O Sândalo e o Machado

Da cabana, eu via o bosque logo em frente

E uma brisa suave vinda de lá, trazia consigo,

Um doce aroma campestre, de perfume natural,

Intriguei-me, tentando decifrar tal fragrância

Quando vi sair da mata, um certo desconhecido

Pensei ser ele, a exalar o agradável olor

Quando notei tratar-se de um lenhador suado

Que em tais circunstâncias, não estaria perfumado

Atentando melhor, visualizei seu machado ao ombro

O mesmo apresentava manchas semelhantes a nódoas

E das manchas sim, se espalhavam pelo ar, doces aromas

Era fim de tarde, e vi o lenhador perder-se de vista

O cheiro continuava, decidi adentrar o bosque

À medida em que caminhava, mais forte era o perfume

Alguns metros mato a dentro, vi um tronco derrubado

Era uma árvore que aquele lenhador abatera

Agora o aroma era envolvente e enchia o lugar

Ali estava, um sândalo liberando seu perfume

Como que perdoando, aquele que o derrubara

Tendo inclusive perfumado o machado que o feriu

Sentei-me junto àquela árvore abatida, e pensei...

Meu Deus, me ajude a aprender com este sândalo

Que mesmo estando ferido, abatido, caído

Exala um cheiro tão agradável neste entardecer

Ainda que na aflição, eu também possa fazer o mesmo

Ser útil, tendo ou não, forças para me levantar

Porque sei que o Senhor é quem levanta o caído

O Senhor fortalece o abatido, o impossível não é nada

O Senhor é tudo, e pode fazer tudo o que queira

Por vezes reclamei em circunstâncias adversas

Mas até na adversidade, sei que posso ser útil

Usa-me; pois quando estou fraco, é que sou forte

Pois o Senhor é a força da minha vida. Amem

Retornei à cabana, e por toda aquela noite

Houve no ar o frescor de um aroma inesquecível

De repente ao sentir-se abatido, é justamente

O momento de surpreender e dar o seu melhor.

A Carlos Borges
Enviado por A Carlos Borges em 13/07/2013
Reeditado em 15/07/2013
Código do texto: T4384611
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