Marfeu
Marfeu tristemente contemplava o pôr-do-sol, sentado nas areias brancas da praia... Alguns instantes se sentia imbuído dos mais intensos e mórbidos desejos da alma na ânsia de superar a si mesmo e, noutros momentos, sentia-se preso de uma razão inexorável... E sem mesmo saber o por quê... Era necessário dar cabo a sua guerra interior, e como? – pensava ele.
Ah, pobre Marfeu... Outrora tão justo, tão lígero, essencial a tudo e a todos, mas sua frágil capacidade de sentir lhe era prejudicial. Tinha-o derrotado por fim e lá, nas águas salgadas do mar, precipitou-se sem mais desejar viver...
O que leva tantos Marfeus a caminharem errantes pela vida?
Apenas a distância de Deus...