FERVENDO ÁGUA PARA O CAFÉ!

Hoje encontrei com o inverno que eu queria.

Subi a serra, e me fartei de verde e de cerração e nariz gelado, ah, eu preciava deste inverno de verdade e me aqueci com vontade junto ao fogão à lenha estalando no calorão das chamas como carreta velha carregada rua acima. Para completar, uma visita à livraria da cidadezinha num belo prédio de madeira pesada, uma raridade que não existe em outro lugar, livros , madeira, um cincerro no qual toquei de leve~, e o metal soou como um distante lamento, e me transportei à longínqua manhã também na serra, onde eu criança via o gado sendo repontado para seguir viagem, o som do cincerro e sombras de tropeiros na neblina. Comprei queijo bom e um livro do Eduardo Galeano.E mais um pote de mel puro. Então pronto, estou rica como nunca mais, rica de paisagem do meu Rio Grande, rica dos sabores que ainda persistem neste mundo de artificailismos celebrados e com uma leitura que será o meu regalo.