A MORTE

Temos somente a certeza do fim, mas vivemos como se isso nunca fosse acontecer. Sentimo-nos eternos, por isso temos mil planos para amanhã, pela manhã, à tarde, à noite, depois de amanhã, na próxima semana, daqui alguns meses ou anos... Planejamos a vida, ignorando o final que é certo.

Não é por pretensão que agimos assim. É porque simplesmente não sabemos em que dia fecharemos para sempre os nossos olhos. Ignoramos o fato e nos aterrorizamos com a dor daqueles que choram seus mortos.

A separação é dolorosa sim, pois quem parte deixa um vazio maior que a vida que viveu. O tempo faz a gente entender a falta e preenche este espaço deixado com a saudade e algumas fugazes lembranças.

Ao enterrar nossos mortos, choramos por nós mesmos, porque quem fica é quem verdadeiramente morre aos poucos todos os dias.

A morte faz sombra na vida. Está sempre ali, à espreita, esperando um deslize qualquer de quem vive: uma doença, um acidente ou a idade que pesa nos ombros...

Esta é morte física. Aquela que leva a matéria. Cala a voz, fecha os olhos, ensurdece o ser, enrijece as expressões, empalidece e imobiliza o corpo... Desliga quem sentiu e o devolve à terra e ao pó.

A morte sombreia a vida de forma tão presente! Porém, é reconfortante saber que este tipo de morte só leva o concreto do ser que fomos, porque Deus, em sua bondade infinita, fez a nós únicos e eternos!

Luciane Mari Deschamps

02/07/2013

Luciane Mari Deschamps
Enviado por Luciane Mari Deschamps em 02/07/2013
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