de um corvo
Ó meu Deus Soberano de todas as galáxias!
Senhor guerreiro das tribos do reino
Não vos derrameis desventuras aqui
Vamos Lozo! Rápido. Eu quero avaliar a luz que tanto dizes
Apressados, adentraram na passagem coberta de oliveiras
Na sétima curva de coloração gris ora tenebrosa
Investiu o pássaro, seduzindo com o cântico
Era o corvo abrindo caminho em revoadas
Irrequieto e um tanto desassossegado
Desnudava na sombra do acesso ventilado
De repente, a iluminação realçou à longa distância.
Feixes cósmicos, ali irradiavam num pisca-pisca
A rainha apreensiva abeirou-se do inusitado
E exprimiu espanto, articulando em voz alta
E sua voz eclodia por todos os lugares:
-Arthur! Arthur! Arthur! Arthur! Meu rei!
Veja Lozo! A espada soberana da luz divina é de Arthur
É o meu grande rei Arthur. É o meu amado cavaleiro!
Oh meu Deus! Oh grande Arcanjo São Miguel!
Ajude-me no pedaço desgostoso e infeliz destas horas
O garoto muito sobressaltado, disse:
- Vossa Majestade! Ele está ferido! Há sangue por todos os lados
Eu vou buscar ajuda, agora, minha Majestade!
Caído sob as folhas secas, ali, permanecia
Jazia o corpo do rei na paz com o canto do corvo
Ora alimentado pela força energética das oliveiras.
A anômala espada cravada no tronco grosso da árvore.
A mão direita apertava a esfinge dourada da rainha
Era o único presente que Arthur carregava no bolso
Memorável flama do verdadeiro e terno amor
Distinguindo sem soltá-la no apreço da donzela
Ele, ferido brutalmente na batalha de Granada
Fingiu-se de morto, e escapou pela Serra Nevada
A rainha se ajoelhando perante o Rei, disse:
- Acordas! Ó meu bondoso Rei Arthur!
Amor do sangue do meu sangue és tu
Não aspiro rosas vermelhas nestas badaladas
Mas, a sombra da púrpura dos meus olhos
Derrama como um rio dentro de ti
Ó meu guerreiro da luz bendita!
Acordas do sono que embriaga a minha vida
Não ambicionei a tua chegada aos lençóis tristes.
Inerte, o rei Arthur não correspondia à realidade
E o leito nas folhagens adormecia a alma
A canção do corvo na extremidade do tronco
Perfazia todo o estribilho sem interromper
Com o olhar agonizante da linda mulher
As mãos se tocavam em apuros
E os lábios na angustia repetitiva, bradava:
-Acordas! Acordas! Meu primeiro e único soberano!
Abras os teus olhos dentro dos meus destinos
Não vás sem a minha vida amarga
Sobrenadando no desenho do meu ser
Acordas meu extraordinário soberano!
Deixe-me guiar a nau em logradouros de pedras
Abreviando os contornos das aragens
Deixe-me percorrer em tua louvável sombra.
Os minutos pisavam nas veredas endurecidas
Com trilhas assombrosas surgiam à frente
E a rainha não se curvava em pronunciar:
- Acordas! Ó meu bondoso rei Arthur!
Vens ao meu castelo e abres o meu paladar
Asseias o meu corpo com o mel da divindade
E me purifica na ardência das chamas
Arthur! Arthur! Arthur! Arthur! Meu rei!
Sinto-me perdida e desfavorecida nesta hora
Na essência das volições sem precipitações
Que a vida seja o cadeado intransponível dos meus olhos
Abrindo as aurículas do meu destino
Não temes a covardia lançada na sorte
E não vejas tu que eu sou a tua rosa azul
A única que não seca e não se perde na sombra.
As mãos da rainha acariciavam a face do rei
Afagando as dores do sono profundo
Implorando no lapso daquele tempo, exigia:
-Rogo-te que não dormes! Ó meu guerreiro!
Dos milênios aventurados por inteira paixão
Não me desampares neste dolente calvário
Livrai-me das tormentas que desabam
Eu te exoro na última sentinela do Arcanjo!
Nem as trevas ferozes dos mal-intencionados
Não tentarão apagar as vielas das flamas
Ó meu grande império! Ó meu grande rei!
Meu cavaleiro das Doze Tábuas em Cristo!
Eu estou sempre firme e minha conduta se eleva
Nestas dúbias perspectivas que avançam as horas
Não haverá fraquezas que se habilite no amor.
Com lágrimas escorrendo na meiga face
A Rainha notou o fulgor da espada enfiada
Ali, no tronco da oliveira, ainda chamejando
Rapidamente levantou-se e retirou a espada
Com as duas mãos segurando a espada
A rainha elevou o gládio à altura da cabeça
Fechando os olhos, evocou em voz alta:
- Divina luz que expande entre o sol e a noite
Sagrada no véu dos meus acontecimentos
Eu não sou digna de que entreis na minha alma
Agachando-se com a espada alçada à cabeça, exorou:
-Curvo-me diante do Altíssimo Poderoso Mestre
E minha alma é consciente das gratidões
Mas, não é alinhada da pedra preciosa
E minhas alfaias não detém nenhum valor.
Evocando o Altíssimo na oração, deprecou mais:
-Ó meu Grande e Poderoso Mestre! Senhor dos céus!
Não tardeis! Vejas que vigora o fanal do Altíssimo!
Desse nobre Altar do Supremo Arquiteto, nada eu sou
E me prostro na cadência de Vossa disposição!
Refugie-me agora na brasa da Vossa Santidade
Doando-me o tríduo da força que anima
No augusto Altar dos Juramentos. Eis-me aqui
Afiliando a união ao amor fraternal de vosso irmão
Ó meu Arcanjo São Miguel! Por que me abandonastes?
Enevoando os meus olhos e me deixando infeliz!
Envia-me a Legião Divina na minha precisão
Faz-me na missão desenhada e articulada da calma
Reconheças a minha voz que brama nestas altitudes
Realizando aqui a tua grande hierarquia.
Ali, a rainha em conjugação com o compasso
Demarcava os mistérios do esquadro
Na obediência e triunfo ao Onipotente
Comboiando os traços da árvore da vida
Esculpida na seiva elementar dos meios
Nos três graus do cumprimento dever
Na posição central que divide os olhos e a espada
A rainha toda fulgurada pelos raios do gládio, suplicou:
-Moriah! Moriah! Abras o caminho de Salomão
Erigem em tuas mãos doces sabedorias galácticas
No auriverde mais augusto desse ápice
Assomando as maravilhas de todo o poder
Por todo o Templo do rei de Israel, vossa casa
Abençoando toda a humanidade ao templo
Será sempre o simbolismo da construção perfeita.
Assim, o universo foi criado nas dimensões
Aperfeiçoando o pavilhão de Isaque
O lampejo se redobrava no triângulo unido ao chão
A rainha abarcando com as duas mãos a espada, disse:
-Revela-me a via menos dolorosa da existência
Entre os sete mares, debaixo das sete cores do arco-íris
Ascender-me nos sete planetas com sete arcanjos
Abrindo o candelabro para a vida do rei Arthur
Não deixe que a tua filha desabe na ilusão das horas
E que os minutos não avancem no infortúnio
Apregoando as diversidades constantes da mente
Eu não serei digna de segurar esta espada com fulgor
Mas, sou digna de venerar vosso nome em todos os milênios
Tenha-me em cada chaga de Cristo! O grande Mestre!
Na boa vontade dos céus e na Trindade do vosso corpo.
-Ó meu Grande e Todo-Poderoso Mestre!
Que separa a luz do sol da minha escuridão
Afastas os cálices execrados do tabernáculo
Envolva-me na placidez da tua sabedoria e poder
Se o rei Arthur honra vossa carne e palavra
Ó grande Centurião do Universo Eterno!
Dá-me a Luz Perfeita e a prosperidade das eras
Desperta o guerreiro do sono que se alastra nos meus olhos
Por todos os círculos anti-horários que me consomem
Dá-me o meu único Rei e dono do meu coração!
Tenhas compaixão da serva que te implora!
Peço-te pelos ventos que assobiaram em Moriah
Que Abraão pisou e nomeou com a fé divina
Abrindo o vale de lágrimas por todas as elevações
Refugiando-se no teu amor toda a sabedoria.
-Tu és o princípio maior e terno de vossas vidas.
Lanças agora, a fortaleza no meu único lenço azul.
Com pétalas perfumadas do meu último encontro
É o desenho mais salutar do meu sentimento
Escorrendo das minhas gemas aprofundadas
Eu não permitirei que as forquilhas aniquilem o véu
Das dores soterradas no meu peito, nasce o meu amor
Ó meu adorado crístico amado Jesus Cristo!
Redentor de toda a salvação humana!
Por que abandonastes o meu rei nos campos de batalha?
Tu bem sabes que a luta é a redenção do vosso nome
E a busca pelo Santo Graal, será vencida
Lavrando-se a fé e a paz na cristandade
Ó Altíssima Luz! Aventuradas orações de letras de ouro!
Desperta senhor, o homem! A tua própria criação.
Acordas o vosso pequeno servo de Deus vivo
Não vês que ele é o único e fiel guerreiro!
Lesado foi, e derramou o sangue em vossa causa
Reconstruas a geração de vossa alma neste mistério
Ó Abikaley Azadran, sangue acalorado do rei Arthur!
Por que não socorrestes o teu único filho celta?
Ó Abikaley Azadran! Onde estavas com a tua alma?
Eu vos imploro na difusão de vossos olhos!
Pelo rei e grande profeta do povo de Israel!
Que interceda o Rei Davi das doze tribos
Levando para dentro vale do rio Nilo
As minhas lamentações suadas em sangue
Ó grande generoso senhor Abikaley Azedran
Não vos deslembrais do harpista Davi
Ó Abikaley Azadran! Onde vós estais que não escuta?
Davi! Davi! Guerreiro do vosso Pai eterno
Salve! Meu Rei Davi, Rei de todo Israel
Abras o baú sagrado da devoção
Deixe-me banhar no calor da piedade
Deixe-me ouvir a Arca da Aliança
Exorando as súplicas diante dos querubins
Não me abandones Abikaley Azedran
Eu depreco as tábuas sagradas na minha face
Ilustrai o meu coração humilhado
Esmagado e danificado das precisas horas
Não me abandones, Abikaley Azedran!
O que vós fareis para alcançar o milagre
Na extrema e mais lacrimosa das horas
Aqui eu estou, prostrada aos vossos pés
Sem forças, apenas com a minha fé.
Ó Abikaley Azedran, Eu te imploro!
Não me abandones, Abikaley Azedran!
Se eu vos chamo, é por obediência
Se eu vos peço e oro, é por amor
Se eu avoco o teu nome, é urgente
Se eu assumo essa responsabilidade
Eu aspiro que a vida seja mais longa
E a caminhada não seja tão traiçoeira
O teu filho Arthur, certo dia me segredou
Porventura, se eu estivesse em apuros
Avocasse na extrema badalada
O bem aventurado nome do seu pai
E, hoje me presto a socorrer do arcano
Abrindo as têmporas nas quatro estações
Abikaley Azedran! Não me abandones!
Dê-me forças com regeneração divina neste passo!
Acasala a minha fé neste tríduo
Ó grande Abikaley Azadran, meu senhor!
Não derrama nos meus lábios a água tofana
Cobre o meu corpo com o altar dos perfumes
Não deixes que a taça de amarguras me abata
Asseverando tudo com a alma do mundo.
Naquele instante, a rainha retirou do bolso o lenço azul
Abriu a armadura, acariciou a face e o peito lesado
Lagrimando, ela disse em voz alta:
- Abikaley Azadran! Socorrei-me nesta piedosa hora
Não abandone o meu rei Arthur
Não permitas que ele parta sem o meu coração
Ainda que seja tarde, eu rogo e peço clemência
Entre as infinitas horas que o tempo não marca
Abras as gemas desse meu eterno amor
Derramando na cadeia de flores a minha estima
Ó Abikaley Azadran! Não deixe meu Artur ir-se embora
Com o vento, afasta este cálice de amarguras
Onde vós estais Abilkaley Azadran?
Que não me ouves e não ver a minha precisão!
Derramas em mim a água bicéfala.
Eu sofro a cada minuto no além
E padeço na aflição dessas badaladas
E lagrimejo em permeáveis segundos
Onde vós ficais Abilkaley Azadran?
Qual o muro que vos separa?
Qual a corrente que me segura?
Socorrei-me nesta contemplativa hora
Não desampare o meu rei Arthur
O teu único filho e rei dos bretões
O sangue vivo derramado aos celtas
Vens agora nesta última hora
Navegando com a estrela de nove pontas
Trazes o fogo sagrado em tuas mãos
Se tu não vieres, eu subirei na cabeça da esfinge
Eu gritarei loucamente pelo nosso Rei Salomão.
Ó minha Virgem Santíssima Maria!
Eis me aqui aos vossos pés novamente
Acalorando-me nesta aflição desmedida
Ajudai-me! Dê-me o crucifixo do filho
Ó minha grande mãe, Maria de Nazaré
Eu sinto todas as agonias do teu filho
Aprisionado e julgado por Pôncio Pilatos
Entregue no martírio do pretório da Corte
Esbofeteado, nada disse, apenas sentiu a dor
Ó minha Virgem de todas as mães do mundo
Ajudai-me! Acudi-me por divina piedade!
