Pegue tudo o que você acha que é e jogue tudo fora. Jogue agora!
Porque você não é, nunca foi nem nunca será. Não dá mais tempo.
Tem um momento na vida em que a gente tropeça na ilusão e a máscara cai.
E é difícil olhar o próprio rosto, o verdadeiro rosto, no espelho. Você não encara.
Pare de chorar o tempo que passou, que o ofício do tempo é passar e nos devorar.
Pare de lamentar os anos e as épocas que se foram, sua infância, sua adolescência.
Pare de choramingar os dentes que perdeu, os olhos que enfraqueceram, os músculos que ficaram flácidos e os ossos que agora são tão frágeis, as rugas todas e os cabelos que ou caíram ou ficaram brancos. Pare já. Pare agora. Não amanhã nem depois. Não na hora da morte. Pare agora de se lamentar e arranjar desculpas e viva.
Você está velho. A vida está velha, o mudo está velho, velho está o tempo, tudo está e sempre foi assim como é, velho. Tudo o que é novo só o é pela primeira vez. E por muito pouco tempo. Tudo o que é novo não dura, não permanece. Só o que é velho é que se eterniza.
A única coisa nova que temos pela frente é a morte. Não queira fugir dela nem entendê-la. Você não precisa. Ela sabe de você e inevitavelmente virá ao seu encontro, na sua hora. Não a sua, a dela. Você não tem hora, ela sim, tem hora de ser e não ser.
E pare de ficar rogando tanto essas tantas coisas a deus. Não vê que ele não responde? E se não responde, das duas uma: ou ele não existe ou essa treta é mesmo sua, só sua. Sim, é problema seu, exclusivamente seu para lidar com ele, ter, sentir, saber, resolver.
Viver é saber ir jogando fora as coisas de que não mais precisa. Para ficar leve. Faça isso desde já ou esqueça de uma vez e continue carregando todo este peso inutilmente, essa bagagem supérflua que levou a vida toda para juntar. Essa bagagem que pesa. Que faz você continuar evitando o necessário voo na beira do abismo. Quando tudo o que você pode ser resume-se em duas coisas: voar ou morrer.
Mesmo essas palavras, ainda que belas e sinceras, ainda que oportunas e inúteis, ainda que necessárias para essa desnecessidade que delas temos, mesmo essas palavras pesam e não devem ser carregadas. Jogue fora e esqueça.
Porque o abismo à frente é silêncio e a poesia é só um par de asas...
Porque você não é, nunca foi nem nunca será. Não dá mais tempo.
Tem um momento na vida em que a gente tropeça na ilusão e a máscara cai.
E é difícil olhar o próprio rosto, o verdadeiro rosto, no espelho. Você não encara.
Pare de chorar o tempo que passou, que o ofício do tempo é passar e nos devorar.
Pare de lamentar os anos e as épocas que se foram, sua infância, sua adolescência.
Pare de choramingar os dentes que perdeu, os olhos que enfraqueceram, os músculos que ficaram flácidos e os ossos que agora são tão frágeis, as rugas todas e os cabelos que ou caíram ou ficaram brancos. Pare já. Pare agora. Não amanhã nem depois. Não na hora da morte. Pare agora de se lamentar e arranjar desculpas e viva.
Você está velho. A vida está velha, o mudo está velho, velho está o tempo, tudo está e sempre foi assim como é, velho. Tudo o que é novo só o é pela primeira vez. E por muito pouco tempo. Tudo o que é novo não dura, não permanece. Só o que é velho é que se eterniza.
A única coisa nova que temos pela frente é a morte. Não queira fugir dela nem entendê-la. Você não precisa. Ela sabe de você e inevitavelmente virá ao seu encontro, na sua hora. Não a sua, a dela. Você não tem hora, ela sim, tem hora de ser e não ser.
E pare de ficar rogando tanto essas tantas coisas a deus. Não vê que ele não responde? E se não responde, das duas uma: ou ele não existe ou essa treta é mesmo sua, só sua. Sim, é problema seu, exclusivamente seu para lidar com ele, ter, sentir, saber, resolver.
Viver é saber ir jogando fora as coisas de que não mais precisa. Para ficar leve. Faça isso desde já ou esqueça de uma vez e continue carregando todo este peso inutilmente, essa bagagem supérflua que levou a vida toda para juntar. Essa bagagem que pesa. Que faz você continuar evitando o necessário voo na beira do abismo. Quando tudo o que você pode ser resume-se em duas coisas: voar ou morrer.
Mesmo essas palavras, ainda que belas e sinceras, ainda que oportunas e inúteis, ainda que necessárias para essa desnecessidade que delas temos, mesmo essas palavras pesam e não devem ser carregadas. Jogue fora e esqueça.
Porque o abismo à frente é silêncio e a poesia é só um par de asas...