DESÍGNIO

Fazer Poesia é algo complexo

Tentar gritar e ser discreto

Chorar e rir naquela hora

Procurar e não achar

Ou então regozijar

Em uma flor de Rododendro

Vendo teus bicos eriçados

Tua boca arregalada

Tua língua por dentro

Chamarei-te como uma qualquer

A despeito da grande mulher

Que venha queimar comigo agora

E sorver meu cheiro etílico afora

A experiencia não é o bastante

Nunca estarei preparado para ti

Nem todos nossos coleios e sussurros

Não passarão de eufemismos neste mundo

No entanto há umas vozes que ouço

Bem baixinhas lá no fundo

Que conversam entre si

De segundo a segundo

No torpor do aroma em alfazema

Se preparando para o corte

Com seus olhos flogistos enxutos

Com o trespasso fora do compasso

Dando odes a vida e ódio a morte

A parca Taturana deleita no leito

Esquiva como quem não pode

Se entregar ao léo e a sorte

Entretanto vou relaxando ao hidromel

Dessas valquírias cavalgantes

Sem me importar qual direção

Giram minha bússola cuja agulha

Estará sempre imantada

Ao meu destino lírico norte!

Eugênio O Vate
Enviado por Eugênio O Vate em 30/06/2013
Reeditado em 30/06/2013
Código do texto: T4365280
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