Na precisão destas derradeiras horas
Em que o filho Onipotente foi encarniçado
Suportou os insultes e dores da cora de espinhos
Padeceu agonizante com os espancamentos.
Maria! Maria! Filha de Santa Ana e São Joaquim
Eu louvo o seu manto Sagrado com minhas lágrimas
Vens agora em meu impaciente socorro
Louvado seja o nosso Jesus de Nazareno
Que não se defendeu e morreu por nós
Notando a selvajaria dos judeus e romanos
Crucificado na Cruz de todas as agonias
Na mais horrenda injustiça do Sinédrio
Ó minha Santa Maria Imaculada!
Eis me aqui aos vossos pés em dor
Minhas mãos suadas tremulam e agonizam
Ó Virgem Maria! Eu apelo a todos os poderes
Não abandones o meu único Rei Arthur
Homem digno e bondoso em vossas terras
Filho primogênito de Abikaley Azedran
Ó minha eterna Mãe Santíssima Maria
Interceda na vida do meu Rei Arthur
Acolhe-o como o seu filho também
Livra-os das dores e sangramentos
Retira o Rei Arthur do Tribunal de Pilatos
Defenda-os com a vossa Santidade
Não os deixe que os cravos o torturem
E nem os espinhos vazem na cabeça
Ó minha mãe Redentora do mundo
Tu que acompanhantes até o Calvário
O sofrimento do único filho de Deus
Derramando lágrimas pelo caminho
Na via dolorosa da morte e paixão
Do Jesus de Nazaré, o menino da Galileia
Dê-me forças extremas nesta união.
Era um corte com mais de dez centímetros
Que abalava os brotos da majestade da Espanha
Lutuosa, cerrou a visão ao magistério da luz
Ajoelhando-se perante o rei, lagrimou gritando
- Meu Deus Supremo! Meu Senhor soberano!
Minha Virgem Santíssima Maria!
Porque me entregaste assim o meu Rei?
Eu não acredito no que eu vejo, Ó Deus!
É tudo, tudo o mais injusto na minha vida
Rogai minha protetora mãe de Deus!
Será verdade os que meus olhos veem ?
Não, não, não, eu não aceito isso
Ó meu Rei Artur, eu fiquei tão longe de você
Não se vá! Eu te esperei por três luas
Arthur, meu Rei, tu és minha vida.
Naquele instante, as horas se consumiam
Com o cântico do corvo no túnel de flores
A intolerância inclinava no portal da fé
Titubeando no sacrifício lacrimejado
Das presilhas controvertidas sem o sol
Eram aquarelas lavradas em cada sino
Pulsando na rodovia do desespero
Deprimindo o quartzo da desesperança
Na vestimenta totalmente desfigurada
Imperava e açoitava verdadeiras ventanias
Reflexionando os polos da dura existência
Confeccionada na turbulência dos furacões
Dizimando em pueril adversidade do contraste
Prolongada nos respingos compassivos da alma
Escorrendo cristais azuis na fenda aberta.
O meu grande e poderoso Deus!
Diante do amor, eu não sou culpada,
Acendei as gemas do meu único amor
Eu não quero padecer em lágrimas de sangue
Ó meu Senhor Jesus Cristo, eu exoro!
O acaso não é perfeito, não existe
Não haverá fendas para as coincidências
Hoje, eu escrevo no espelho da minha alma
As mais duras aberturas dos meus pesadelos
Assanhados com a ventania enlouquecida
E a consternação que carrego dentro de mim
Não me ponhas em becos sem saídas
Dai-me forças para lutar e suportar
Os devaneios naufragantes das eras
E as sombras dos ciclos que advém.
E proferiu em voz altiva:
-Meu rei! Meu singular medalhão de minha vida
Minha eterna aliança instransponível
Provastes que me amas neste duelo terrífico
Trazendo na mão direita a minha efígie dourada
Lembrança do nosso último encontro da lua cheia
Perdoa-me por ter olvidado o canto do corvo!
Adormecida, eu sonhava com o guerreiro celta.
Mesmo assim, infeliz, eu fiquei com a rua partida
E vi renascer nas passagens as rosas azuis
Deixadas pela tua grande ternura por mim
Abras a tua visão e me beija como dantes!
Não. Eu não permitirei que os maometanos o devorem
Desbravando a profundeza da minha serenidade
Nem os povos da terra irão apartar o meu coração.
A rainha completamente calorosa, exprimiu:
Arthur! Meu sublime cavaleiro de guerra!
-És tu o salvador da Península Ibérica!
Curvo os meus singelos rebentos em teu ferimento
Verdade em verdade, somos filhos do único gênio
Eu sou a única majestade da Espanha Real
Acordas! Acordas! Ó aguerrido da luz bendita!
Eu não saberei olhar as estrelas da abóbada celeste
Sem a realeza dos teus olhos dentro de mim
Vens em meu consolo! E não me deixes tão só!
Perdida e desamparada nas noites sem estrelas
Guias o meu povo no cruzeiro da benignidade
Cavalgas nas terras do meu inteiro coração
Distribuindo a justiça por toda a Península Ibérica
E navegas o teu espírito na comunhão da Trindade.
-Sem a tua presença no meu coração. É doloroso
Não me desampare nesta hora tão preciosa!
Não saias tu do meu coração, Ó Arthur!
Todo o encanto vem da força e poder do Altíssimo
Louvai o futuro planejado por teu criador
Que tu vivas a glória e todas as conquistas!
Acendas agora as velas dos meigos renovos!
Eu te amo imensamente Arthur! Meu único rei!
Minhas lágrimas caem em teu peito
E lavam as tuas luzes nesta hora apertada
É a minha extraordinária prova que eu te amo
Abalizando o meu sentimento dentro de ti
Três dias e três noites sem lua, eu te esperei
E aguardei da minha janela a esperança
Tão florida com o cântico dos meus pássaros.
-Ai meu rei! Não partas tu sem a minha aparição!
Não vás tu embora, deixando a prole presa dentro de mim!
Venhas! Acordas com os meus prantos!
Arthur! Arthur! Essência da minha vida!
Se não acordares com as minhas lamúrias!
E se tu não abrires as gemas nesse instante
Com os meus cristais de lágrimas em teus olhos
Eu não viverei mais aqui, se tu fores para o éden
Irei contigo por toda a eternidade que há
Abras a tua visão e me beija como dantes
Eu te amo Arthur! Não me deixes por tudo que é sagrado
Meu único rei de minha existência
Sentes os meus derradeiros pingos de amor
Desabando em teu ferimento vivo e tão acalorado
Eu te amo inteiramente Arthur! Meu único rei!
Lentamente, caía nos globos oculares do guerreiro
Gotículas benzidas de prantos salgados
E de súbito, o rei Arthur acendeu os lampiões
Compreendendo a face vermelha da rainha
E a mágica da existência abrolhou
Fechando a colossal ferida do filho de Deus
Cingiu a rainha, beijando e cantando Grande Arquiteto
E dando graças com louvores ao Altíssimo
Não delongou as promessas daquela primavera
Gemaram pingos de cristais na cicatrização do Rei
Distinguindo na força excepcional da inclinação
Foram capazes de renascer na ampla inclinação
Sarando com zelo os telhados da pura fé
E, sem demora, a carruagem abordou no túnel das flores
Levando a rainha e o grande rei Arthur.
Prosa poética do Romance - REI ARTHUR - EM BUSCA DO SANTO GRAAL.
Cujo andamento final está bem próximo.
http://www.shallkytton.com/visualizar.php?idt=2496514
Meu amor! Não fique triste assim
http://www.shallkytton.com/visualizar.php?idt=3854468
É um dos trabalhos que adoro escrever e dedicado com zelo a poeta Escribalice, dona desse pedido que muito me honra.
Canto I – A Saga do amor
o amor navega nas profundezas marítimas das minhas gemas
trafegando acelerado no porto repleto de segredo do coração
candente de afeições fundeia no íntimo da minha apreciada
vendo no espaço da enseada com leme coruscante de amor
eu aprecio a cada nascimento a lua nas encostas do amor
nesse verdor frio em que o sol esvanece há apenas a flor
que eu levo nos horizontes encarnados da minha visão
é a prosperidade que contagia nas peças da minha lua
redonda de amor na celebração augusta de distração
eu vou sempre amar, amando a força que me canta
talvez, o amor seja a perspectiva que vivo neste ar
sem definição, sem explicação, eu vou adorando
se o amor é a memória definida do meu residir
eu farei o castelo mais ornamental em versos
e findo no amor por todas as bandas, é meu
onde a pepita agradável, vem encantar
alegrar o íntimo do mote mais querido
na vanguarda eu quero sempre te amar
no leito do amor. eu serei mais garrido
nem as folhas secas das oliveiras me calham
nem mesmo as ondas agitadas me fazem medo
nem o sol queima o meu rosto unido na sua face
por que o amor tem muitas façanhas com aleluias
refaz a sua imagem no meu coração e me amolece
seduz-me na aspiração de suas asas com jovialidade
será o amor um fantasma que eu nunca vejo por aqui
aparece no caldo dos meus olhos e me faz entusiasmar
não havendo sombra, eu permaneço avaliando a lua nua
a menina dos olhos de prata vestida de noiva na noite fria
uma princesa tão admirável mais que a minha lua prateada.
eu fico louco submergindo a grandeza dessa senhora rainha
mais linda dama em meus versos, que não foi feita para mim
somente Rei Arthur consome as plumas dessa espaçosa paixão
e na totalização que vem nos dias, meses, anos, e séculos sem fim
é uma verdade real subjugada nos confins martelados dos ambíguos
no pilar assentado dos triângulos da neutralidade que anima no ocaso
reproduzem na comunhão de vontades todos os labores para o sonhador
e sendo a diferença mística dos domínios embarcados em cada fisionomia
retratam os períodos ilimitados dos afetos surgidos no latifúndio da alma
sorrateiro entre as nuances galopadas das idolatrias não desenvolvidas
castigando as estremeções vinculadas no apego do fino sentimento
corroendo um pedaço ou parte desta lanterna que não faz aliança
aceita-se que a formosura apenas dar cor no cartucho do amor
alinhando na dinâmica as folhagens forradas de vivacidades
por isso, a labutada se torna um arco de flecha abrandado
certeiro, nas intrínsecas abordadas da legítima sensatez
faz do apreço, o terço com endereço desde o começo
é o amor, moldurando na costura afável dos afetos
açambarcando os rios das artérias rubras do amor
em linhagem imaginária e abstrusa de aragens
no carrossel aberto de mel com bel-prazeres
são aspirações cativas entr’os jardins do céu
corporação indivisível no acalanto é um véu
decompondo o sentimento como um chapéu
não é um troféu, muito menos um escarcéu
porém, lamentável quando o amor é um réu
e tudo se transforma em um mar de fogaréu
se se diminutas as lutas poderá ser um ilhéu
amenizando composição amigável, haverá inteira solidez
porque o amor não trava embustes, nem improvisa guerra
tão-somente edifica com notoriedade a dedicação do belo
com escória excelente de incomensuráveis reciprocidades
assim baila esse nobilíssimo sentimento que é a meiguice
é o amor uma imaculadíssima dinastia
legendada por afeições cotejadas na vida
deliciosa amêndoa no desenho do coração
satisfazendo o espírito com mil amabilidades
locupletando as sensações no conforto da calma
são as alamedas mais doces da mansão do amor
o longo convívio afaga no achego duradouro
permeando a mente no endereço do fulgor
escrevendo as delícias com mais primor
são distingues etéreas da constelação
fluindo na concepção do universo
e no espelho da realidade da vida
o carinho é uma carruagem de sonhos
cingindo a alma na magnitude das confissões
é a vitória tecida nos cortes da vulnerabilidade
tão frágil que se quebra como um cálice
tão leve que penetra sem percepção
na conjunção completa do afeto
o amor não fere e não enxovalha
compartilha a doação sem acreditar
o amor é aquiescência de boa ação
esmagando o egoísmo na prisão da mente
o amor é o dia e a noite em reciprocidades
é a augusta aliança completa e inquebrável
pisoteando orgulho em todas as dimensões
no mais atlântico alicerce feito sem projeto
são ondas espaçosas no baldrame imutável.
conglomeradas afeições não alteram
não modificam não se extinguem
não realizam nenhuma promessa
a calentura é o sorriso na tristeza
superando alegrias e tantas agonias
até mesmo na desfeita de um infeliz adeus
no qual é tão dolorido no acesso do rompimento
e mais dolente quando os brotos notam a separação
na magoada história escrita em letras de lágrimas
deslizando não tranquiliza o sofrimento da alma
é o extremo do amor, onde a onda se quebra
nas intensas profundezas de um oceano
repartindo o coração em mil pedaços
e rompendo o sentido da existência
faz silêncio total das temporadas
o amor é algo especial dentro de si
é a bússola apontada sem destinos
o lenço mais extenso nas decepções
friccionando a tristeza em cada olhar
na vestimenta mais branda dos homens
sem fórmulas, e sem negociações
é um livro aberto e simples de ler
não possui pesagem ou prestação
e muito menos qualquer cobrança
o amor é o pulso e o relógio da vida
marca todos os baques na prudência
é a evolução mais digna dos átomos
e as lembranças ativadas em prótons
fulgurando a alma como um sol ardente
não haverá estrela cadente sem afeição.
