VERDADE OU MENTIRA?
Por Carlos Sena
O que é a verdade? Absoluta? Relativa? Mista? O que é a verdade diante do mundo tão cheio de meias verdades, de meias mentiras? Afinal, se existe meias verdades, como encontrar a verdade inteira, integral e instantânea. Será que a verdade estaria naquela constatação filosófica de que “existem mais mistérios entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia possa imaginar”? Será que a verdade tá na cara tal qual a idade quando marca com rugas e cabelos brancos? Que verdade me acalentaria o pranto e em que pranto meus destinos se escondem que não o encontro por perto?
Perto é um lugar que os olhos alcançam ou aquele em que nossas pernas nos podem conduzir até ele? E longe? Que verdades se dizem do que está longe se não é o hábito quem lhe faz? Longe, talvez seja aquele lugar que a gente precisa nele chegar para chama-lo perto. Mas, e perto? Que verdades e que mentiras estar perto significa? No aperto do coração as mães sentem que seus filhos correm perigo, mas que perigo seria esse que as mães da lua, da rua, da vida fácil, nem sempre lhe têm acesso? Entre o coração e o que dele se depreende há um longo caminho, mesmo porque coração é terra que ninguém anda. Ouvia isso desde criança e hoje sinto ser uma verdade. Que verdade seria essa que dá ao coração esse poder e nega ao cérebro esse saber? Afinal, por onde anda a verdade que por ser tão insubordinada nos leva a criar mentiras em seu nome? Por que da mulher e não do homem que a verdade se absolutisa? Talvez por ser a mulher que mantém, que fecunda no seu ventre o principio da verdade maior. Depois que o filho nasce o mundo lhe espera cheio de regras infindas e de verdades relativas. E o filho dispõe de sol, mas não sabe sua verdade. Dispõe da terra mas a maltrata. Dispõe do vento, mas lhe polui, dispõe de Deus, mas, em Zeus se configura. Tal qual a consubstanciação do sangue em vinho na patena misturando o pão. Qual a verdade de Adão? E de Eva? Os mistérios de Alfa ou os segredos de Ômega?
Na ronda da roda que a vida faz, há onda nem sempre mansa. Há verdades que a vista alcança. Há mentiras que a brisa do mar beija e balança, qual poema absurdo que tenta igualar o vaga-lume ao sol e faz deste refém de um simples palito de fósforo. Meias verdades ou mentiras inteiras? Nenhuma nem outra, ou as duas no mesmo saco feito farinha que dele são? Onde reina a verdade? Na filosofia? Ou no silencio que nem tudo cala para não consentir? Mora na filosofia, mas não consegue rimar AMOR E DOR. A rima é apenas auricular, enquanto o amor tentacular, visceral, atemporal...
Um belo dia, eis que no espelho um cabelo branco atrevido invade tua imagem refletida e você fica sem entender. Algo como “até ontem eu num vi esse cabelo branco – como será que ele se instalou assim, sem a minha autorização”? E aquela ruga destemida que, em nome de ser expressão nos decreta o princípio do fim? Verdade? Mentira? Perguntemos aos deuses gregos que tão bem conviveram com suas tragédias. Certamente a mentira e a verdade são duas tragédias que não nos foi dado o direito, enquanto humanos, de desvendar seus mistérios. Sério? Vou consultar oráculos, ciganas, pítons e pitonisas. Quero saber do sol, do mar e da brisa. Quero viver do amor granel, meio beija e meio flor – beija-flor que junto do colibri colhe brisa para que da morte eu não tema e qual trema, entenda que sou carta fora do baralho. Verdade? Mentira?
Por Carlos Sena
O que é a verdade? Absoluta? Relativa? Mista? O que é a verdade diante do mundo tão cheio de meias verdades, de meias mentiras? Afinal, se existe meias verdades, como encontrar a verdade inteira, integral e instantânea. Será que a verdade estaria naquela constatação filosófica de que “existem mais mistérios entre o céu e a terra do que nossa vã filosofia possa imaginar”? Será que a verdade tá na cara tal qual a idade quando marca com rugas e cabelos brancos? Que verdade me acalentaria o pranto e em que pranto meus destinos se escondem que não o encontro por perto?
Perto é um lugar que os olhos alcançam ou aquele em que nossas pernas nos podem conduzir até ele? E longe? Que verdades se dizem do que está longe se não é o hábito quem lhe faz? Longe, talvez seja aquele lugar que a gente precisa nele chegar para chama-lo perto. Mas, e perto? Que verdades e que mentiras estar perto significa? No aperto do coração as mães sentem que seus filhos correm perigo, mas que perigo seria esse que as mães da lua, da rua, da vida fácil, nem sempre lhe têm acesso? Entre o coração e o que dele se depreende há um longo caminho, mesmo porque coração é terra que ninguém anda. Ouvia isso desde criança e hoje sinto ser uma verdade. Que verdade seria essa que dá ao coração esse poder e nega ao cérebro esse saber? Afinal, por onde anda a verdade que por ser tão insubordinada nos leva a criar mentiras em seu nome? Por que da mulher e não do homem que a verdade se absolutisa? Talvez por ser a mulher que mantém, que fecunda no seu ventre o principio da verdade maior. Depois que o filho nasce o mundo lhe espera cheio de regras infindas e de verdades relativas. E o filho dispõe de sol, mas não sabe sua verdade. Dispõe da terra mas a maltrata. Dispõe do vento, mas lhe polui, dispõe de Deus, mas, em Zeus se configura. Tal qual a consubstanciação do sangue em vinho na patena misturando o pão. Qual a verdade de Adão? E de Eva? Os mistérios de Alfa ou os segredos de Ômega?
Na ronda da roda que a vida faz, há onda nem sempre mansa. Há verdades que a vista alcança. Há mentiras que a brisa do mar beija e balança, qual poema absurdo que tenta igualar o vaga-lume ao sol e faz deste refém de um simples palito de fósforo. Meias verdades ou mentiras inteiras? Nenhuma nem outra, ou as duas no mesmo saco feito farinha que dele são? Onde reina a verdade? Na filosofia? Ou no silencio que nem tudo cala para não consentir? Mora na filosofia, mas não consegue rimar AMOR E DOR. A rima é apenas auricular, enquanto o amor tentacular, visceral, atemporal...
Um belo dia, eis que no espelho um cabelo branco atrevido invade tua imagem refletida e você fica sem entender. Algo como “até ontem eu num vi esse cabelo branco – como será que ele se instalou assim, sem a minha autorização”? E aquela ruga destemida que, em nome de ser expressão nos decreta o princípio do fim? Verdade? Mentira? Perguntemos aos deuses gregos que tão bem conviveram com suas tragédias. Certamente a mentira e a verdade são duas tragédias que não nos foi dado o direito, enquanto humanos, de desvendar seus mistérios. Sério? Vou consultar oráculos, ciganas, pítons e pitonisas. Quero saber do sol, do mar e da brisa. Quero viver do amor granel, meio beija e meio flor – beija-flor que junto do colibri colhe brisa para que da morte eu não tema e qual trema, entenda que sou carta fora do baralho. Verdade? Mentira?