Sábado Doloroso
A morte sussurra ávida em minha nuca, aos flancos noto vorazes bocas famintas por tragédia. Estou trêmulo neste corredor vago, veloz e frenético para lutar. Bênçãos são nuvens desmanchadas, sonhos evaporaram, só resta entulho. Meu vinho agora é amargo e quebrei a garrafa vazia na parede. A estrutura entrou em ruínas!
A guerra brutal esmaga-me, emagrecendo-me neste covil. Virei um capacho largado, o passado lança feras sobre mim. Sobrevivo, meio vivo, ou meio morto.
Neste quarto sou definhante, com face nebulosa e estática.
realidade contraditória...
Quando durmo: as doces utopias vivem.
Quando acordado: os pesadelos amargos existem.
Quero um amanhã diferente e belo, mágoas são flechas em meu peito. Meu genitor é um monstro maldito que destruiu a própria família. Não existe o mesmo sentido, como e bebo sobras parcas. Nesse sábado doloroso eu brinco Com as sombras de outros tempos. Da capa-mortalha da decadência faço asas e voo para a regeneração.
- Mensageiro Obscuro.
Junho/2009.