No lago de amor há correntezas infindas
Incondicional em todas as margens
O amor é tão paciente sem medição
Não possuindo o baú de medos e receios
No amor não há espaço para o rancor
Interage na influência e destrói a vangloria
Conserta defeitos e desafia a paixão em brasa
É a oferenda mais singela da pessoa
Desnudando a censura sem humilhar
O amor não destroça as imaginações
Aproxima os limites dos bel-prazeres
O amor é a ocasião mais achegada da alma
Conferindo milhares de adjetivos abstrusos
Na união da igualdade sem desamparar
São todos os argumentos iniciais da amizade
É o amor um continente extenso de afetos
Cercado por inúmeros acontecimentos
Se o amor é uma doçura inexplicável
Mais enigmático é julgar suas estirpes
O amor aparece do nada, coisa nenhuma
Avizinhando o querer, mais e mais
Estendendo em uma química espantosa
O amor é o aroma mais cobiça da amizade
Todos apetecem apenas alguns são chegados
O amor é uma galáxia invisível
Constituída dentro do buraco negro
Expelindo na dimensão do ego massa escura
Com campo gravitacional apaixonante
Namorando as delícias dos corpos
E nascendo novas estrelas densas e belas.
O amor é como o sangue que corre
Circulando por todo o orbe corporal
Um líquido invisível e sem tonalidade
Dominante por todas as artérias
É tão influente que é capaz de tudo
Neutraliza o tempo e as horas
É tão bom o amor que nos cega
Abraçando a paz e construindo alegrias
Esse amor verdadeiro é certeiro
É tão inexplicável que nos faz viver
Materializa sonhos e mistérios
É um superpoder com energia
Conectando dois corações amantes
É o amor a dualidade nas aspirações
Um continente de emoções com calma
Na liberdade de todas as águas presas
Impondo salvamento à alma da criatura
E acende o sol em grandes chuvaradas
Entende todas as escritas das estrelas
Desperta com a noite na calma da paz
Nada se apaga ou se abre sem o amor
E cura todas as moléstias com relevo
O amor é a conexão das asas amadas
E seu maior elemento químico é a fé
Que faz ternuras no tempo de choros
O amor não é feliz sozinho no atalho
Não queima e nem arde na desunião
Aclama a prosperidade com saudade
Unindo dois corações sem desiludes
É o amor, a única razão da existência.
Ou um gigantesco planeta ou asteroide
É tão real que apenas podemos sentir
Não podemos apalpar e nem ver, é mágico
É uma maravilha! É uma luz solar
Com força e robusta energia queimante
O amor é o nascer da existência da paz
É o superlativo altivo do coração
É a máquina mais trabalhosa
É tão exímio e magistral que enlouquece
Arde e incinera quando não se der estima
Machuca os pensamentos na traição
Alteia os dias vividos em lembranças
Edifica nova morada onde quer
O amor não pergunta e nem responde
Sobressai completamente mudo e surdo
Regulando a régua no grau em que se ama
Eternizando toda a nossa materialidade
Do passado ao presente e não perece
Eleva-se quando prospera no futuro
Esse sentimento amoroso se perpetua
Gira, gira, gira como uma roda gigante
Na brisa mais cobiçada do ser humano
É o terno mais aguçado dos amantes
Nesta sublime medição enigmática
Não há espada mais garrida que o amor
E nem lança mais cortante que o amor
Indestrutível e sem qualquer indagação
Supera monte, limites e vive sem fronteiras
Equação mais sublime do Deus Supremo
Decompõe a angústia em mil alegrias.
Se existe o nada, o nada é o puro amor
Na larga raiz imaterial do ser humano
Um desejo gratuito, leve, livre e solto
Assim, é a face do venerável amor
Curando com o remédio da consolação
Faz atração entre corpos amados
Purifica os erros e conserta o coração
Ergue, levanta quem se desmorona
É o amor o estandarte latente balançando
Lábaro brioso leal e mui sincero
Único ser que enxuga as lágrimas
Com os dogmas do extenso perdão
Faz a porta a gratidão em mil esperanças
Cobrindo sem custos as fraquezas
Abduzindo as enfermidades do corpo
É o amor, o guerreiro de todos os prélios
Eleito como o maior livro do homem
Com folhas escritas para a eternidade
Nos lenços mais suaves da alma.
O amor é o retrato da mais alta saudade
Que guardamos e ansiamos a sua falta
Entorpecendo a elite do espírito
O amor é a mais soberba face da felicidade
Não lavrando com cuidado se perde
Na inclinação do dia amanhecendo
E, poderá se aperfeiçoar no anoitecer
Justificando o poder e a existência de Deus
No perfumes mais raro – o amor
A seiva do amor é tão reta que não há curvas
Não havendo espaço para uma descida.
ditoso agrado
é ter um bom amor habitando na alma
envolvendo todo o corpo na extração dos carinhos
representando o arrojo mútuo e causando ampla admiração
faz habitação dentro do coração ligando as aquarelas do acalanto
é um dos espetáculos mais belos com cenas e assuntos insonháveis
sucedendo às vezes, sem que percebemos a sua abordada inesperada
batendo o coração acelerado faz a magia sentimental mais acentuada
assim é a energia calorífica dessa emoção comtemplando o coração
adubando as vibrações na unidade sem qualquer lembrete ou nota
um sentimento que ruge, anseia, grita e se esperneia, é meiguice
bulindo incansavelmente dentro do coração sem hora marcada
o amor vem como uma avalanche, invadindo todo o íntimo
irradiando com labaredas e açoitando em bons momentos
tonando-se extraordinária emoção que não se destrói
e quando se extingue, o coração sofre loucamente
entre nuvens esparsas e completamente escuras
sai perambulando no ambiente melancólico
da solidão ardilosa dos espinhos sem rosa
amolando e pisoteando a mente frígida
na dor que abre nos blocos dos olhos
é assim as procelas da infelicidade
aliciando na lareira do calvário
a decepção amolada por dias
não é sensato ter desamor
na via estreita da alma
será sucessivamente
a máxima ferida
no coração
sem amor
O amor é a porta mais aberta do universo
É a nossa via láctea onde Deus é a central
Administrando nossos passos na criação
No mais espaçoso logradouro de luzes
Confraternizando os sentimentos compassivos
Suas expressões não denotam modicidade
Alçando novéis horizontes na época vindoura
Labora premissas em cada coração amado
Preside em lacunas as premonições
Remexendo na restauração da alma
Sem possuir deplorações no espírito
Não existindo palavras para decifrar
E o amor realiza atmosferas longínquas
Inventa o feio na mais bela oferenda
E dar a este sentimento sem esperar volta
Na perfectível concepção dos sentimentos
É o diagrama arquitetônico mais suntuoso
Um grande cruzeiro de ordenações pessoais
Em cada uma das rodas giram transformações
Abundantes em diversas peculiaridades
Que o ser Supremo já criou além do universo
Ditoso é quem possui o passaporte dessa afeição
E a cancela mais alterosa para quem ama
Dando e espalhando dádivas sem nada auferir
Laborando no crescimento das benevolências.
Entusiasmando descobrimentos aos rebentos
Acendendo palcos luminosos em cada jornada
Ainda perfilando o corpo e remata o íntimo
É o amor o nascimento de prosperidades
Na carruagem histórica mais sensível.
Canto II - O Mundo Céltico
o grande mundo céltico
apogeu de toda Europa
constituído num legado
ramificado na incerteza
outrora deixando o mar
desde o segundo milênio
migrou para vários solos
eternizou toda a Irlanda
dominou toda Anatólia
fez da Península Ibérica
a mais ilustre conquista
e do norte de Portugal
lutou ainda por Galiza
alastrando a mãe língua
em tradições e costumes
das amplas tribos bretãs
elevadas nas mitologias
por toda ilha Britânica
Definiram centenas de deuses e noite das trevas
e sobreveio na Irlanda o cristianismo de Cristo
o letrado e bem-aventurado Bispo São Patrício
bateu o ateísmo e fez da Irlanda o cristianismo
e aflorando da Irlanda do Norte até a Narbona
entre cultos e religiões, sobressaía os druídas
grandes rituais e relevantes celebrações
em caldeirões e amplos sacrifícios
nas noites de lua cheia, fervia
militavam seus cultos
e mil bruxarias
os druídas
Nem mesmo as horas apagam as preleções
Nem os minutos precipitam as temporadas
Dos novelos indissolúveis dos painéis
Naufragando nos becos das turbulências
Entre os estampilhados desacelerados
Passam-se as nuvens entre as tempestades
Nas lembranças enraizadas dos temperos
Evocando dunas nas sombras do futuro
São costelas amaciadas dos cumprimentos
Que não se apagam com as ventanias
Nem mesmo com os coices das chuvaradas
Envelhecidas no topo da existência
Denotam a sensatez das palhetas dos ares
Em liturgia dos cânticos assobiados
Sobrevoando os andares das biografias
Bandos isolados em busca de refúgio
Caravanas partindo sem sossego
Autodeterminação nas colinas
Entre rios, montanhas e picos
Definiam as ouvidos de um povo confuso
Às vezes, alinhados na escuridão
Distorcidos das linhagens da prole
Destruindo o âmago das bestialidades
Mutilados em razões egoísticas
Incompreensões acirradas nas visões
Pestes nos invólucros de animais
Ferezas atribuídas sem fatalidade
Viagens ao acaso nas vielas da lua cheia
Assim comiam e viviam os ferozes
Maltratando a própria alma em descanso.
Às vezes, as ondas não voltam mais
Em lençóis de redemoinhos espaçosos
Purgando as correntezas de tantas incertezas
Burilando as demais cortesias sem amparo
Que não se apagam com as piracemas
Nem mesmo com os coices das chuvaradas
Chicoteadas no vacilo das noites inteiras
Borbotam petas entre tantas mentiras
Engodo nutriente dos mais fracos
Entorpecendo milhares de almas
No esgotamento de todas as paixões
Encarnadas no leme das ancestrais naus
Rematando no matiz dos anos, a voz
Artificiosa e lançadas no meu do corpo
São flagelos doentios da ciranda viva
Se o horizonte embarca nas horas
Não resistirá as chamas da estrela, lua
Despida no guardanapo das virgens
Olhai o lenço roto das pedras de marte
Pisando entre as compilações flamejantes
Discernem no abismo negro da existência
Mil insanidades desvairada de tolices
Empurram estouros no cinturão de asteroides
Caindo nos pés de cada viver para ter
Os pulsos enigmáticos da saudade
Espelhada em cada expressão neutra
Escondida nos murais da bulimia
Cavalgando os brutos na ingenuidade
Das manhãs enfeitiçadas pelo brio da lua
Ora abrigados nas florestas dos absurdos.
E se a vida fosse tão doce como o mar
E o mar tão rebelde e travesso como o rio
Os estandartes da existência, sorririam
Em desaforo contumaz de todos os dias
No despreparo miúdo que calham
São emoções em investigação de ódio
Remédio de todas as odiosidades
Embebidas nas taças das perdições
Lições hipnotizadas dos impérios
Relatos que voejam nos céus
É flúmen que invadem as mentes
Tateiam as caras redobradas em vão
Neutralizam as artérias com espada
Construindo o piso frágil das fantasias
Nos pirões esquartejados dos insumos
Das guerras mal travadas, caem vidas
E desses prélios serão as discórdias
Nas aspirações mais avançadas do homem
Poderes entre ações desestabilizadas
Em contornos afluentes de questões
São bocas feridas e hipocondríacas
Lastimando contra o véu sem mel
Lambuzado de infortúnios de desonestos
Piscando na sentinela da lua cheia
Sem trovões não abrolham anseios
Esmerilando o nariz das indagações
Flutuando no olhar maldito e traiçoeiro
Nas coisas de ninguém, sempre tem
Alianças atravessadas nas esquinas
Borbulhando nos tímpanos de outrem.
As minisséries de cada tribo pagãs
Eram atributos lançados ao vento
Dispersados sem entendimento
Frieza puríssima escandalosa
Em sangue-frio de dessabores
Ostentados no ferro mais elevado
Retorcidos por fúria das gemas
Alucinadas nas expedições e conquistas
Braços longos e homens afoitos
Não será um hitita dos flagelos
Agonizando no endeusamento
Abençoando a cabeça do animal
Adorando mil deuses na oração
Eram homens feitos para a guerra
No império de apenas um rei deus vivo
Os homens migravam como formigas
Acedendo caminhos ao novo mundo
Alimentação precária e morosa
Enquanto a caça e o verde existiam
Indo para outros chãos nus e imaculados
Migrações que duraram tantos séculos
Em milhares de convulsões avançadas
Desde o patriarca Noé aos tempos
Assim nasceu a menina Europa
Dos dentes dos primitivos estrangeiros
Fragmentada em diversos grupos
Desorganizados, formavam outras tribos
Separados, atravessavam o solo
Na árdua viagem mais épica do ser vivo
Colônias sem impérios, constituíam a vida.
