aquelas palavras que me escreveste
Entraste no meu quarto
e perguntaste-me o que era o amor,
não bateste à porta,
apenas me perguntaste o que era o amor,
choraste a tua solidão de sentimentos,
a falta de ideais num mundo doente,
eu chorei contigo por este mundo poluído,
e sabes tens razão,
o amor morreu,
as pessoas já não sabem amar.
E obstinada sussurraste,
o amor deveria ser intenso,
ser raro, forte, único, incondicionalmente eterno,
e eu sussurrei-te,
o amor deveria ser poético,
mas o mundo não é poético,
e o mundo esqueceu o amor,
o mundo é fútil pedaço frio,
cheio de corações em gelo,
mas sabes eu acredito no amor,
porque acredito nos meus sentimentos,
acredito que podem ser eternos
como eternos podem ser os contos de fadas,
eternos como as palavras de um poeta,
eternos como o tempo.
E nessa noite não entraste no meu quarto,
entraram as tuas palavras,
entraram os teus sentimentos,
e o teu choro foi o meu.
Porque aquelas foram as palavras que me escreveste,
porque te quis abraçar e não pude,
porque te quis sussurrar e não pude,
estas são palavras que tornam aquele momento eterno.
@akmaetakta.blogspot.com