CHEGA!...
Sinto-me dentro d´alma ferido
Quando vejo, como por castigo
Meu semelhante ali, no chão
Sinto-me culpado, sem culpa
Como quem dá uma desculpa
Sem a certeza, sem convicção
A fome,a dor,a tristeza vizinha
Dói tanto ou mais, que a minha
Por isso não a ignoro,é capricho
A dor da fome, muito deve doer
Dói tanto, quanto me dói saber
Das sobras, que sobram no lixo
Nos palácios, ...enquanto isso,
Do planalto ou endereço omisso
Se fartam do melhor, do filé
Aos filhos, os melhores colégios
Cheios de dengos e privilégios
E de ouro, a resignada mulher
É preciso relicitar nosso Brasil
Obras pagas que o povo não viu
Aditivos quase sempre solicitados
Não divididos com quem trabalha
Apenas com quem dorme e malha
Vantagens, para os avantajados
Vamos criar um Brasil de renovo
Dar ao povo aquilo que é do povo
Ao político,consciência de função
Vamos tirar o Brasil do abandono
Reconhecer no povo, legítimo dono
Mesmo sem as honras de patrão
Chega de usar algemas invisíveis
Dividir as migalhas, indivisíveis
Basta! esse regime de água e pão
Chega de ser dono e passar fome
Enquanto o mágico dinheiro some
No bolso da ganância sem coração
É urgente, refazer contas de vez
Porque alguns ganham num mês
O que o “dono” não ganha na vida
É hora de colocar cartas na mesa
O homem precisa viver na certeza
E não vegetar, com a honra ferida