Rumos diferentes e pátrias novas
Línguas, costumes e tantas crenças
Era o marco ancestral de cada cultura
Semeando novos berços entre o mar
Milênios percorriam a meia lua
Lendas e mistérios cobriam as mentes
Das cavernas aos topos das montanhas
À frente, à defesa da terra e do solo
Espalhados por todos os continentes
Cada homem que nunca se observaram
Levava consigo o brasão da desigualdade
Avançando na colonização europeia
Uma aprendizagem ao próximo futuro
Na vida terrena com pleitos imensos
Apoiando na criação das divindades
O homem domesticando o cavalo
Carroças de duas ou quatro rodas
Domavam as influências entre bandos
Serviam também nas platibandas
Abrindo conhecimentos abstratos
Eram tão insolentes no dia a dia
Com facas e punhais afiados
Com colares imódicos no pescoço
Ouro puro ou prata alardeavam
No piso de gerações crescentes
Lançadas à base guerras e desavenças
Cativo e fugas eram constantes
Chefes aclamados à hierarquia
Vassalos à disposição e a ordem
Em uma classe destinada sem futuro.
Àquele povo dominante da Irlanda
Distribuídos em centenas de pedaços
Não há como negar as estruturas sociais
E seus vastos conhecimentos históricos
Até mesmo Hecateu de Mileto, abismava-se
Nas viagens que percorria naqueles domínios
Foi Hecateu o pai da história grega
Que estudou, observou e dividiu o mundo
Formulando o mapa geográfico
Aquele nobre poeta prosador
Descreveu com classe, e contou a história
Ele era o grande viajante dos mares
Um político que pretendia maior direção
Seria um dos maiores logógrafos
E defensor de Mileto, assim fora esquecido
Era ali na cidade dos filósofos ocidentais
Onde os homens letrados da alta sociedade
Viviam na pequena província grega
A Escola Jônica de Mileto, em Jônia
Banhada com as águas do mar Egeu
Alargando as experiências e práticas
Nos refinados estudos filosóficos
De que a matéria ocupa os espaços
Dentro da consciência e reflexões
A escola difundia em diversidades
Naquele aprendizado do mundo antigo
Solidificando a nobreza de Heródoto
Era ali na costa da Ásia Menor
O centro principal da mercancia
E o leito primordial dos vastos estudos.
No berço da democracia e filosofia
Das medições da ciência e letras
O povo grego sempre se destacou
Arrolou nas letras ao mundo do cosmos
Arvorando experiências nesse legado
Nutrindo no aumento destas biografias
Sobressaindo grandes homens
Aristóteles, Heráclito, Diógenes
Arqueleu, Anaximandro, Anaxágoras
Não olvidando o criador do Partenon
Péricles, o notável de toda Grécia
E se a existência tem mais vida social
Foi Clístenes de Sícion, pai da democracia
Criador das decisões públicas aos gregos
Uma das maiores conquistas daquele povo
E, jamais poderemos deslembrar
Os acervos constituintes da Europa
As aventuradas terras abertas e verdes
Distintas por desuniões adversas
Dos séculos e séculos, habitaram os Celtas
Na expansão da grande região da Irlanda
Frutificando a Europa à Península Ibérica
Entre os Açores à Península da Anatólia
E de todas as incertezas, eram os Celtas
A magia da criação de peças em ferro
Das aquisições do ouro em moedas
Dos braceletes, cordões aos vasos e potes
Homens guerreiros e comerciantes
Das artes, religiões místicas e guerras
Tudo resultante de fusões culturais e etnias.
a bota usada por Rei Arthur
era findada de pele de cabra
mole e durável nas estações
e diferente do couro de vaca
uma bota de modelo próprio
causando sorte ao cavaleiro
com o bico de ferro virado
no aspecto de bico de pato
era uma peça da armadura
atenuado, e com salto alto
enorme e luxuoso nos pés
em tamanho bem mitigado
bordado com fita vermelha
uma nobreza dos cavaleiros
legítimos homens das brigas
fiéis guerreiros da ampla lutas
defensores da terra e conquistas
em luta na era medieva da Europa
com um adequado solado grosseiro
tais utensílios eram marcas de galopes
empregados na extensa e alta idade média
com um formidável cano alto, trazia conforto
nos caminhos ou nos galopes, às vezes longínquos
ostentando o marco e o grau da hierarquia do cavaleiro
sem alterações daquele era, a bota cano alto foi muito usada
nas lutas por grande cavaleiro. o mais airoso e poderoso Rei Arthur
intrépido nas extensas labutas onde a força e a coragem soma troféu
atacando nas cautelas do além é a mais congruente defesa e da história
são prelações que não abatem na afluência intermitente de um lutador
são apenas lições de afeição viajando nos lenções das quadras futuras
era findada de pele de cabra
mole e durável nas estações
e diferente do couro de vaca
uma bota de modelo próprio
causando sorte ao cavaleiro
com o bico de ferro virado
no aspecto de bico de pato
era uma peça da armadura
atenuado, e com salto alto
enorme e luxuoso nos pés
em tamanho bem mitigado
bordado com fita vermelha
uma nobreza dos cavaleiros
legítimos homens das brigas
fiéis guerreiros da ampla lutas
defensores da terra e conquistas
em luta na era medieva da Europa
com um adequado solado grosseiro
tais utensílios eram marcas de galopes
empregados na extensa e alta idade média
com um formidável cano alto, trazia conforto
nos caminhos ou nos galopes, às vezes longínquos
ostentando o marco e o grau da hierarquia do cavaleiro
sem alterações daquele era, a bota cano alto foi muito usada
nas lutas por grande cavaleiro. o mais airoso e poderoso Rei Arthur
intrépido nas extensas labutas onde a força e a coragem soma troféu
atacando nas cautelas do além é a mais congruente defesa e da história
são prelações que não abatem na afluência intermitente de um lutador
são apenas lições de afeição viajando nos lenções das quadras futuras
Canto III - O Anjo Gabriel
é
o esquadrão
de forças eternas
são os anjos dos céus
império dominador
paz e a ordem
Deus divino Deus
na criação do mundo os anjos louvaram com alvoroços
enormes louvores lavrados nos confins de todas as criações divinas
apenas os anjos de Deus serão os mais fiéis lutadores da armada celestial
abrindo caminho aos homens no extenso acostamento ao nosso ser Supremo
não há outro no orbe mais abissal que a hierarquia angelical em advocacia
sua influência encanta todos os seres humanos de todos os andamentos
fora apenas um grandioso anjo que fizera a anunciação de Jesus C
à Santíssima Virgem Maria, prevenindo o seu nascimento
o anjo esteve presente com Jesus Cristo no deserto
contemporâneo na agonia em Getsêmani
no julgamento e todo o sofrimento
na paixão de Jesus na Cruz
na grande ascensão
na vila Betânia
das oliveiras
assim, os anjos são luzes espirituais
os mensageiros do nosso Senhor Supremo Deus
em qualidades dominantes e fiéis, cumprem ordens de Deus
aproximando todos os seres humanos na vinculação ao Supremo
uma armada de anjos é o reino do Nosso Senhor Deus, o Onipotente
dando virtudes, principados, conhecimentos, são os gênios da humanidade
contribuindo e sagrando ao homem os princípios reveladores da união
com luzes e poderes, os anjos em arcadas convivem com os homens
alinhando as veredas na cabal intersecção espiritual e físico
é o anjo o ser angelical entregue por Deus ao ser humano
anjo
Eu sou mesmo o anjo Gabriel
O mensageiro do nosso Criador
E minha primeira conversa está escrita
Em uma grande Pedra da Revelação
Conferi aos homens da terra as Boas Novas
Os sonhos como fidedigna mensagem
Eu sou o governador de todo o Éden
E diretor dos anjos e demais querubins
A minha pele é completamente diáfana
Nutrido de energia pura em gravitação
Com campo e núcleo interminável
Eu sou o domínio da matéria e consciência
Eu sou o anjo das grandes revoluções
Eleito o melhor arqueiro do reino
Com as folhagens da graça divina
Eu tenho os sete selos do apocalipse
O mais justo caminho ao Altíssimo
A imortalidade vive dentro do meu eu
Apenas, eu não possuo livre arbítrio
Eu cumpro apenas ordens do Altíssimo
Na evolução de trazer o homem aos céus
Projetando-os nos atos e aconselhamentos
Levando a taça de todas as misericórdias
Por isso, eu sou o Príncipe do Senhor Deus
E estarei sempre presente nos andamentos
Evitando que o ser humano se extinga
Nas amplas embaralhadas das vontades
Eu sou o anjo do espírito da verdade
E fui o enviado à Jerusalém
Depois, ao vilarejo da Galileia.
Constituindo o anjo da encarnação divina
O portador das inspirações de Deus
E Levando as forças benéficas a todos
E minhas provas estão presentes no dia a dia
Quando os sinos dobrarem nas abadias
Nos refrãos entoando o Angelus
É a redenção santificada e jubilosa
Perpetuando o infinito amor e louvor
No advento da vida do cordeiro de Deus
O Ângelus é a esperança que chega
Alicerçando o mar nas expectativas
Da passagem mais próspera à vida
Eu estarei sempre presente na sua vida
Entre as badaladas de cada sino
Suave, maravilhoso nas meditações
Alcançando as graças com vossa Mãe
No toque mágico das Ave-Marias
É a intima ligação mais puríssima
O mais belo e único gênero musical
A comtemplar a mais harmoniosa obra
Do Criador do universo e do homem
No sopro divino do Altíssimo Alado
Aprimora o grito da libertação humana
Nas súplicas em cada tribulação
Adequando as trajetórias para alma
E louvando o espírito na renovação
No toque da mão de Deus ao homem.
Sublimando os céus e a terra
Aderindo o tríplice da pureza
Em gradual ânimo incompreensível
Na energia do poder do Ser Supremo
Eleva-se no horizonte dos espíritos
Perante o altar revestido de ouro
Com brilhos na árvore universal
Ali está o defensor arcanjo Gabriel
Pronto, com um turíbulo de áureo
Floresce no cheiro divino dos afetos
Em toda a hierarquia celestial do paraíso
Evoca júbilos com respingos na alma
Bendizendo ação de graças e consagração
São fluidez e calma das amabilidades
Visualizam o conteúdo da arte cristã
Doando um pouco da minha luz ao homem
Acatando ordens do anjo tutor e guardião
O homem não viverá sozinho na terra
Terá a proteção do corpo e espírito
Na celebração grandiosa das almas
Exorando nas inúmeras precisões
A alma do homem não padecerá
Sem os rogos do seu coração
Com todas as petições, estas serão ouvidas
Na tempestividade do bom espírito
Empilhando também as luzes das virtudes
E salvaguardando dos hostis e perigos
Da iminente bestialidade exasperada
Do odioso e cheio de ferocidade
O exército divino fará demanda.
Com a grande ventania no túnel das oliveiras
Ali, descia o extraordinário em forma de arcanjo
Batendo as asas adornadas de cor branca
Os cabelos acoitavam no matiz de ouro
Era tão cambiante o fulgor imponente
Que luzia à cabeça um círculo prateado
Com rebarbas nas laterais de ouro puro
Suavemente articulando naquela parada
Expelindo no luxuoso florete sobrenatural
Lá, naquela adjacência, via-se um anjo
Ali, sobrenadava a candidez do arcanjo
E próximo ao inaugural de eventos
Suas pupilas surpreendentes na visão
Abriam-se em ato resplandecente
Outrora, pacificando a ventania
No controle daquele abissal episódio
As pupilas mágicas caminhavam
Em direções adversas de conteúdo
Capturando as nuance das horas
Com sobrancelhas graúdas e inteiradas
Sobressaindo nos admiráveis olhos
Cílios alongados no tom dos cabelos
Perfazendo um fino e soberbo
Com o nariz curto tipo asiático
Na beleza dos lábios finos e harmônicos
Um pouco comprido na exterioridade
Banhados na simplicidade imponente
Era constante naquela degradação
Às vezes, variante em cada posição
Sintonizava mais e mais cativantes.
Ele derramava no recinto um cheiro
Exalando por todo o túnel das oliveiras
Uma fragrância magnífica e divinal
Extraindo de suas mãos uma energia
Com exemplificação de uma luz etérea
Em plena forma de corrente elétrica
Com os belos olhos fixos no corvo
Ele admirava e sorria demasiado
Com as piruetas da ave em desesperança
Notava-se uma sensação misteriosa
Um ambiente insípido e cauteloso
Algo estranho de causar tanto medo
E indescritível de se descrever
Em real relance tão uniforme
Sem compreensão da mente humana
Faiscando as chamas adequadas de amor
A sua fisionomia era macia e tão puríssima
Sublimando com lucidezes azuis nas aselhas
Límpidas e bem guiadas na corporação
Era o majestoso anjo do senhor Deus
Sentado sobre a pedra, calmamente
Ele analisa o perfil do ambiente turvo
Com os olhos esmeraldinos, nota a era
No cântico do corvo rasgando o tempo
Apressava-se a ave na resolução
Mergulhando de bico em acrobacias
Contemplando a estação do momento
Ali, percorria uma brisa fria e mansa
Recompondo o panorama hostil
Entre as folhas verdes das oliveiras.
