O silêncio
A casa está vazia. O vento dos meus pensamentos percorrem as paredes inundando-as de lembranças. As memórias sucumbem meu coração despejando no chão frio um pouco daquilo que eu era. A menina não existe mais. A menina já cresceu. O tempo passou rápido, como a promessa de que você ficaria. Eu gostei de certas pessoas. Eu perdi outras. Algumas para o destino, outras para pessoas melhores do que eu. E também para a morte. Esse é o pior tipo de perda, por que não tem possibilidade de regresso. É só silêncio. É só saudade. Já são cinco horas, a luz alaranjada do sol começa a aparecer, bem calma e sutilmente. O silêncio ainda é devastador, retumbando em meu peito um coração sem meios de te ver. Mas não pense que não te escuto, em meus sonhos você sempre está presente. Os anos voam com a ânsia de ser feliz, quando menos se espera a morte faz presença, novamente. Então relembro-me da época em que eu não sabia o que era perder alguém. Em que eu pensava que a morte era passageira e que a qualquer momento te veria correndo pelo corredor com o mesmo sorriso tímido que você sustentava quando nos conhecemos. Faço um pedido ao vento e peço que ele eleve seu coração, destino de quem ama e cuida é virar anjo. Você virou.