Delicado
Choro, por sentir a pior dor, a da alma.
Derramo em versos uma tristeza infindável a da saudade.
Encolho-me com uma criança perdida, eis um homem domado pelo passado.
Lavo-me em lágrimas, pudera elas levar-me a você, quisera barcos para navegar entre as lágrimas e sobre as nuvens aos quais nos distanciam.
De ti um dia tirei minha força e agora, sinto-me fraco.
Músculos preencheram meu corpo, mas sua ausência me esvaziou.
Denoto-me oco, severo e disperso e nas noites frio, covarde.
Por chorar pelo o que mais me fez feliz, por esmorecer-me por um amor imortal, sem saber imortalizar sua essência.
Para que vivo?
Para cuidar do anjo ao qual me mandas-te, fazê-lo voar como um dia voei.
Criar um homem mais forte do que eu, para que a dor não o derrube como me derrubou.
Eis o idílio que me conserva aqui, estendendo suas mãos para levar-me ao céu.
Enfatizando um pedaço do amor ao qual me levaram; Davi.