Vestindo um lustre branco na grandeza
Era um fanal em fortaleza angelical
Sentando numa grande pedra lisa
De coloração marrom violeta
Traduzindo as mensagens do castelo de Deus
Era o guardião da humanidade em plenitude
O ser especial com inteira perfeição
O defensor e guerreiro do Castelo Celestial
Na proteção e amparo da raça humana
Aquela majestosa criatura divina
Com a face límpida de alegrias e benevolências
Sentado no galho da oliveira, nada dizia
Apenas cumpria a missão celestial
Observando com placidez o exterior
Ele notava o silêncio cair naquela tarde
Se a contemplação faz enlace na alma
A nobreza e todas as benfeitorias são aulas
Governantes no tríduo da época vindoura
Aufere a sapiência como um diamante
É o anjo o senhor dos temporais
Mensageiro e salvador por aclamação
Indicador da mais alta Corte Celestial
É tão uniforme nas decisões garridas
E o seu manto branco é cristalino
Na mais extenuante criatura de Deus
No propósito de acudir quem o chama
De uma beleza incomensurável às gemas
Não há como se embaraçar com a divindade
Na completa espiritualidade e benignidade
É o anjo um fantástico, divina onipotência.
Esse ente da grandiosidade celestial
Sabiamente querido pelos que tem adoração
É infinitamente mais alto que o homem
Condescendente aos princípios enigmáticos de Deus
Píncaro das elevações beneméritas do universo
Príncipe da mais imbatível cátedra soberana
Detentor de infinitésimas comunicações
Com bandeira harmoniosa da tranquilidade
Não, não, ele não vacila quando é procurado
Satisfaz os seres humanos com lealdade
Contenta os mais frágeis das tribulações
Resguarda no travesseiro os liames com o Criador
Acondicionando a conexão infalível
Ajudando a cada passo nessa construção
Entre o Altíssimo e o pequeno homem
Plantando as sementes da concórdia
Na fonte de todos os conhecimentos
Aproximando o homem para o bem
Saciando na pureza a salvação
Dirigindo nas estradas de pedras
Sem qualquer brasão ou armas
Com depósito bento nas mãos sagradas
Exibindo a sagrada Sabedoria Divina
Era ele o passageiro da nave universal
Viajante das galáxias inacabáveis
Do tesouro mais belo da criação divina
Ele assistia o abissal cântico do corvo
E, voando, voando em largas acrobacias
Descendo em pinotes e saltos assustadores
Do vendaval que abordava no túnel das oliveiras.
Sem sombras de quaisquer dúvidas
É o anjo Gabriel, o mais belo
O arcanjo que senta à esquerda de Deus
Plantando bênçãos no coração dos homens
Aliviando as dores das labutas
Protegendo em todos os sentidos
O grande mensageiro e guardião de Deus
O Arqueiro e maior justiceiro nos céus
Nas batalhas contra o extenso mal
É o anjo Gabriel o emissário de Deus
Foi ele que anunciou o filho de Deus
Não olvidando que foi o arcanjo Gabriel
O anjo que ficou frente a frente com Daniel
E conversou com o profeta Zacarias
Assim, eis o mistério de toda a grande fé.
Canto IV
o belo vestido real abalizava a ocasião
flexível e tão leve e profusos adornos
todo em seda pura na coloração branca
e colar no pescoço com joias preciosas
fulgurava no corpo em distinta demasia
modelando a silhueta da bela rainha
entre cores cruas e tão raras na era
demarcavam o princípio da beleza
tons puxado em realce mais ativo
por baixo a camisa de linho leve
abonando o colorido da túnica
encarnada com duas pérolas
e cinto com broche d’ouro
no arremate da cintura
embelezava a rainha na decoração
e nas abas bordadas com fiapos de ouro
e com variadas pedras preciosas no arremate
tão maleável que ostentava um admirável luxo
baixando no vestido uma forma triangular aos pés
e assim, era a vestidura da grande rainha da Espanha
a mais esplêndida mulher que os tempos não deletaram
bonita com face angelical e pequeníssimos lábios doces
alinhavam toda essa silhueta nas asas da magistralidade
cabelos na gradação d’ouro embriagados na tinta do sol
revelando riqueza, saber e força na equação da vivência
no arranjo da beleza extraordinária e da província Ibérica
um vestido sob encomenda e tão custoso vindo do Alto Egito
das melhores terras de juncos e abençoadas por Deus de Abraão
e das tradições que o universo uniu e desuniu os povos em guerras
não findando as esperanças, e as buscas do comércio na idade média.
Não houvera quadras
Nem tão pouco enquadras
Que afugentasse nesse sulco
Ou desafiando suma evidência
Abrilhantada na centralização
Quiçá! Harmônica desse ciclo
Conflagrando nas imaginações remotas
E atrelando as reflexões no convés da ocasião
Aludindo no paradoxo das assombrações
Neutralizando o cabeçalho do crepúsculo
O firmamento acende-se neste panorama
Síncope entre as nuvens esparsas e escuras
Arejado entre a lua e lindas estrelas
Peregrinando no espaço intergaláctico
Será a gradação da evolução dos tempos
No limiar das elementares premissas
É a rainha a beleza em uma grande linha
Formosa e luminosa quão o perfume da rosa
Elucidava em suas cores o lindo vestido
Na perfeição dos contos, mitos e lendas
Eram reflexões da passagem da moda
Em percepção da cultura e fertilidade
Traduzia no aporte fotográfico dos olhos
Padrão elementar que corria nas estações
Dos hábitos e costumes vivenciais da realeza
Transformados em atitudes e conhecimentos
Com suas cambiantes aprofundadas
De cunho ambiental e polivalente
Impressionava a diagonal do vestido
Nas preliminares de uma linda rainha.
Fino trato e com admiração perceptível
Mulher jovem, madura e experiente
Entendedora dos mitos e segredos
Elencada em brios e adornos sofisticados
Doçura nos lábios rosados e aprontados
Uma menina-mulher outrora donzela
Realçando atrações nas virtudes
Entrelaçando a robustez facial bela
Dotada de consciência exemplar
Transmitindo raios de felicidades
Meiga, inteligente e bastante dócil
Era incansável defensora dos jutos
Apaixonante pelos verdores das estações
Simpática deusa mulher nos florais do amor
Usando um look da mais alta costura.
A candidez se alastrada em seu corpo
Exprimindo conceituada instrução
Faz de uma mulher-menina a nobreza
Com inacabável fragrância feminina
No mais amistoso símbolo inquestionável
Sutileza em cada olhar modesto da noite
Desprendia carinhoso o paladar meigo
Face mais romântica entre uma pétala
Cheirosa é bela rainha da Espanha
Menina moça com aroma de perfume
Com festejo penitencial de todos os dias
Seu corpo exprime a mais rara flor
Sincera no auriverde das manhãs
Valorando as trilhas da bondade
Na coragem exposta de realizar a vida.
A bela rainha traz um manto sagrado
Suas volições demudam a realidade
Suas palavras dançam com o sol
Refletem até mesmo na escuridão
Faz da noite negra o brilho da lua
Voando os pensamentos nas brisas
Adorna o trajeto com feixes de prata
Enobrece o coração dos frágeis
Suas mãos cozem o grande amor
Abençoando e indultando as invenções
Moça bela no quarteto das flores
Simpatia respingando nas pétalas
O seu cerne é maior que o mundo
No assobio dos pássaros voando
Deusa da Espanha completamente linda.
Amante da música clássica e poesia
Devota de Santíssima Virgem Maria
Benfeitora dos filhos paupérrimos
A mãe dos meninos órfãos e sofridos
Ela é uma matriarca em culminância
Seus olhos produzem riqueza em fartura
Acolhe os súditos com medida na corte
Enxuga as lágrimas dos infortúnios
Traz na visão os braços abertos
Vive de gratidão por ser uma bela
E possuir a máxima gratidão
Adorada por todos os vassalos do reino
A Princesa da Espanha era uma deusa
Magníloqua e amante da cultura
Com delirante riso, não existia tristeza.
Se a rainha é tão esplêndida como um anjo
Segredos são guardados em cada gema
Tão profundos que não se pode enxergar
A luminosidade derramada por amabilidades
No odor de uma majestosa dama perfumada
Faz de uma mulher o arco-íris de amor
Se não houvesse cor, a vida não seria vida
O sorriso amargo seria apenas dor
Ida partida sem entretom do universo
Por isso, Deus inventou a mulher
Uma deusa de chaves com atração
Abençoada ser que sublima a era
Nas perfeições interiores dos seios
Contorno sagrado de eleição matriarcal
É a mulher rainha de toda a grande Espanha
Na fleuma que apresentava a bela mulher
A majestosa rainha da Espanha Real
Adormecendo no jardim florido, bem acolá
Na estação da primeira primavera do ano
A formosura dos olhos na penumbra
Pele macia com pestanas alongadas
Dulcificadas no perfume da alma
Abrandando os brotos na silhueta
Contorcia as pernas no assento
Notando algures a arte da era
Sonhando nas imagens e lembranças
Ouvindo as lições vivenciadas
Eram nuances reproduzidas
Das atrações infligidas dos laços
Perpetradas no coração amado.
Com a cabeça apoiada na mão direita
O espectro percorria loucamente
A única avenida do túnel do amor
Enflorada de ramos, rosas e arbustos
A rainha desabava no sono e placidez no jardim
E a brisa arrastava o perfume das flores
No passeio contínuo dos aromas
Ali, sentada no pequeno banco de madeira nobre
Ela hospedava as chamas ardentes do preclaro amor
Embebido na visão tolerante de esperar o cupido
Ambicionando nas promessas ditas de Vossa Majestade
Três dias e três noites de lua turva, a tristeza abalava
Realocando por fáceis instantes, o preço de uma alegria
Postulada apenas no olhar conduzido de esperas
Legítimas aquisições que a meditação apenas concebia.
As inspirações das rosas luxuosas, ali, adormeciam
Encharcadas de um sofrimento inusitado
Suas corolas se retorciam no receptáculo floral
Inclinando as pétalas entristecidas ao chão
Executando a vida em profunda sonolência
E, sem demora, o ruído das folhas secas
Distinguiam o passo calmo e alongado
Nas circunstâncias melancólicas do ser
Era um andamento simétrico e medido
O pé direito, leve, pisava em diagonal
Tocando as folhas secas no túnel
Com ordinário passo curto, lançava a perna esquerda
Tocando nas folhas atrás da pegada dianteira
Marcando uma progressão arrasada
E empobrecidas pelo cântico do corvo.
Era o cavalo branco do Rei Arthur
Invadindo naquela hora o túnel das oliveiras
No deslocamento suave, aéreo e natural
Podia se ver os olhos avermelhados
Lacrimando e caindo sob as ventas alargadas
Ele gingava naquele andadura negro
Contornava a cabeça e inclinava ao chão
Com os cabelos extensos e caídos nas costas
Já não havia mais arreios no animal
E a cela trazia no lombo o Rei Arthur
Com a manta completamente ensanguentada
Na lateral se avistava a excêntrica espada
E o cavalo entrava no túnel das oliveiras
Com as boleteiras na coloração azul
Marchando com calma, e recheado de agonias.
Bem ali, o cavalo atravancava o ritmo
Inerte, observava o curso da ventania
Não se ouvia mais as quatro patas
Naquele compasso nítido e frio
Pisando sobre as folhas secas
Ali permaneceu insensível à quadra
Com uma forte rajava de vento que assoprou
Apenas naquele recinto assombroso
As folhas das árvores balançavam loucamente
Retorcendo seus caules ora agonizantes
Em delicados perfis insinuativos à queda
Com vento assobiando acelerado
Cuspindo gotas grossas das nuvens
Um raio de tonalidade azul amestista
Rasgou o céu naquela atmosfera
a
tempestade
com nuvens carregadas
causou um percurso em zig-zag
disparando um raio profundamente azul
tal descarga em alta velocidade atravessou o céu
descendo grande feixe luminoso no túnel
rasgando as folhas verdes das oliveiras
frutos desabando pela terra
e retorcendo seus galhos
tempestade
com nuvens carregadas
causou um percurso em zig-zag
disparando um raio profundamente azul
tal descarga em alta velocidade atravessou o céu
descendo grande feixe luminoso no túnel
rasgando as folhas verdes das oliveiras
frutos desabando pela terra
e retorcendo seus galhos
o raio penetrava veloz
cingindo a cela do cavalo branco
arrombando com detonação alucinada
era uma trovoada dos arcos do céu
destacando fumaça entre as folhas
no lombo jazia, Rei Arthur
sereno e acochado
nada escutava
em segundo, veio a calma
rebaixando o doido sopro
fugiu pelos montes
ocultou-se no céu
nos fadários
do universo
celestial
Deus
arrombando com detonação alucinada
era uma trovoada dos arcos do céu
destacando fumaça entre as folhas
no lombo jazia, Rei Arthur
sereno e acochado
nada escutava
em segundo, veio a calma
rebaixando o doido sopro
fugiu pelos montes
ocultou-se no céu
nos fadários
do universo
celestial
Deus
O anômalo ferro cravado no tronco da árvore
Lançava línguas desmesuradas de fogo
Ora conjecturando no azul púrpuro
Entre centelhas enormes e divinas
No contato mágico do universo
Suavizando o dedo iluminado de Deus
Brilhava, reluzia em perfeita sincronia
Como se fosse um coração humano
No lado mais material das coisas
A luz não cessava, o fulgor era irradiante
No túnel mesclado das oliveiras
Subiam naquele denso grau elevado
Em partículas minúsculas e milagrosas
Florescendo a condução entre os presentes
Nada entendiam o Poder Celestial.
