Ao relento, um sabor de tristeza.

há momentos que não temos o que escrever

pois os pensamentos estão tão embaralhados

que nada surge com algum significado para para o compositor

rabiscos e rabiscos, versos e mais versos

todos perdidos entre folhas

todos os dias uma vida

todos os dias um adeus

todos os dias uma luta

todos os dias

sequer uma diferença

no dizer e no pensar

o desespero arrepia

causando medo

uma palavra sem nexo

com o final da frase

um amanhecer sem esperança

para o final do dia

nenhuma inspiração para o coração

nenhum sentimento para repartir

as notas machucam o silêncio

sem a métrica e o ritmo

nada prevalece diante da solidão

o desespero é tão forte

que inunda a alma de conflitos

declarando os dissabores

de uma vida suja

soluços regozijam

sonhos se apagam

sem guera pela qual lutar

enfim uma lágrima

para secar

pois nem isso imaginava sentir

diante da revolta que inspira a cada segundo de sua vida

talvez foste um milagre

ou então um suspiro...

troncho, pequenino

que tenta erguer o queixo abatido

para a lutar

para viver

por algum querer

que seja ao menos alcançável pelas mãos.

Charlie Becker
Enviado por Charlie Becker em 05/07/2013
Código do texto: T4373733
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