Festas juninas na minha cidade natal, Amaraji, é sempre um grande acontecimento,  não deixa nada a desejar quanto as miuças relativas as referidas comemorações. Moro noutro estado da Federação, e fui convidado a participar da festa de São Pedro por uma das minhas professoras da época da juventude. Como a saúde não me permitiu ir até lá, mandei essa prosa poética para ser apresentada no salão e 
gerar uma brincadeira e lembranças na comunidade


Prosa Poética no São Pedro em Amaraji (58 Anos Atrás)
 
Meus caros conterrâneos, se eu tivesse a fluência em historiar, precisaria de tempo e muito papel para botar em pratos limpos as evoluções de outros amarajienses que já fizeram a última viagem ou estão aqui e não constam desta listagem rápida. No entanto façamos essa festa relembrando não os fundadores da cidade, pelo menos aqueles que nos últimos 68 anos animaram esse torrão. Dr. Jorge Coelho da Silveira, levou Amaraji nos anos 50 ao Século XXI,  junto com meio mundo de outras figuras lendárias da nossa terra. Até estrangeiro, pastor abnegado e um tanto malcriado o padre José Leão. Um grande amigo meu dessa terra viajou sem retorno, Tarciso Fontes padrinho da minha filha Aline. Há outro Tarcisio que deve estar aqui, embora não more mais no município, mais que pelo princípio nos dispensa grande atenção. Na troupe de menor calibre, minha lembrança cai em Rômulo Ferraz, Álvaro Soares de Melo (pelo cinema), Gode, Sino, João Leo, João Alemão, Udinho no carnaval. Teve até rapariga em grande reputação, onde hoje é nome de bairro hospedando a população.
 
Éramos meninos ainda, noites de São Pedro e São João, soltando traque na mão, sob a supervisão deles, dos nossos pais e mamães, no terreiro ou no oitão.
Lá mesmo em Riachão ou em Riacho de Pedra, então! Tínhamos Vitor, Aline e Conceição, não eram só amigos, agíamos como irmãos, estando no colégio ou não.
Birino lá no Engenho Não Pensei, onde soltava fogos do ar, e já frequentava o fuá!  Tinha como ídolo Zé Teófilo, era ele quem liderava toda bacamartada, aqui em Amaraji. Ai a coisa pegava, era Bacamarte e Riuno, e no prumo! João Bracinho com a Ronqueira, só se falava na feira. Na volta para a escola de Dos Anjos, as lembranças não me faltam. Dona Lourdes Barbosa, a donzela inveterada, aprendi com ela até astronomia, física e filosofia. Dijalva Teixeira na Matemática, nem Erastóstenes ia com ela. Amara Ramos tocava as passeatas no sete de setembro. Amara de Vasconcelos apertava Marluce de “Bar” pra declamar poesia, e ela nos fazia oradores pras próximas batalhas e estripulias políticas. Pensava no futuro! Dona Nieta Tabosa não carregava o bacamarte, mas via bem Zé Teófilo, e Aline de bom ânimo com a Igreja e a ciência. Mas o pastoril sem Aline e Denise não existia, quem liderava  o pastoril não recordo, mas as pernas de quem dançava sim! O que mais me aperreava era Maria Andrade ensinando a primeira comunhão, coçando sua traseira e passando os dedos na nossa dianteira, ou seja, na língua da gente simulando a situação.
Nosso mundo inigualável, esse de Amaraji, já teve Desembargador, tem Juiz de Direito, Deputada, Prefeita, Prefeito e Vereador. Doutores da medicina e outras ciências afins, e de suas descendências, advogados, farmacêuticos, agrônomos, carreteiros, doutores até com Stricto Sensu, sim senhor. Dissertando como autor, não deixarei de citar Mariu e seu valor, Moua como tutor, pelo bom tempo aprontou, Birino cortador de cana e este se organizou. O que Birino fazia mesmo era estudar no Ginásio de São José e por trás, soltar peido no cinema e nas festas da comunidade acompanhado com Vitor e Dedé Moraes.
 
Birino de Amaraji
Enviado por Birino de Amaraji em 01/07/2013
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