Naquele local se erguia a dinastia divinal
Alargando a plataforma da autêntica dinastia
Do extenso reino coberto das razões infinitas
Entre latitudes intermináveis das vias celestiais
Assim, purificava em graus desconhecidos
Lavando as meditações dos seres humanos
Travando a atração de uma vida em sossego
Advindo de cinco alongados invernais
Ali, permanecia a espada no tronco da oliveira
Quieta, soltando faíscas por todos os lados
Relampejos compridos e azuis
Outrora em forma de labaredas de fogo
Coruscando raios da verdade e esperança
Sinalizando a riqueza em valores
Atravancada no meio do caule da árvore.
A truculência do raio era tão colossal
Golpeando fortemente a espada na cela
Lançando-a ao tronco grosso de oliveira
Enquanto a ave se embriagava em cabriolas
Dando voltas no contorno da árvore
E voejando na direção do cavalo branco
O pássaro arremessou em sinuadas curvas
Elevando-se verticalmente ao fundo céu
Mergulhando ligeiro como um corisco
Embrenhou-se no túnel das oliveiras
Onde o admirável animal relinchava por várias vezes
Açoitando com a pata direita ferozmente o chão
Ergueu as duas patas dianteiras
Empinando a cabeça e sacudindo os cabelos
Partindo ao meio as duas barrigueiras.
Assim, muito eufórico, o cavalo rinchou
Penetrando entre as árvores
E rebaixando o lombo ao solo
O cavalo branco se ajoelhou ao lado
Da lateral escura da grama seca
Situada na curva do túnel das oliveiras
Embebido de sangue em seu lombo
A pelagem do animal era conspurcada
Soltando rapidamente os arreios
Ali caiu levemente o corpo do Rei Arthur
Com o dorso virado à esquerda do ferimento
E a cabeça encurvada sobre uma pedra
Acolá, o cavalo botou o moço na própria montaria
Afastando-se velozmente e relinchando
Ele soltou um guincho e depois grunhir agudo.
Com a cabeça sobre a pedra
O Rei Artur não respirava mais
Não havia mais compasso no coração
E a sua vida não respondia na estação
Em descompasso que fugia ao relento
Apenas o raio cósmico da espada
Ali, sinalizava luzes em pisca-pisca
O corvo percorria em piruetas
Observando o corpo do Rei Artur
Voando rasante pela cabeça do mancebo
O seu cântico transmitia noticias
Com loucas acrobacias, ele não se cansava
Refazendo fantásticos voos em círculos
Difundindo-se a canção mais lúgubre
Naquele espaço do túnel das oliveiras.
A pele branda confessada na agonia, o amor não nascia
Diante da localização do assento e a trilha de enfloras
Não sublimava a fadiga do entardecer atrasado
Por trás das cortinas finas de cristais da vida
As luxuosas gemas cansadas jubilavam a vivacidade opaca
Da esplêndida mulher de todo o reino hispânico céltico
Cristalizando algumas galáxias na matéria escura
Atolada de incertezas nas mãos atenuas sem segredos
Era embargada no silêncio manifesto que cruzava
No cântico do pássaro assinalado com toda presteza
Deslindava os laços em torno das razões preliminares
Exacerbando o tempero na busca imediatas locuções
Açoitando o tempo-espaço naquela temporada
Marcavam a letra musical das tristezas acirradas
Desembarcadas nos desgostos ora aparentes.
a busca incansável nas meditações acirradas
não alivia as inúmeras ansiedades dos afetos
em planejamento com sensações emocionais
pede. transfigurando andamentos inexoráveis
na inteira constituição dos painéis do cérebro
construindo uma fase eleita da melhor forma
arrumando o cenário com o desejo
alternativa definida com resultado
aplicando detalhes para cada cena
o tempo não trás essas esperanças
a rainha adormecia no banco do jardim
à espera pelo Rei Arthur, era intolerável
as três luas não, não retornam na pressa
tão prolixo quão a rua iluminada do céu
nascendo o desgosto, na aspiração ao léu
O tempo marchava para frente
Abrindo e atrelando novas dimensões
Nos paradigmas referenciais da criação
Inexplicável voltar o andamento
Pertinente da bruta ilusão ótica dos eventos
Sumário com todo o espaço do tempo
Criam variantes no estado a quo
Na grandeza física e matemática
Na crescente evolução de paradigmas
O dia é o perfil do tempo no orbe
Envolvido e conexo com a vida
É a proporção expressa e espacial geométrica
Onde tudo gira, gira e gira no abstrato
Proporcionando a explosão das matérias
Onde o tempo faz simetria de eventos.
Naquela última hora do venerando tempo não distinto
A balada do pássaro de plumagem negra retorcia as marés
Agitava as flores, mergulhava em voos pela cabeça da rainha
E no vale de flores adiante, o corvo flutuava insolente
Arrancava com o bico dezenas de flores perfumadas,
Lançando-as sobre o corpo da linda mulher
A rainha entorpecida não investigava as peripécias
Insatisfeito, foi o miúdo mergulhar no grande Rio Douro
No incomodo das sucessões dos períodos afogados
Permeando o ladrilho das expectativas
Afora, o vento suave descia na cabeceira
Nos cenários atingidos pela canção
Agilizava batendo asas sombrias
Na captura de alguns alimentos
Ali, ele imergia com rapidez e dote.
Regressando o corvo pelo túnel das rosas
Molhado, sacudiu-se sobre a mulher que sonhava
Serenamente, esboçando novas dimensões
Naquele cruzeiro adornado de pétalas
Lançadas sob a cabeça e aleitadas no chão
Manifesto aplausível de apontamentos
Alentados pela nobreza de saciáveis gestos
A gralha inquieta abria mais cânticos
Com voos exímios e com acrobacias
Sem sucessos, o pássaro regurgitou no vestido branco
Obtendo resultados negativos e frustrados no labor
Partiu o corvo pela lateral do imenso jardim
Cantando e revoando por detrás do castelo
O cântico estrepitoso se espalhava.
Mergulhando no ar e produzindo piruetas
Era uma assombração negra rasgando céu
Como um relâmpago cortando noites pretas
Voejando célere e batendo as asas
Tão macias como uma folha seca que cai
Nervoso o pássaro, arranja a perfeição no ar
Proclama com inteligência as agonias
Um grande mestre nos voos é o corvo
Conhecedor profundo e ilusionista
Noé conhecia a gratidão e astúcia do corvo
Após as tempestades do Dilúvio
O bondoso Noé abriu a janela da arca
E exorou ao corvo que voasse em terra firme
Trazendo provas do fim dos aguaceiros
Razões para a continuidade da experiência.
Notório como a beira do céu e a terra
Há crendices, lendas e demais histórias
Mitologias nas cercanias do corvo
Com acepções das mais distintas eleitas
O grego tinha o corvo de aselhas brancas
E, certo dia Apolo confiou uma missão
E o corvo acolheu o encargo de proteger
Por todos os ambientes a amante de Apolo
Exato dia, havendo uma chuva torrencial
A ave afastou-se em disparada pela Ilha de Delos
Voando com voos impressionantes
Em todas as plantações de trigo
No desígnio de observar a devastação
Enfurecida pela chuvarada demente
Todos os cereais banidos pelas correntezas.
A ave abriu asas, e percorreu toda a Ilha
Apreensiva com a destruição do cultivo,
A mulher, amorosa de Apolo
Abusando da ausência do corvo, o seu protetor
Caiu em perdição aos sabores do deleite
Traindo o Deus do Sol em demasia
Agonizando no leito a cobiça do prazer
Apolo surpreende a perfídia da amada
Ela, com vergonha tenta cobrir o corpo
Colocando as mãos na assombrosa nudez
O Deus Apolo com desgosto e rancor
Amaldiçoa por todos os milênios o casal
Ao ver o corvo, Apolo aponta o arco de prata
Zeus intervém, livrando da morte o corvo
Irado, Apolo altera a pluma para a cor negra da ave.
Ali, estava o apoucado menino Lozo
Filho legítimo de um vassalo da casa real
Orientando-se na canção da gralha
O súdito seguiu o voo agonizante da ave
E no bosque de curvas, entrelinhas
Avistou bem acolá, o cauto garoto
O pássaro agonizando em ágeis revoos
Cantava estriduloso e batendo asas
Mergulhando em voos rasantes
Na tardança que ia consumindo
Entre o anel amarelo da criação
Por trás das desmedidas oliveiras
Com desígnios de apresentar o panorama
Acumulado na iminência das horas
Tão atribuladas que o pássaro se comovia.
Distante, e campeando debilitado no ângulo da arte
Batia insistente o pássaro nas janelas dos minutos
Despontando a única esfera da probabilidade
Ao ingresso entre o vão do túnel das oliveiras
Fantasiando o obstáculo inusitado da visão
Na plumagem escura de suas asas
Convidando o acanhado garoto
Para adentrar na mensagem à frente
Astúcia enfileirada dos ditames
Tornava-se a ocasião emplacada
Traçada no calendário das primaveras
Não representava nenhum presságio
Destemido e afiliado no reconhecimento
Pintava o espaço em tons furtivos
Colorindo o tempo com avisos disertos.
Cismou o miúdo, percorrendo o túnel avivado de árvores
Apreensivo com as gemas grandes no rosto
Afastando as folhas verdes acinzentadas das oliveiras
Outrora as secas levadas pela atmosfera
Turvas e aparentes na silhueta
E transportando a cantiga conexa da ave
Exibida no ar em cambalhotas conspícuas
Medição larga e aclarada dos termos
Era um mensageiro de Deus vivo
Senhor dos Exércitos e Sabedoria
Analisando o corvo em trajetória acertada
No fiel cumprimento das mensagens
Olhava anjo celestial da armada
Sentado no galho da oliveira
Aguardando as derradeiras encenações.
O nino notou o fulgor azul deslumbrante
Da grande espada cravada no caule da árvore
Entre mil feixes de luzes azuis
Abrilhantava o ambiente bendito
No sol reluzido pela ave encantada
Transferindo a criatividade e saber
Na propulsão dos remendos da cura
Seguia à frente com rasos voos arguciosos
Sublinhando a magia arrepiante das horas
A ave comboiava em desespero alucinante
Sem descanso, ela cantava, cantava
Subindo e descendo em reviravoltas
Planando com alvoroço o excêntrico
Alicerçadas em prontas pontuações
Disseminadas por todas as lendas que detêm.
O corvo, ainda revoando e cantando
Despontou ao menino a suntuosa espada
Com os feixes de luzes do encanto
Refletia as tonalidades na escuridão
Sapateando mil impulsos coloridos
Era a atração viva no túnel das oliveiras
Com a espada cravada no caule da madeira
Ali não havia nenhuma margarida-rasteira
Unicamente uma pequena fumaceira
Esvaindo ao longo do túnel, altaneira
Era uma mancha em poeira vermelha
Diluindo as vísceras daquele monteiro
Certeiro na cruzada das horas abatidas
Com geleiras sobre os arbustos na soleira
O desgaste passava na maré derradeira.
Bem ali, distante do lume da espada
Deitado nas folhas secas de oliveira
Entre algumas flores murchas
As gemas cerradas, partiam na sombra
O sangue não oscilava mais nas veias
A face pálida com o corpo frio
Imóvel, ele não lagrimava mais
Indo embora as chances de uma nova vida
Jazendo na poça de sangue o do Rei Artuh
Com a barba longa e viril retorcida
Tornava os fios maleáveis e intocáveis
Desfigurando o bigode extenso
Entre os lábios carnudos e ressecados
Com a testa retangular com duas entradas
Mantinham as sobrancelhas espessas.
e
a face
formosa
chamejava
na pele tenra
tão bela e linda
assim, era a musa
imaginando sentada
e com cordiais cabelos
caídos, e sobre os ombros
ela ambicionava a dedicação
que um certeiro dia, acautelou
manifestar a compaixão mais bela
ajuizada entre um homem de guerra
galopando em seu bom cavalo branco
ele é o afável e brando cavaleiro celta
o dominador culminante do combate
espelho generoso da Grã-Bretanha
e com armaduras e uma espada
ordenava a paz para os gentis
abrigando os desgraçados
desposados dos terrenos
era um anjo benfeitor
bom amor da bela
senhor do fortim
na pele tenra
chamejava
formosa
a face
e
O garoto exclamou, e pronunciou:
- Salve-me, meu Deus! É a espada do Rei Arthur!
Ó quão é grande o meu Deus! Rei da sabedoria dos céus
Louvado seja Deus, pai eterno de Vossa Majestade
Inacreditável! Eu não posso crer no que eu vejo
Concludente, o menino rendeu graças ao corvo
A luz etérea luzindo, era na cor azul-cobalto na penumbra
Lozo arregalou os olhos com espanto
Ó meu Deus! Um anjo sentado na pedra
Onde está o Rei Arthur e o cavalo branco?
