A morte
Penso na morte como um sopro, um susto. Ás vezes, injusto. Um sútil arrepio. Um vazio terreno. Por vezes, um sussurro ameno, sereno, pequeno. Uma ida premeditada, uma subida, uma chegada. Uma despedida. Uma estrada iluminada. Algumas vezes a saída, em outras, nada. Um beijo roubado da alma, uma sincera calma, um abraço que acabou. Um laço que se desatou. O espaço infinito de ser. O grito. Tristonho e dito em poesia. A melodia que desacelerou. Alguém que ficou. Penso na morte como o norte que, enfim, chegou. E a sorte de quem esperou. E amou. Um choro engasgado. Uma declaração ao vento. Um sentimento preso entre os dentes. Uma sensação diferente. Um espectro colorido. Um labirinto de saudade. Um parágrafo pela metade. Um sonho bonito.