Ao relento, um sabor de tristeza.
há momentos que não temos o que escrever
pois os pensamentos estão tão embaralhados
que nada surge com algum significado para para o compositor
rabiscos e rabiscos, versos e mais versos
todos perdidos entre folhas
todos os dias uma vida
todos os dias um adeus
todos os dias uma luta
todos os dias
sequer uma diferença
no dizer e no pensar
o desespero arrepia
causando medo
uma palavra sem nexo
com o final da frase
um amanhecer sem esperança
para o final do dia
nenhuma inspiração para o coração
nenhum sentimento para repartir
as notas machucam o silêncio
sem a métrica e o ritmo
nada prevalece diante da solidão
o desespero é tão forte
que inunda a alma de conflitos
declarando os dissabores
de uma vida suja
soluços regozijam
sonhos se apagam
sem guera pela qual lutar
enfim uma lágrima
para secar
pois nem isso imaginava sentir
diante da revolta que inspira a cada segundo de sua vida
talvez foste um milagre
ou então um suspiro...
troncho, pequenino
que tenta erguer o queixo abatido
para a lutar
para viver
por algum querer
que seja ao menos alcançável pelas mãos.