Virando as pupilas com rapidez
Nada apareceu ao prestígio da hora
Ouvindo o corvo cantar insistente
E realizando acrobacias inigualáveis
Lozo seguiu pela lateral do túnel a ave.
Prostrado ao solo avermelhado
A capa e a armadura o protegia
Das impurezas da terra nua
E o menino assustou-se, espalhando
Na voz afinada em bom tom
Ajoelhou-se tocando no corpo inerte
Não obtendo reação imediata, exclamou
Meu Deus! É o Rei Arthur
Abordando o corpo, implorou
Rei Arthur! Acorde! Acorde! Rei Arthur!
Sou eu Rei Arthur, o menino Lozo
Desperte Ó Rei Arthur, por favor!
A rainha espera por Vossa Majestade
Acorde agora, depressa, por favor!
Não durma mais, por favor!
Com pressa, Lozo abriu o caminho de volta
Avizinhando-se do castelo real, notou a rainha no jardim
Com as gemas cerradas, e a mão no queixo
Ali, adormecia a mais preciosa rosa da Espanha
E o garoto Lozo, em um só ato, gritou:
-Vossa Majestade! Soberana de toda a Espanha, acorde!
-Ele chegou com o cântico do corvo e a luz infinita!
-Eu vi a força crística na espada de Vossa Majestade Real!
Insinuando com perseverança, soluça Lozo:
-Acorde minha Majestade, por favor!
Prontamente, os brotos azuis assobiaram na combinação
Ventanias cortando as montanhas no ápice
Desceu em prontidão avassaladora
Uma brisa asseou os longos cabelos amarelos da noite
Era a gênese celestial compartilhada das eras
Espelhada, alada, desarmada, enfeitada e doce
No destempero múltiplo e inconciliável da mente
Assim, ela indagou com intensa surpresa:
- Lozo, o que me dizes não vem à realidade. Será um sonho?
É inteiramente improcedente as tuas locuções
-Eu não tenho como validar as suas palavras
Saiba que há momentos conflitantes
E as crianças imaginam situações adversas.
Apreensivo, insistiu o garoto, alertando:
Por favor! Acorde minha Rainha
O dia está encerrando com a luz
Por trás das montanhas entristecidas
Por misericórdia! Acorde minha Rainha
Acredite nas minhas singelas palavras
É tudo de mim com pura fidelidade
Eu vi o cavalo branco do Rei Arthur
Com o lombo todo ensanguentado
Eu vi Vossa majestade! E falo a verdade
- Vossa Majestade! Ele chegou! Ele está aqui!
Eu vi o seu gládio luzir no túnel das oliveiras
Eu juro que vi minha rainha da Espanha
É apenas a minha visão verdadeira
É tudo o que eu posso afirmar.
Ainda com sono, despertou a rainha, e disse:
- Não tereis insônia no reino com vozes do além, meu Lozo
Os teus predicados se soma a uma ampla miragem
O meu amado Rei Arthur, ainda não abocou em Salamanca
Tão pouco não beijou as margens frias do Turiá
Muito menos Valência ouviu as pisadas do cavalo
E nestes três dias, a espada cruzará o reino de Valência
A certeza pisoteia os nossos corações, inquietantes
Arquiteta dimensões infundadas no além
Às vezes, arde nas visões com duplicidade de ideias
Insurge folheando o mel das abelhas
Doce, doce como fel na escuridão da incerteza
Maltrata a língua sem atestar a posição do ar
Ensurdece os tímpanos com mil farofas
E deixa a mentira corta todos os caminhos.
A rainha falando com o menino, articulou:
Lozo, a vida é um quadro de muitas lições
A cada dia o sol brilha dessemelhante
Acorda enfurecido com os braços entre as nuvens
Tomba e rui nas esquinas verticais do céu
Assombrando outros e incluindo motivações
Nem todos os sonhos são oportunidades
Nem todas as oportunidades tem a verdade
Raiada no sino que debruça no crepúsculo
Cospe a lua enamorando a estrela guia
Imagina, sonha e faz divisões particulares
Com a nudez que relampeja nas noites
Tão frias e molhadas de sofrimento
É solidão vasculhando o íntimo
Obtendo centenas de sonhos e fadários.
Verás a carruagem de fogo com cinco mil armeiros
Ele leva a estrela guia de ouro nos caudais nobres
Não virá hoje. Nem com a lua dobrada no dorso do cavalo branco.
Eu verei o meu sublimado do coração e raízes azuis
Apenas no sexto sol da meia noite de todo o prazer
Descansando no meu leito, a exaustão peitoral das batalhas
Abrindo novos horizontes para uma armada.
Ainda preocupado, Lozo apresentou razões lógicas
Ao embate de conveniências, dizendo:
- Se Vossa Majestade escoltasse a agonia do corvo
Não duvidaria das orações de um miúdo plebeu
Que apenas serve com gratidão ao vosso reinado
Confiando na pobreza e préstimos da minha casta
Rogo à Vossa Majestade que o corvo me mostrou
A essência da luz infinita da grande espada
Venha comigo Vossa Majestade! Eu vos peço!
Eu imploro com a boa verdade de um menino
Ele chegou! Eu vi a luz divina azul na espada
O azul cintilando nos meus olhos. Venha Majestade!
Aceitando o convite de Lozo, ela afirmou:
- Hoje, eu sonhei com um corvo ferido na asa direita
O corvo insistiu em me pedi socorro com o seu canto.
O garoto, notando o vestido da rainha, indagou:
- Vossa Majestade! Não vês que o vestido branco está maculado?
Ela abaixou rapidamente a cabeça, e exclamou:
- O meu vestido está marcado pelo vômito de um corvo
Ó meu Deus Soberano de todas as galáxias!
Senhor guerreiro das tribos do reino
Não vos derrameis desventuras aqui
Vamos Lozo! Rápido. Eu quero avaliar a luz que tanto dizes
Apressados, adentraram na passagem coberta de oliveiras
Na sétima curva de coloração gris ora tenebrosa
Investiu o pássaro, seduzindo com o cântico
Era o corvo abrindo caminho em revoadas
Irrequieto e um tanto desassossegado
Desnudava na sombra do acesso ventilado
De repente, a iluminação realçou à longa distância.
Feixes cósmicos, ali irradiavam num pisca-pisca
A rainha apreensiva abeirou-se do inusitado
E exprimiu espanto, articulando em voz alta
E sua voz eclodia por todos os lugares:
-Arthur! Arthur! Arthur! Arthur! Meu rei!
Veja Lozo! A espada soberana da luz divina é de Arthur
É o meu grande rei Arthur. É o meu amado cavaleiro!
Oh meu Deus! Oh grande Arcanjo São Miguel!
Ajude-me no pedaço desgostoso e infeliz destas horas
O garoto muito sobressaltado, disse:
- Vossa Majestade! Ele está ferido! Há sangue por todos os lados
Eu vou buscar ajuda, agora, minha Majestade!
Caído sob as folhas secas, ali, permanecia
Jazia o corpo do rei na paz com o canto do corvo
Ora alimentado pela força energética das oliveiras.
A anômala espada cravada no tronco grosso da árvore.
A mão direita apertava a esfinge dourada da rainha
Era o único presente que Arthur carregava no bolso
Memorável flama do verdadeiro e terno amor
Distinguindo sem soltá-la no apreço da donzela
Ele, ferido brutalmente na batalha de Granada
Fingiu-se de morto, e escapou pela Serra Nevada
A rainha se ajoelhando perante o Rei, disse:
- Acordas! Ó meu bondoso Rei Arthur!
Amor do sangue do meu sangue és tu
Não aspiro rosas vermelhas nestas badaladas
Mas, a sombra da púrpura dos meus olhos
Derrama como um rio dentro de ti
Ó meu guerreiro da luz bendita!
Acordas do sono que embriaga a minha vida
Não ambicionei a tua chegada aos lençóis tristes.
Inerte, o rei Arthur não correspondia à realidade
E o leito nas folhagens adormecia a alma
A canção do corvo na extremidade do tronco
Perfazia todo o estribilho sem interromper
Com o olhar agonizante da linda mulher
As mãos se tocavam em apuros
E os lábios na angustia repetitiva, bradava:
-Acordas! Acordas! Meu primeiro e único soberano!
Abras os teus olhos dentro dos meus destinos
Não vás sem a minha vida amarga
Sobrenadando no desenho do meu ser
Acordas meu extraordinário soberano!
Deixe-me guiar a nau em logradouros de pedras
Abreviando os contornos das aragens
Deixe-me percorrer em tua louvável sombra.
Os minutos pisavam nas veredas endurecidas
Com trilhas assombrosas surgiam à frente
E a rainha não se curvava em pronunciar:
- Acordas! Ó meu bondoso rei Arthur!
Vens ao meu castelo e abres o meu paladar
Asseias o meu corpo com o mel da divindade
E me purifica na ardência das chamas
Arthur! Arthur! Arthur! Arthur! Meu rei!
Sinto-me perdida e desfavorecida nesta hora
Na essência das volições sem precipitações
Que a vida seja o cadeado intransponível dos meus olhos
Abrindo as aurículas do meu destino
Não temes a covardia lançada na sorte
E não vejas tu que eu sou a tua rosa azul
A única que não seca e não se perde na sombra.
As mãos da rainha acariciavam a face do rei
Afagando as dores do sono profundo
Implorando no lapso daquele tempo, exigia:
-Rogo-te que não dormes! Ó meu guerreiro!
Dos milênios aventurados por inteira paixão
Não me desampares neste dolente calvário
Livrai-me das tormentas que desabam
Eu te exoro na última sentinela do Arcanjo!
Nem as trevas ferozes dos mal-intencionados
Não tentarão apagar as vielas das flamas
Ó meu grande império! Ó meu grande rei!
Meu cavaleiro das Doze Tábuas em Cristo!
Eu estou sempre firme e minha conduta se eleva
Nestas dúbias perspectivas que avançam as horas
Não haverá fraquezas que se habilite no amor.
Com lágrimas escorrendo na meiga face
A Rainha notou o fulgor da espada enfiada
Ali, no tronco da oliveira, ainda chamejando
Rapidamente levantou-se e retirou a espada
Com as duas mãos segurando a espada
A rainha elevou o gládio à altura da cabeça
Fechando os olhos, evocou em voz alta:
- Divina luz que expande entre o sol e a noite
Sagrada no véu dos meus acontecimentos
Eu não sou digna de que entreis na minha alma
Agachando-se com a espada alçada à cabeça, exorou:
-Curvo-me diante do Altíssimo Poderoso Mestre
E minha alma é consciente das gratidões
Mas, não é alinhada da pedra preciosa
E minhas alfaias não detém nenhum valor.
Evocando o Altíssimo na oração, deprecou mais:
-Ó meu Grande e Poderoso Mestre! Senhor dos céus!
Não tardeis! Vejas que vigora o fanal do Altíssimo!
Desse nobre Altar do Supremo Arquiteto, nada eu sou
E me prostro na cadência de Vossa disposição!
Refugie-me agora na brasa da Vossa Santidade
Doando-me o tríduo da força que anima
No augusto Altar dos Juramentos. Eis-me aqui
Afiliando a união ao amor fraternal de vosso irmão
Ó meu Arcanjo São Miguel! Por que me abandonastes?
Enevoando os meus olhos e me deixando infeliz!
Envia-me a Legião Divina na minha precisão
Faz-me na missão desenhada e articulada da calma
Reconheças a minha voz que brama nestas altitudes
Realizando aqui a tua grande hierarquia.
Ali, a rainha em conjugação com o compasso
Demarcava os mistérios do esquadro
Na obediência e triunfo ao Onipotente
Comboiando os traços da árvore da vida
Esculpida na seiva elementar dos meios
Nos três graus do cumprimento dever
Na posição central que divide os olhos e a espada
A rainha toda fulgurada pelos raios do gládio, suplicou:
-Moriah! Moriah! Abras o caminho de Salomão
Erigem em tuas mãos doces sabedorias galácticas
No auriverde mais augusto desse ápice
Assomando as maravilhas de todo o poder
Por todo o Templo do rei de Israel, vossa casa
Abençoando toda a humanidade ao templo
Será sempre o simbolismo da construção perfeita.
Assim, o universo foi criado nas dimensões
Aperfeiçoando o pavilhão de Isaque
O lampejo se redobrava no triângulo unido ao chão
A rainha abarcando com as duas mãos a espada, disse:
-Revela-me a via menos dolorosa da existência
Entre os sete mares, debaixo das sete cores do arco-íris
Ascender-me nos sete planetas com sete arcanjos
Abrindo o candelabro para a vida do rei Arthur
Não deixe que a tua filha desabe na ilusão das horas
E que os minutos não avancem no infortúnio
Apregoando as diversidades constantes da mente
Eu não serei digna de segurar esta espada com fulgor
Mas, sou digna de venerar vosso nome em todos os milênios
Tenha-me em cada chaga de Cristo! O grande Mestre!
Na boa vontade dos céus e na Trindade do vosso corpo.
-Ó meu Grande e Todo-Poderoso Mestre!
Que separa a luz do sol da minha escuridão
Afastas os cálices execrados do tabernáculo
Envolva-me na placidez da tua sabedoria e poder
Se o rei Arthur honra vossa carne e palavra
Ó grande Centurião do Universo Eterno!
