NINROD-TEFILLIN
Não estou distante dos fatos
Vivo desligado momentaneamente
Me organizando para isto
Me preparando para aquilo
Enfim fazendo planos
Um centelha cósmica
Faiscando ... do infinito
Umas palavras francesas
Em gozo na minha cabeça
Ela precisa ser excitada
Como fricote a cada chispada
Eu quero arrancar os cabelos
Passar a broca na moleira
Desenterrar a semente
Enxertar nela uma flor
O que existe é uma procura
Pelas sombras das cavernas
Imperfeição? Dúvida metódica?
Sou filósofo e poeta
Como haver a sobremesa
Se vazia esta a mesa?
Não posso ter uma certeza
Além de uma sensação
Ou mesmo uma impressão
Duma coruja dormindo
Com todos os esmeros
E toda sua preguiça
O fogo serpentino
Ensaia intermitente
Sua envolvente erupção
Minhas Najas querem se beijar
Fico a imaginar a cobra de Kekulé
Lembrando uma de vidro
De duas cabeças
Que vi ser despedaçada
Defronte a mim
Do tempo da minha infância
Quando expulsei ainda
Uma lombriga da barriga!