Quebrando a rotina
Uma manhã esperava um sol nascer
Juntou toques batucados pelo vento
Com trinados de pássaros sem sono
Fez-se assim uma valsa no momento
Em que o dia largado em abandono
Montou feriado para um trabalhador
Até o sacristão afastou-se do andor
O músico pensou naquela partitura
Dançou com a amada ainda toda pura
A terra naquele pedaço de solfejo
Deixou casta a menina, musa do desejo
Um padeiro trouxe o pão de cada dia
A rotina, não se dobrava àquela magia
Fria, de par em par a valsa desfazia
E o dia rotina retomava a sua nostalgia