Recado à namorada.

Minha linda que me cobra poesia

e quer seu mundo cor de rosa,

aceite essa pequena prosa como cortesia ainda,

de todo amor que me sobra.

Se quer amor verdadeiro todo dia,

de certo em mim não encontrará,

pois sou da vida passageiro,

e de janeiro a janeiro

uma certa melancolia se mostrará,

não o tempo inteiro,

mas por vezes a simpatia murchará.

Onde repousa sua dúvida

alça vôo minha crença

com a certeza, talvez estúpida

de que à distância sinto sua presença.

Portanto creia

que essa paz disfarçada de desleixo

é você quem traz.

É você quem semeia esta tranquilidade

enquanto em meus lençóis deixo,

na intimidade,

a falta que me faz.

Andas comigo,

dormes e acordas ao meu lado.

Jogue fora tantas idéias tortas,

liberta-te de teu fardo passado,

livra-te de tantas folhas mortas caídas em vão,

que a distância não sentirás.

Limpa teu chão,

que nossa história repousará,

na sombra fresca dessa nossa paixão,

e perceberá que a distância já não é a mesma,

de coração para coração.

Escrevo para que entendas,

que maus momentos,

são nuvens horrendas, passageiras

e ainda que não brilhe o amor

para lá das segundas-feiras,

meu ato de compôr,

expressa todo esse amor,

em vários atos, de fato, de muitas outras maneiras.

Raphael Moura
Enviado por Raphael Moura em 24/07/2013
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