Dá-me a Luz Perfeita e a prosperidade das eras
Desperta o guerreiro do sono que se alastra nos meus olhos
Por todos os círculos anti-horários que me consomem
Dá-me o meu único Rei e dono do meu coração!
Tenhas compaixão da serva que te implora!
Peço-te pelos ventos que assobiaram em Moriah
Que Abraão pisou e nomeou com a fé divina
Abrindo o vale de lágrimas por todas as elevações
Refugiando-se no teu amor toda a sabedoria.
-Tu és o princípio maior e terno de vossas vidas.
Lanças agora, a fortaleza no meu único lenço azul.
Com pétalas perfumadas do meu último encontro
É o desenho mais salutar do meu sentimento
Escorrendo das minhas gemas aprofundadas
Eu não permitirei que as forquilhas aniquilem o véu
Das dores soterradas no meu peito, nasce o meu amor
Ó meu adorado crístico amado Jesus Cristo!
Redentor de toda a salvação humana!
Por que abandonastes o meu rei nos campos de batalha?
Tu bem sabes que a luta é a redenção do vosso nome
E a busca pelo Santo Graal, será vencida
Lavrando-se a fé e a paz na cristandade
Ó Altíssima Luz! Aventuradas orações de letras de ouro!
Desperta senhor, o homem! A tua própria criação.
Acordas o vosso pequeno servo de Deus vivo
Não vês que ele é o único e fiel guerreiro!
Lesado foi, e derramou o sangue em vossa causa
Reconstruas a geração de vossa alma neste mistério
Ó Abikaley Azadran, sangue acalorado do rei Arthur!
Por que não socorrestes o teu único filho celta?
Ó Abikaley Azadran! Onde estavas com a tua alma?
Eu vos imploro na difusão de vossos olhos!
Pelo rei e grande profeta do povo de Israel!
Que interceda o Rei Davi das doze tribos
Levando para dentro vale do rio Nilo
As minhas lamentações suadas em sangue
Ó grande generoso senhor Abikaley Azedran
Não vos deslembrais do harpista Davi
Ó Abikaley Azadran! Onde vós estais que não escuta?
Davi! Davi! Guerreiro do vosso Pai eterno
Salve! Meu Rei Davi, Rei de todo Israel
Abras o baú sagrado da devoção
Deixe-me banhar no calor da piedade
Deixe-me ouvir a Arca da Aliança
Exorando as súplicas diante dos querubins
Não me abandones Abikaley Azedran
Eu depreco as tábuas sagradas na minha face
Ilustrai o meu coração humilhado
Esmagado e danificado das precisas horas
Não me abandones, Abikaley Azedran!
O que vós fareis para alcançar o milagre
Na extrema e mais lacrimosa das horas
Aqui eu estou, prostrada aos vossos pés
Sem forças, apenas com a minha fé.
Ó Abikaley Azedran, Eu te imploro!
Não me abandones, Abikaley Azedran!
Se eu vos chamo, é por obediência
Se eu vos peço e oro, é por amor
Se eu avoco o teu nome, é urgente
Se eu assumo essa responsabilidade
Eu aspiro que a vida seja mais longa
E a caminhada não seja tão traiçoeira
O teu filho Arthur, certo dia me segredou
Porventura, se eu estivesse em apuros
Avocasse na extrema badalada
O bem aventurado nome do seu pai
E, hoje me presto a socorrer do arcano
Abrindo as têmporas nas quatro estações
Abikaley Azedran! Não me abandones!
Dê-me forças com regeneração divina neste passo!
Acasala a minha fé neste tríduo
Ó grande Abikaley Azadran, meu senhor!
Não derrama nos meus lábios a água tofana
Cobre o meu corpo com o altar dos perfumes
Não deixes que a taça de amarguras me abata
Asseverando tudo com a alma do mundo.
Naquele instante, a rainha retirou do bolso o lenço azul
Abriu a armadura, acariciou a face e o peito lesado
Lagrimando, ela disse em voz alta:
- Abikaley Azadran! Socorrei-me nesta piedosa hora
Não abandone o meu rei Arthur
Não permitas que ele parta sem o meu coração
Ainda que seja tarde, eu rogo e peço clemência
Entre as infinitas horas que o tempo não marca
Abras as gemas desse meu eterno amor
Derramando na cadeia de flores a minha estima
Ó Abikaley Azadran! Não deixe meu Artur ir-se embora
Com o vento, afasta este cálice de amarguras
Onde vós estais Abilkaley Azadran?
Que não me ouves e não ver a minha precisão!
Derramas em mim a água bicéfala.
Eu sofro a cada minuto no além
E padeço na aflição dessas badaladas
E lagrimejo em permeáveis segundos
Onde vós ficais Abilkaley Azadran?
Qual o muro que vos separa?
Qual a corrente que me segura?
Socorrei-me nesta contemplativa hora
Não desampare o meu rei Arthur
O teu único filho e rei dos bretões
O sangue vivo derramado aos celtas
Vens agora nesta última hora
Navegando com a estrela de nove pontas
Trazes o fogo sagrado em tuas mãos
Se tu não vieres, eu subirei na cabeça da esfinge
Eu gritarei loucamente pelo nosso Rei Salomão.
Ó minha Virgem Santíssima Maria!
Eis me aqui aos vossos pés novamente
Acalorando-me nesta aflição desmedida
Ajudai-me! Dê-me o crucifixo do filho
Ó minha grande mãe, Maria de Nazaré
Eu sinto todas as agonias do teu filho
Aprisionado e julgado por Pôncio Pilatos
Entregue no martírio do pretório da Corte
Esbofeteado, nada disse, apenas sentiu a dor
Ó minha Virgem de todas as mães do mundo
Ajudai-me! Acudi-me por divina piedade!
Na precisão destas derradeiras horas
Em que o filho Onipotente foi encarniçado
Suportou os insultes e dores da cora de espinhos
Padeceu agonizante com os espancamentos.
Maria! Maria! Filha de Santa Ana e São Joaquim
Eu louvo o seu manto Sagrado com minhas lágrimas
Vens agora em meu impaciente socorro
Louvado seja o nosso Jesus de Nazareno
Que não se defendeu e morreu por nós
Notando a selvajaria dos judeus e romanos
Crucificado na Cruz de todas as agonias
Na mais horrenda injustiça do Sinédrio
Ó minha Santa Maria Imaculada!
Eis me aqui aos vossos pés em dor
Minhas mãos suadas tremulam e agonizam
Ó Virgem Maria! Eu apelo a todos os poderes
Não abandones o meu único Rei Arthur
Homem digno e bondoso em vossas terras
Filho primogênito de Abikaley Azedran
Ó minha eterna Mãe Santíssima Maria
Interceda na vida do meu Rei Arthur
Acolhe-o como o seu filho também
Livra-os das dores e sangramentos
Retira o Rei Arthur do Tribunal de Pilatos
Defenda-os com a vossa Santidade
Não os deixe que os cravos o torturem
E nem os espinhos vazem na cabeça
Ó minha mãe Redentora do mundo
Tu que acompanhantes até o Calvário
O sofrimento do único filho de Deus
Derramando lágrimas pelo caminho
Na via dolorosa da morte e paixão
Do Jesus de Nazaré, o menino da Galileia
Dê-me forças extremas nesta união.
Era um corte com mais de dez centímetros
Que abalava os brotos da majestade da Espanha
Lutuosa, cerrou a visão ao magistério da luz
Ajoelhando-se perante o rei, lagrimou gritando
- Meu Deus Supremo! Meu Senhor soberano!
Minha Virgem Santíssima Maria!
Porque me entregaste assim o meu Rei?
Eu não acredito no que eu vejo, Ó Deus!
É tudo, tudo o mais injusto na minha vida
Rogai minha protetora mãe de Deus!
Será verdade os que meus olhos veem ?
Não, não, não, eu não aceito isso
Ó meu Rei Artur, eu fiquei tão longe de você
Não se vá! Eu te esperei por três luas
Arthur, meu Rei, tu és minha vida.
Naquele instante, as horas se consumiam
Com o cântico do corvo no túnel de flores
A intolerância inclinava no portal da fé
Titubeando no sacrifício lacrimejado
Das presilhas controvertidas sem o sol
Eram aquarelas lavradas em cada sino
Pulsando na rodovia do desespero
Deprimindo o quartzo da desesperança
Na vestimenta totalmente desfigurada
Imperava e açoitava verdadeiras ventanias
Reflexionando os polos da dura existência
Confeccionada na turbulência dos furacões
Dizimando em pueril adversidade do contraste
Prolongada nos respingos compassivos da alma
Escorrendo cristais azuis na fenda aberta.
O meu grande e poderoso Deus!
Diante do amor, eu não sou culpada,
Acendei as gemas do meu único amor
Eu não quero padecer em lágrimas de sangue
Ó meu Senhor Jesus Cristo, eu exoro!
O acaso não é perfeito, não existe
Não haverá fendas para as coincidências
Hoje, eu escrevo no espelho da minha alma
As mais duras aberturas dos meus pesadelos
Assanhados com a ventania enlouquecida
E a consternação que carrego dentro de mim
Não me ponhas em becos sem saídas
Dai-me forças para lutar e suportar
Os devaneios naufragantes das eras
E as sombras dos ciclos que advém.
E proferiu em voz altiva:
-Meu rei! Meu singular medalhão de minha vida
Minha eterna aliança instransponível
Provastes que me amas neste duelo terrífico
Trazendo na mão direita a minha efígie dourada
Lembrança do nosso último encontro da lua cheia
Perdoa-me por ter olvidado o canto do corvo!
Adormecida, eu sonhava com o guerreiro celta.
Mesmo assim, infeliz, eu fiquei com a rua partida
E vi renascer nas passagens as rosas azuis
Deixadas pela tua grande ternura por mim
Abras a tua visão e me beija como dantes!
Não. Eu não permitirei que os maometanos o devorem
Desbravando a profundeza da minha serenidade
Nem os povos da terra irão apartar o meu coração.
A rainha completamente calorosa, exprimiu:
Arthur! Meu sublime cavaleiro de guerra!
-És tu o salvador da Península Ibérica!
Curvo os meus singelos rebentos em teu ferimento
Verdade em verdade, somos filhos do único gênio
Eu sou a única majestade da Espanha Real
Acordas! Acordas! Ó aguerrido da luz bendita!
Eu não saberei olhar as estrelas da abóbada celeste
Sem a realeza dos teus olhos dentro de mim
Vens em meu consolo! E não me deixes tão só!
Perdida e desamparada nas noites sem estrelas
Guias o meu povo no cruzeiro da benignidade
Cavalgas nas terras do meu inteiro coração
Distribuindo a justiça por toda a Península Ibérica
E navegas o teu espírito na comunhão da Trindade.
-Sem a tua presença no meu coração. É doloroso
Não me desampare nesta hora tão preciosa!
Não saias tu do meu coração, Ó Arthur!
Todo o encanto vem da força e poder do Altíssimo
Louvai o futuro planejado por teu criador
Que tu vivas a glória e todas as conquistas!
Acendas agora as velas dos meigos renovos!
Eu te amo imensamente Arthur! Meu único rei!
Minhas lágrimas caem em teu peito
E lavam as tuas luzes nesta hora apertada
É a minha extraordinária prova que eu te amo
Abalizando o meu sentimento dentro de ti
Três dias e três noites sem lua, eu te esperei
E aguardei da minha janela a esperança
Tão florida com o cântico dos meus pássaros.
-Ai meu rei! Não partas tu sem a minha aparição!
Não vás tu embora, deixando a prole presa dentro de mim!
Venhas! Acordas com os meus prantos!
Arthur! Arthur! Essência da minha vida!
Se não acordares com as minhas lamúrias!
E se tu não abrires as gemas nesse instante
Com os meus cristais de lágrimas em teus olhos
Eu não viverei mais aqui, se tu fores para o éden
Irei contigo por toda a eternidade que há
Abras a tua visão e me beija como dantes
Eu te amo Arthur! Não me deixes por tudo que é sagrado
Meu único rei de minha existência
Sentes os meus derradeiros pingos de amor
Desabando em teu ferimento vivo e tão acalorado
Eu te amo inteiramente Arthur! Meu único rei!
Lentamente, caía nos globos oculares do guerreiro
Gotículas benzidas de prantos salgados
E de súbito, o rei Arthur acendeu os lampiões
Compreendendo a face vermelha da rainha
E a mágica da existência abrolhou
Fechando a colossal ferida do filho de Deus
Cingiu a rainha, beijando e cantando Grande Arquiteto
E dando graças com louvores ao Altíssimo
Não delongou as promessas daquela primavera
Gemaram pingos de cristais na cicatrização do Rei
Distinguindo na força excepcional da inclinação
Foram capazes de renascer na ampla inclinação
Sarando com zelo os telhados da pura fé
E, sem demora, a carruagem abordou no túnel das flores
Levando a rainha e o grande rei Arthur.
Prosa poética do Romance - REI ARTHUR - EM BUSCA DO SANTO GRAAL.
Cujo andamento final está bem próximo.
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Meu amor! Não fique triste assim
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É um dos trabalhos que adoro escrever e dedicado com zelo a poeta Escribalice, dona desse pedido que muito me honra.